Marcos do Val teve acesso antecipado a relatórios sigilosos da Abin sobre os atos golpistas
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Relatório foi divulgado pelo parlamentar para atacar e tentar culpar o governo Lula pelos atos terroristas do dia 8 de janeiro, em Brasília, protagonizados por bolsonaristas
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247 - O senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvo de uma ação da Polícia Federal na quinta-feira (15), teve acesso antecipado ao relatório produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que alertava sobre o risco de invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. O documento, de caráter sigiloso, foi enviado à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), responsável por fiscalizar os órgãos de inteligência do governo federal.O material, porém, foi divulgado pelo parlamentar em suas redes sociais como uma forma de tentar culpar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos atos terroristas do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita tentaram um golpe de estado. De acordo com a coluna da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, “Do Val foi o segundo a ver os papéis, logo depois que eles chegaram à comissão. Esperidião Amin (PP-SC) foi o primeiro, no dia 21 de janeiro. O relatório continha uma coleção de mensagens enviadas por agentes da Abin a autoridades do governo federal nos dias anteriores aos atos do dia 8, alertando sobre o risco de invasão das sedes dos Três Poderes”. Marcos do Val diz que operação da PF foi retaliação de Moraes e critica apreensão de celularOs parlamentares descobriram posteriormente que a primeira versão do relatório, enviada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, não continha os onze alertas que o ministro recebeu diretamente em seu telefone celular."A descoberta só foi feita no final de maio, quando o ministro Alexandre de Moraes determinou novamente o envio do relatório à comissão, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Sob novo comando e subordinada à Casa Civil, a Abin enviou uma versão diferente do documento, que agora trazia os alertas feitos a Gonçalves Dias. A esta altura, Do Val não era mais membro da CCAI e, portanto, não podia mais ver o material”, ressalta a reportagem.O teor do mandado de busca e apreensão cumprido na quinta-feira pela PF em endereços ligados ao parlamentar, assinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ainda é mantido em sigilo. No entanto, sabe-se que o senador está sendo investigado por suspeitas de envolvimento em uma tentativa de golpe de estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Uma das bases para o pedido da PF seria a divulgação das cópias do relatório enviado em janeiro à comissão do Congresso.