Serviços deficientes
A demora das concessionárias de serviços públicos em restabelecer serviços básicos afetados pelo mau tempo no Estado — notadamente na área de energia elétrica — é um indicativo claro de que essas empresas precisam ser melhor fiscalizadas pelas agências reguladoras e pelo poder público. A inoperância contrasta com o espírito de solidariedade da população, que prontamente atendeu aos apelos para colaborar com os desabrigados, driblando a falta de recursos com muita disposição para enfrentar as consequências da tempestade.
O fato de, em muitas cidades e no Estado de maneira geral, a infraestrutura se encontrar no limite preocupa particularmente diante da possibilidade de que, na próxima semana, voltem a ser registradas chuvas fortes e ventos em velocidade acima da suficiente para causar avarias na rede elétrica. Problemas no fornecimento de energia acabam interferindo na distribuição de água potável, agravando o drama de quem, em muitos casos, se vê às voltas também com inundações, destelhamentos e infraestrutura viária destruída, além de consequências diretas no transporte urbano.
Assim como a descontinuidade ou a falência nos serviços, preocupa o despreparo dos fornecedores no atendimento às reclamações dos usuários. Os responsáveis devem investir mais em medidas preventivas simples, mas que funcionam — da poda de árvores à desobstrução de canos de escoamento de água. E precisam reforçar suas equipes para situações de emergências, que não dispõem do contingente necessário.
Consumidores têm direito também a mecanismos mais eficientes para o registro de ocorrências e que permitam um mínimo de informação sobre prazos de atendimento. O que existe hoje, no âmbito dos municípios e do Estado de maneira geral, serve mais como justificativa para a fiscalização do que para atender a quem está privado dos serviços.
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