O costume de que os jovens se exercitassem peladões nos ginásios fez surgir na antiga Grécia um autentico culto ao corpo humano desnudo. A imagem do nú artístico - começando pelo masculino e, posteriormente, o feminino - surgiu nessa época. E eles tiraram a roupa de todos, deuses e heróis ficaram pelados. Era insólito. Nas grandes civilizações vizinhas - Roma, Egito e Pérsia - aparecer pelado em público era uma ofensa e desonra. Mais de dois mil anos depois, os jovens - e os não muito jovens - continuam com esse fascínio. Cultuar o corpo continua sendo um cânone de beleza para alguns. O Superman grego. Não é só na academia que cultuam o corpo. Na cultura popular surgiu o musculoso torso de Superman, vestido com um traje azul turquesa. É cópia do famoso “Doríforo”, escultura de Policleto no século V antes de Cristo. Nada me convence, todavia, de que há em Policleto e no Superman algo não muito másculo. O efebo de academia. Belo, atlético, ainda imberbe - esse era o efebo grego. Enquanto idolatravam o efebo, o corpo da mulher permanecia oculto, demoraria muito para ser despido. Ela estava relegada ao interior do lar ou tinha o corpo dissimulado atrás de longos véus. Tal como hoje, na antiga Grécia, o nú estava claramente ligado à juventude, à força física e do orgulho de ser parte de uma elite de cada cidade. Kourois, os primeiros peladões. As primeiras representações de nus masculinos são os “kourois”, esculturas de proporções monumentais, rígidas e solenes, que desde o século VII a.C. apareceram em santuários, necrópoles e até nas ágoras, as praças públicas. Em vez de refletir a energia de movimento dos atletas, quase todos os kourois representam jovens imberbes, de longas e bem cuidadas cabeleiras, com uma perna adiantada e um torso frontal tenso. Estão todos pelados. Os estudiosos chamam atenção para os proeminentes glúteos.