ONU deve se adaptar ao novo mundo, diz Moscou

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O globo está passando por mudanças dramáticas e a organização deve se ajustar a elas, disse o porta-voz do presidente Putin

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RT — O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o sistema existente de direito internacional está em crise, enquanto o mundo moderno é assolado por uma série de conflitos. Ele fez essas declarações em uma entrevista à RT Arabic na quarta-feira, pedindo que a ONU se adapte a um mundo em constante transformação."É evidente que o mundo está passando por mudanças tectônicas dramáticas atualmente. Mudanças estão em curso e isso requer uma adaptação por parte da ONU; em primeiro lugar, de seu principal órgão - o Conselho de Segurança", disse Peskov.No entanto, Peskov descartou a possibilidade de criar uma nova organização internacional para substituir a ONU, afirmando que as ferramentas do organismo internacional devem ser "desenvolvidas e aprimoradas" em vez disso."Ainda é cedo para falar sobre isso. Até o momento, o principal órgão é a ONU, não temos outro. E na situação atual, em que o mundo todo está repleto de conflitos, em que o direito internacional é desrespeitado, e as relações econômicas, o sistema de relações de Bretton Woods, estão de fato entrando em colapso, não acredito que possamos dizer que seremos capazes de criar algum outro sistema. Isso é simplesmente impossível", explicou Peskov.Atualmente, o Conselho de Segurança consiste em 15 membros, dos quais dez servem mandatos de dois anos e não podem vetar resoluções. Apenas cinco membros permanentes - EUA, Reino Unido, China, França e Rússia - detêm esse poder. A Rússia tem defendido um Conselho de Segurança mais diversificado há anos, argumentando que o órgão só pode ser democratizado aumentando a representação de estados africanos, asiáticos e sul-americanos.Recentemente, vários líderes mundiais e altos funcionários têm pedido uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, criticando a instituição como disfuncional e carente de uma representação justa das principais nações do mundo. As questões enfrentadas pelo Conselho foram reconhecidas pelo Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, que afirmou que uma reforma é há muito tempo necessária para melhor refletir as "realidades do mundo de hoje".