Com texto bíblico, Cimi se defende de acusação de financiar ocupações
Citando textos bíblicos e exemplo de Jesus Cristo, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) repudiou em nota as falas dos deputados Carlos Alberto David dos Santos (PL), o “Coronel David”, e também de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, na sessão da última quinta-feira, dia 4, na Assembleia Legislativa. Como mostrou o Campo Grande News , houve acusação de que o conselho financiou a ida de indígenas para área de conflito em Rio Brilhante, município distante 161 quilômetros de Campo Grande, em março deste ano . “Somos oprimidos, mas não imobilizados, perplexos, mas não desesperados, perseguidos, mas não abandonados, derrubados, mas não destruídos”, citou a nota de repúdio, em referência ao texto de II Coríntios 4,8-9. O Cimi ainda destacou que esta não foi a primeira e nem a última tentativa de difamação do movimento. O Cimi tem consciência que as tentativas de criminalização contra nossa entidade nunca cessarão. Esta não foi a primeira e não será a última. Ao longo de nossos 51 anos, sempre que o direito indígena avançou, junto aos povos, lado a lado fomos também atacados e criminalizados. É parte de nossa caminhada evangélica, a exemplo do Mestre Jesus de Nazaré, sofrer o que sofrem os povos”, enaltece a nota. O conselho ainda se defende afirmando que “não sofreremos calados! Denunciaremos cada açoite, buscaremos as medidas cabíveis para cada ato difamatório e seguiremos transformando os ataques em mais força e compromisso até que todos os territórios indígenas estejam demarcados e os povos vivam com a tão sonhada dignidade”. A entidade continua sua defesa e diz que somente após a ocupação, pelos indígenas guarani kaiowá da área Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante, no dia 3 de março , é que ocorreram “as referidas viagens utilizadas politicamente pelos parlamentares para criminalizar o Cimi. Pagas de forma transparente, o deslocamento foi, na verdade, a realização de uma Assembleia da Aty Guasu – a Grande Assembleia dos povos Guarani e Kaiowá – que contou com a presença e participação de diversas entidades públicas”. O conselho classificou as acusações como infundadas e destacou ser “extremamente constrangedor notar que em Mato Grosso do Sul interesses econômicos ligados ao agronegócio podem aproximar ideologicamente um deputado do PT, partido historicamente aliado da causa indígena, e um parlamentar do PL, inimigo declarado da mesma”.