Добавить новость
smi24.net
World News in Portuguese
Октябрь
2025
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

2ª turno de eleição presidencial na Bolívia marca retorno da direita após 20 anos de hegemonia da esquerda

0

A Bolívia vive um momento histórico neste domingo, 19, ao realizar o primeiro segundo turno presidencial de sua história democrática. Pela primeira vez em duas décadas, o Movimento ao Socialismo (MAS), legenda que governou o país sob o comando de Evo Morales e Luis Arc, está fora da disputa.

A votação definirá se o novo presidente será o ex-senador Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (PDC), ou o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, da aliança Libertad y Democracia. O resultado encerrará oficialmente a era da esquerda no poder e pode redesenhar o cenário político da América Latina.

Os dois candidatos obtiveram as maiores votações no primeiro turno, realizado em agosto. Rodrigo Paz conquistou 31,6% dos votos, enquanto Quiroga somou 27,1%. Ambos são de oposição ao governo atual e prometem reestruturar a economia boliviana, abalada por inflação recorde, escassez de combustíveis e uma das piores crises cambiais em quatro décadas.

Fim de um ciclo histórico

Desde 2005, quando Evo Morales foi eleito presidente, o MAS se consolidou como força dominante na política boliviana. O movimento promoveu reformas estruturais e impulsionou o crescimento econômico na década de 2010, com média de 5% ao ano, sustentado pela exportação de gás natural. No auge, o país chegou a fornecer metade do gás consumido pelo Brasil. No entanto, os anos de bonança ficaram para trás.

Hoje, a Bolívia enfrenta inflação acumulada de 18,33% até setembro de 2025, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), e um recuo de 2,4% no PIB no primeiro semestre. Nos mercados, o reflexo é sentido de forma direta: um frango que custava 35 bolivianos passou a valer 70. A escassez de dólares agravou a situação, elevando os preços de combustíveis e alimentos e tornando a vida cotidiana mais difícil.

A combinação de má gestão econômica e rachas políticos dentro do MAS desgastou o partido. Evo Morales, impedido de disputar novamente, passou a criticar publicamente o governo de Luis Arce, antes seu aliado. A divisão se aprofundou nas eleições deste ano, quando o partido lançou três candidaturas, Andrónico Rodríguez, Eduardo del Castillo e Eva Copa, todas com desempenho abaixo de 12%. Morales chegou a pedir voto nulo, ampliando a crise interna.

Disputa entre centro e direita

No pleito deste domingo, o país se divide entre dois projetos distintos de oposição. Rodrigo Paz, ex-prefeito de Tarija e ex-senador, defende medidas de austeridade e combate à corrupção. Ele promete eliminar “subsídios cegos”, reduzir gastos públicos e liberar a importação de combustíveis. Em seus discursos, Paz enfatiza que pretende adotar um modelo de “capitalismo para todos”, com crédito ao setor produtivo e foco na geração de emprego.

No último debate televisivo, o candidato garantiu que “não vai pedir 12 bilhões ao FMI”, destacando que o país não deve se endividar para beneficiar grandes grupos econômicos. Sua proposta é estabilizar o câmbio com uma “banda cambial” e resolver a crise de combustíveis logo no início do mandato.

Já Jorge “Tuto” Quiroga, que governou o país entre 2001 e 2002, apresenta um plano mais liberal. Ele defende a injeção de capital estrangeiro, maior abertura ao mercado e a retomada de setores estratégicos, como gás e mineração. “Você vai continuar nas filas para comprar diesel e gasolina? Porque se não houver dólares, não há como pagá-los”, provocou Quiroga no último debate. Para ele, sem financiamento internacional, a desvalorização da moeda continuará.

A queda do MAS nas urnas também se refletiu no Congresso. Pela primeira vez em 20 anos, o partido não terá representação expressiva nem na Câmara de Deputados nem no Senado. O vácuo deixado abre espaço para novas alianças e partidos regionais. 

A nova composição parlamentar será dominada por coalizões de centro e direita, o que tende a limitar a influência dos movimentos sociais historicamente ligados ao MAS.

Leia também:

Ex-prefeitos e suplentes articulam ‘chapinhas’ para disputar a Alego em 2026 e escapar do ‘canibalismo eleitoral’

Goiânia, 92 anos: veja o retrato dos profissionais que constroem a nova paisagem da capital

O post 2ª turno de eleição presidencial na Bolívia marca retorno da direita após 20 anos de hegemonia da esquerda apareceu primeiro em Jornal Opção.















Музыкальные новости






















СМИ24.net — правдивые новости, непрерывно 24/7 на русском языке с ежеминутным обновлением *