Coligação liderada pelo PAIGC vence eleições legislativas na Guiné-Bissau
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Aguarda-se agora a formação do novo governo
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José Pedro Faya, de Lisboa, 247 - A coligação PAI – Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência de Guiné-Bissau e Cabo-Verde (PAIGC), venceu com maioria absoluta as eleições legislativas realizadas no país no último dia 4.A coligação elegeu 54 dos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular. As eleições contaram com forte adesão popular, tendo participado mais de 70% dos eleitores, e aconteceram num quadro de uma intensa discriminação e perseguição ao PAIGC e seus membros.Segundo Simões Pereira, líder do PAIGC, o futuro governo terá como prioridades o combate à fome e a defesa da saúde e da educação. O líder do Partido aproveitou para enviar um recado ao FMI de que não cortará despesas nos setores prioritários e que o governo não reduzirá os números de técnicos de saúde e de professores, em discurso proferido no passado dia 10. A organização financeira tem pressionado o governo do país para a realização de reajustes e redução da massa salarial.A Guiné-Bissau tem atravessado um longo período de instabilidade política e sucessivas tentativas de golpe de Estado. O PAIGC tem se comprometido com o progresso social e a soberania do país, assim como a sua estabilização. Já tendo o líder da coligação vencedora se reunido com o presidente Umaro Sissoko Embalo, aguarda-se agora a formação do novo governo.O país tem fortes ligações com o Brasil, tendo este dado grandes contribuições para a sua pacificação e estabilização, nomeadamente a sua presidência da Configuração Específica da Guiné Bissau da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas, criada por iniciativa brasileira, assim como o patrocínio ao Centro de Formação para as Forças de Segurança da Guiné-Bissau, que visa limitar a atuação das forças armadas às questões militares, para além do apoio a diversos projetos na área da educação, saúde e agricultura. Ambos os países integram a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).O país prepara-se também para celebrar o centenário de Amílcar Cabral, um dos fundadores do PAIGC e símbolo da luta anti-imperialista para os guineenses e para muitos outros povos africanos, assassinado em 1973. O líder revolucionário deu uma contribuição decisiva para o fim do império colonial português, assim como para o aprofundamento teórico do estudo dos problemas africanos.