Médico goiano cria protocolo para retorno seguro de futebolistas recuperados de Covid-19
Pacientes acometidos pelo novo coronavírus têm mais chance de desenvolverem problemas no coração. Em atletas, volta à prática esportiva, sem avaliação médica especializada, pode aumentar risco de morte súbita
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Pacientes acometidos pelo novo coronavírus têm mais chance de desenvolverem problemas no coração. Em atletas, volta à prática esportiva, sem avaliação médica especializada, pode aumentar risco de morte súbita
O médico goiano Marcos Perillo Filho, especialista em cardiologia, criou um protocolo para atletas profissionais recuperados de Covid-19. Tendo como objetivo a segurança e avaliação especializada antes que os desportistas acometidos pela doença voltem aos treinamentos e partidas oficiais, foi firmada uma parceria entre o cardiologista e clubes goianos de futebol.
A preocupação tem base científica. Segundo Marcos, cerca de 30% dos pacientes hospitalizados por Covid-19 apresentam complicações cardíacas. No caso dos desportistas, há um agravante. “Se a lesão cardíaca ocorrer de forma assintomática, o atleta, ao treinar ou jogar, expõe o coração à alta carga de trabalho e estímulo, o que pode desencadear arritmia maligna, e, consequentemente, morte súbita”, alerta.
Para conscientizar a comunidade esportiva, Marcos começou a pesquisa com a coleta de dados dos jogadores goianos no final de 2020. Desse modo, o cardiologista já fechou uma parceria com os times da Aparecidense, Goiânia e Vila Nova, e com acadêmicos do último período de medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
Os pesquisadores buscam concluir se, na prática, as medidas tomadas no retorno dos atletas infectados pelo novo coronavírus são seguras e garantem redução do risco de morte súbita no futebol goiano. A pesquisa conta também com apoio do Instituto do Rim de Goiânia (IRG) e do Centro de Cardiologia da Clínica do Esporte.
O diferencial de seu protocolo, pontua Perillo, será a avaliação dos jogadores com testes de esforço, que simulam o estresse a qual o coração é submetido durante os jogos, além de estudo por Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) nos casos que demonstrarem alterações que demandem maior atenção.
Protocolo
A proposta do médico goiano é que os atletas acometidos por Covid-19 retornem às suas atividades somente após completa avaliação cardíaca, de acordo com a gravidade do caso.
Pacientes assintomáticos ou com sintomas leves, por exemplo, depois de concluírem os dez dias de isolamento, deveriam ficar mais sete em repouso. Voltar para a rotina normal de treinos e partidas, somente se for de forma gradual. “E após a liberação pelo cardiologista ou médico do esporte, no caso de apresentar exames, como o eletrocardiograma e o teste de esforço, normais”, detalha Perillo.
Já em casos considerados moderados ou graves, que envolvam hospitalização, a recomendação é que o jogador, após período de isolamento e repouso, realize uma investigação ainda mais detalhada com o cardiologista.
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