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Plataformização da Educação: um debate necessário!

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O público e o privado vão se misturando cada vez mais e de forma mais intensa e densa, escreve o colunista Roberto Moraes

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1 - Introdução (Tecnologia e Sociedade)Atendendo a um convite da diretoria do APP Sindicato-PR (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná) voltei a tratar do tema “Plataformização da Educação”, no último dia 1 de julho de 2023, em Curitiba, num seminário (título também deste ensaio) com a participação de representantes da categoria de todo o estado do Paraná. Na ocasião, tive o prazer de dividir a mesa com as professoras Vanda Santana, secretária Educacional da APP-Sindicato e Carolina Batista Israel, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná.Em maio de 2021, já havia participado de uma mesa-redonda online, sobre o mesmo assunto, organizada pela Pró Reitoria de Graduação e Laboratório Formação em Docências no Ensino Superior da UFMG (GIZ-PROGRAD-UFMG), que foi parte do encontro temático “Tempos Digitais". [1] [2]Não sou pesquisador da área da Educação e nem do tema específico sobre Plataformização da Educação. Estudo as transformações do Modo de Produção Capitalista (MPC), nessa etapa que estou chamando de Plataformismo, em que várias infraestruturas digitais atuam na intermediação executada pelas Plataformas Digitais (PDs), cada vez mais presentes na sociedade contemporânea. Assim, tenho me dedicado a investigar o capitalismo de plataformas e identificado essas as plataformas digitais, como sendo “infraestruturas de intermediação” que surgiram com a finalidade de atender a diferentes setores da sociedade e/ou grupos econômicos no mundo contemporâneo que na gênese tinham usavam o discurso do compartilhamento (caronas, etc.) e foram se transformando em potentes ferramentas de exploração.Nesse processo, as transformações digitais têm avançado como meios de comunicação (mídias digitais), interligadas com a produção material, o comércio e os serviços online. Aí estão incluídas as Plataformas Digitais Educacionais (PDE) e/ou os Aplicativos (APPs) Educacionais que se vinculam ao surgimento das startups tipo Ed Techs, em processo muito acelerado com a Pandemia num campo que de forma genérica, passou a ser denominado como Plataformização da Educação. Entre 2019 e 2022, as Ed Techs cresceram 80%, saindo de 449 para 813 empresas startups ligadas à educação.A Plataformização da Educação é parte de um fenômeno mais geral das relações entre tecnologia e sociedade. Tecnologia e finanças. Tecnologia e trabalho. E no âmbito cruzado destas relações, foram entrando em nosso cotidiano no final da década passada - e de forma mais intensa na Pandemia e no Pós-Pandemia -, misturando uma necessidade emergencial com um difuso discurso de modernidade tecnológica presente na atual sociedade capitalista.As fábricas, o comércio, os consultórios e as escolas entraram e seguem adentrando as nossas casas e ao nosso cotidiano. O público e o privado vão se misturando cada vez mais e de forma mais intensa e densa, não apenas nas redes sociais ou mídias digitais. Um processo que vem tornando o setor de tecnologia e suas corporações em gigantes e globais companhias, se transformando nas chamadas Big Techs, os maiores oligopólios da história da humanidade.Portanto, entendo que não se deve olhar para o processo de Plataformização da Educação, sem deixar de observar todo esse contexto em que estamos vivendo no mundo contemporâneo. O fenômeno mais geral da plataformização deve ser visto como um fenômeno que se desenvolve e deve ser observado de forma multidimensional e transescalar nas dimensões: econômica, inovação tecnológica (CT); trabalho; espacial (geoeconômica e geopolítica); política, cultural, das redes social-comunitárias onde se inclui o setor da educação, etc.Figura 1: A multidimensionalidade do processo de plataformizaçãoFoto: ReproduçãoElaboração do Autor. PESSANHA, 2020. [3]Não é possível dar conta e analisar a repercussão do fenômeno de plataformização em todas essas dimensões, mesmo que busque uma leitura mais totalizante. Porém, com o aceite desse convite para dialogar com um coletivo de professores da rede pública do Paraná (laboratório de experiências neoliberais, empresarias e digitais no Ensino Básico) e como professor com atuação por mais de três décadas, me dediquei, num agradável esforço, a retomar o olhar em leituras e interpretações voltadas para a plataformização no campo da educação.2 - A lógica da plataformização como etapa da circulação e meio de comunicação e meio de produçãoA plataformização e a economia de plataformas, já eram processos crescentes e derivados, em especial, do incremento da internet móvel e do uso ampliado de aplicativos, a que chamo de Appficação. Quando me refiro ao Plataformismo como nova etapa do Modo de Produção Capitalista (MPC), em outras palavras, estou dizendo que as Plataformas Digitais funcionam hoje, como uma espécie de “nova” Linha de Montagem que, no passado, usando os princípios do Taylorismo, fez surgir o Fordismo. Porém, as novas transformações têm uma forma ainda mais preocupante, porque essa “nova linha de montagem” está agora ligada aos meios de comunicação e às pontas que ligam as demandas de consumo à produção de coisas materiais e serviços. Mais ainda, num ritmo 24/7 (24 horas e em 7 dias da semana), online, com o universo técnico-digital onipresente em nossas vidas através da internet móvel dos dias atuais.A passagem da internet fixa para a possibilidade real e quase total da internet móvel dos smarphones (celulares) altera a escala do fenômeno sobre a sociedade. Hoje, 2/3 do planeta está conectado nas redes sociais e quase 6 bilhões de pessoas, de um total de 8 bilhões, estão na internet, mesmo que tenha seguido e ampliado as desigualdades sociais e a exclusão digital no mundo. As Plataformas Digitais (PDs) foram se tornando não apenas um instrumento técnico, mas um tipo de negócio na sociedade contemporânea.Desta forma, é possível interpretar esse fenômeno com o que tenho também chamado de dominação tecnológica. A “digitalização de quase tudo” avança nessa atual etapa da reestruturação produtiva e da Divisão Internacional do Trabalho (DIT). No início, na última década do século passado, o professor espanhol Manuel Castells [4] já enxergava a inovação técnico-digital como base de um “sistema informacional”, mas isso ainda era visto como um fenômeno com características muito abstratas e como um exercício de leitura de cenários. No início da segunda década deste século, a relação entre tecnologia (digital) e sociedade já tinha se tornado mais intensa. O setor de tecnologia é transversal a todos os demais setores da economia e da vida em sociedade e isso tem enorme poder de arrasto. É um setor que está presente em tudo. Assim como as finanças que também é transversal aos demais setores. E são dois setores que sempre caminham juntos. Um setor potencializa o outro e juntos passam a controlar as demais atividades, permitindo entender melhor as razões das Big Techs serem alimentadas pelos fundos financeiros (capitais de risco de investidores) no processo de extração de renda e valor, sobre todos os processos de trabalho, exercendo assim, o que tenho também denominado com o uma espécie de “vampirismo digital”. [5]Repito, as PDs atuam como infraestrutura e meio de comunicação e, simultaneamente, como meio de produção. A lógica de toda plataformização é a intermediação. É ligar as pontas entre produção e o consumo de coisas e serviços, entre eles a Educação.Figura 2 e 3: A lógica da plataformização e produção de valorFoto: ReproduçãoElaboração PESSANHA, 2020. [3] [6]As PDs surgem do desenvolvimento da tecnologia digital e do sistema informacional, comentado por Castels [4], na virada do século em sua trilogia, mas de forma especial no livro “A sociedade em redes”. O desenvolvimento da tecnologia e sua implantação tem se enraizado na sociedade e nos territórios. Ao falar sobre dominação tecnológica vale observar que da mesma forma que o trabalho é inerente ao ser humano, a desenvolvimento das tecnologias não existiriam sem o trabalho humano, as forças produtivas e as relações de produção. Tudo misturado. [7]Assim, é sempre importante destacar que a tecnologia (incluindo a digital) é feita de trabalho humano. Marx já dizia que as tecnologias são recheadas de trabalho humano. Tecnologia e Trabalho são historicamente entrelaçados. O desenvolvimento tecnológico refere-se às forças produtivas e às relações de trabalho [7]. Daí derivam as tecnologias, plataformas e aplicativos (APPs), tipo Aprendizado de Máquinas (Machine Learning, ML) e Inteligência Artificial (IA) que podem melhorar a capacidade dos processos e ainda a organização do trabalho, mas não substituem o homem. A lógica poderia ser a de unir o conhecimento e as habilidades humanas às máquinas criadas pelo homem, para articular o que se deseja otimizar, usando o que os algoritmos resumem e processam diante de tantos dados para as escolhas humanas, mas o objetivo central dos donos dessas tecnologias tem sido a do progressivo descarte humano.3 - A Plataformização entra em todos os setores e espaçosSegundo o dicionário Aurélio, plataforma é uma “superfície plana e horizontal, mais alta que área ao redor”. Outra definição é a de que se trata de “um programa político, ideológico, administrativo de um candidato a cargo eletivo”. Numa ou noutra definição de plataforma ela é apresentada como um instrumento de intermediação entre as partes de um sistema de produção, planejamento e de escolhas. A partir desta leitura semântica de plataforma, como uma forma de mediação se pode avançar para se ter mais claro a lógica da Plataformização (ou do Capitalismo de Plataformas), onde na essência acontecem, em especial, a extração de três tipos renda: renda de publicidade, propriedade intelectual e renda de infraestrutura. [8]Concretamente, as plataformas digitais atuam como instrumentos; a plataformização e plataformismo como processos; e as plataformas-raiz e as Big Techs como agentes. APPs e APPficação, Startups e Startupização (parques tecnológicos, incubadoras, investimentos de riscos, lógica neoliberal, individualismo) também são processos que possuem intensa relação com a financeirização, num sistema que atua sob o domínio e a égide neoliberal que assim amplia o controle do mercado sobre toda a sociedade.A extração de dados dos usuários (usuários similar ao vício das drogas, mobilizado pela produção de dopamina) é a base desse processo, assim como o uso de vários outros recursos, entre eles o Aprendizado de Máquinas (Machine Learning (ML), Inteligência Artificial (IA), etc. São processos integrados em o uso dos dados através das PDs permitem que as fábricas, lojas, consultórios e escolas entrem em nossas casas, via mídias digitais. Apesar da velocidade destes processos é importante reconhecer que as PDs, a digitalização e a plataformização não são os problemas por si, mas sim o uso e o controle dessas transformações feitas pelos donos dos dinheiros dos investidores e fundos financeiros que estabelecem uma lógica nefasta.Assim, as plataformas digitais e a plataformização estão hoje presentes, em quase todos os setores econômicos e atividades da vida humana. Da produção material, agrícola, pecuária, beneficiamento e indústria, nos serviços e aplicativos de transportes, saúde (consultas e exames), educação (aulas, seminários, gestão e apoio, etc.), lazer, música, filmes (streamings), interação social (mídias sociais), comércio online (e-commerce), etc. Todas essas atividades estão hoje, num grau maior ou menor, intermediadas pelas PDs. Elas entraram em tudo. Não apenas na educação. Em todos esses processos as empresas-plataformas extraem dados, mas o objetivo é, em especial, extrair valor e recolher os excedentes das economias regionais/locais.Figura 4: A Plataformização e APPficação dos negócios (marcas):Foto: ReproduçãoCom o advento da crise sanitária e da pandemia, esse processo foi enormemente acelerado. Aceleração do tempo como dizia Thompson. [9] Ou, como sempre nos lembra o geógrafo David Harvey que se referiu à “compressão do espaço-tempo” a partir dos mecanismos da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) [10]. O que era estimado para acontecer em uma década foi trazido para um ano, um semestre, ou um mês. E no Pós-Pandemia estamos ainda vivenciando o estímulo ao hibridismo, com o avanço da plataformização sobre os mais variados níveis e tipos de ensino no Brasil: do maternal à pós-graduação.4- Contextualizando a inserção da Plataformização na área de Educação, no Ensino Fundamental e Ensino MédioAntes ainda de falar sobre a Plataformização da Educação e dos aplicativos, plataformas digitais e startups educacionais (Ed Techs), é importante registrar, mesmo que brevemente, alguns aspectos e contextos da educação pública nos últimos anos no Brasil, exatamente, quando se ampliou o uso da digitalização na educação através do uso de diferentes plataformas e aplicativos vários estados, níveis e sistemas de ensino público e privado.Trata-se de um contexto Pós-Pandemia em que as deficiências de aprendizagem se aguçaram, em especial no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, ampliando a assimetria entre alunos de escolas públicas e privadas diante das dificuldades de acessos à internet e aos equipamentos cibernéticos. Vazios e empilhamentos fragmentados de conteúdos foram se multiplicando num esforço de ensino de aprendizagem por parte de professores e alunos. Usos de plataformas digitais de forma apressada e naquele momento de medo e que se desejava qualquer forma de romper o isolamento. Vivemos uma fragmentação absurda. Nesse mesmo período, os sistemas de ensino viveram a redução no orçamento de custeio e salários dos educadores; aumento da carga horária e do nº de alunos por professor e, praticamente, nenhum investimento na infraestrutura e nas instalações das escolas públicas. Ao final do isolamento completo, também assistimos ao crescimento da violência nas escolas, propiciada por um ambiente tóxico de ódio em toda a sociedade. As alterações no Ensino Médio em 2016 reforçaram ainda mais a fragmentação e a precariedade que vieram junto de processos de terceirizações, privatizações, sociabilidades estremecidas em termos familiares, geracionais e comunitários. A estranheza cresceu no interior da juventude sobre a compreensão do lugar deles no mundo, surgida do aumento da complexidade derivada da virtualidade das relações sociais intermediadas pelas plataformas, quase a todo tempo e em todo lugar e situações (ritmo 24/7). [11] [12] [13] Tudo isso não parece algo solto no tempo e no espaço. Qualquer análise mais aprofundada sobre esse processo, sugere que nesse contexto se perceba em que condições, se tem efetivado a enorme interconexão entre causas e efeitos decorrentes do avanço da Plataformização da Educação.Gestores e donos das PDEs (Ed Techs) vendem a ideia difusa do progresso e da modernização, a partir da oferta de novas ferramentas de ensino e de uma certa autonomia, em que o trabalho poderia ser feito online (de casa, através do chamado home office), com maior alcance geográfico para dar aulas para outros bairros, municípios e regiões. Junto acompanhava a ainda a vaga sugestão de que esse modelo poderia possibilitar também maiores ganhos financeiros para professores, etc. Esse discurso de vantagens também foi vendido aos alunos, a partir da possibilidade da flexibilidade de horários com o online das PDE e APPs; oferta de cursos mais rápidos, cumprimento de etapas com certificação; oferta ainda de cursos técnicos e superiores com valores acessíveis às famílias de rendas mais baixas, enquanto os donos das PDEs ampliavam seus faturamentos com a massificação das matrículas.Enquanto isso, se assistia a mistura intensa e perigosa entre a vida profissional com a vida pessoal dos trabalhadores da Educação. O ambiente “fidigital” obrigando a esforços para superação de dificuldades com manejo da tecnologia para além da necessidade de domínio dos conteúdos. Professores sendo substituídos por mentores e tutores com diminuição dos postos de trabalho que eram cativos dos docentes; e um controle quase total sobre o trabalho dos professores na forma, conteúdo (neotaylorismo que nesses tempos são exercidos de forma conjunta ao plataformismo) executados pelos donos das PDEs e Ed Techs contratados pelos gestores de sistemas estaduais de ensino. Observa-se assim, um uso indiscriminado e crescente de plataformas digitais educacionais que se alicerçam no velho esquema da “instrução programada”, skinnerização, uso de games e ofertas de conteúdos ligados à ideologia, modos de vida e costumes como educação financeira, escola sem partido, etc. Em síntese esse foi o contexto que as plataformas digitais entraram ou avançaram no ambiente e nos sistemas de ensino no Brasil.5 - Plataformas-raiz (Big Techs) - Plataformização – Startupização da EducaçãoPara entendermos a lógica da plataformização e sua função na área da educação é importante entendermos o papel de um de seus principais agentes: as gigantes corporações do setor de tecnologia, as Big Techs que devem ser vistas como “plataformas-raiz”, em especial as cinco companhias americanas: Google, Facebook, Apple, Microsoft e Amazon. [14] Num nível mais abaixo, estão outras como a Nvidia, Tesla, TSMC, Tencent e Samsung. Sobre suas estruturas se penduram - gerando dependência - as demais plataformas, softwares e aplicativos que sabem que a educação é um filão extraordinário para ganhos e acumulação ampliada. Daí se derivou um processo extremamente potente que ampliou o uso e tornou as Plataformas Digitais ainda mais atrativas já contanto com o avanço da infraestrutura de comunicação digital e o peso da internet móvel e celulares que tornaram ainda mais fácil, o esquema de uso das mídias sociais e aplicativos no ritmo 24/7 em qualquer lugar e horário.Figura 5 - Plataformas-raiz – Big Techs.Foto: ReproduçãoElaboração autor, PESSANHA, 2020. [3] [5] [6].Estima-se que 70% das universidades e sistemas de ensino no Brasil usem as Big Techs, em especial Microsoft, Google e Amazon, como plataformas e APPs de tecnologia que fazem as “pontes” até os estudantes, capturando e guardando dados nas nuvens ao mesmo tempo que interligava pessoas e negócios de todo o tipo. Em termos de armazenamento nas nuvens (datacenters) destas três Big Techs são líderes: Amazon AWS-49%; Google Cloud (28%); e Azzure da Microsoft (16%). As Big Techs há algum tempo disponibilizam dezenas de softwares /aplicativos que são amplamente utilizados na educação: Windows, Office 365 (Word, PPT, etc); Gmail; YouTube; WhatsApp, FB, Instagram, Tik Tok, Meet, Team, Productivity Score (ferramenta de vigilância e comportamental de alunos); Reflect (soft para enviar questionários para avaliação de aprendizagem), etc.A Microsoft possivelmente é a Big Tech mais próxima das universidades e dos sistemas de ensino seguido do Google no Brasil. O soft ClassRoom da Google é também usado para gerenciar turmas, enquanto, o soft Cuppertino (Apple) tem soluções de apoio e capturam inovações pedagógicas e educacionais. Novas soluções seguem buscando transformar o ambiente educacional mimetizando-o para uso digital que em seguida é compartilhado com venda para um público mais amplo. APPs como Power APP, Dynamics 365, Power Virtual, etc., são também muito utilizados. Outras empresas de tecnologia e Ed techs usam softwares e aplicativos que funcionam como acessos às artérias ou avenidas das plataformas-raiz das Big Techs que assim exercem um poder meio que imperial de captura de dados, rendas e valor de educadores e dos estudantes usuários.O uso intenso e a dependência das plataformas-digitais foram constituindo o oligopólio das corporações gigantes do setor de tecnologia. As Big Techs estão no topo da estrutura dessa transformação digital que envolve os diferentes setores da economia e da vida em sociedade. O processo de oligopolização está diretamente relacionado à plataformização e à criação do modelo de negócio vinculado à tecnologia, conhecido como startups que avançam e dependem do financiamento dos capitais de riscos dos fundos de investimentos. O setor de finanças alimenta o setor de tecnologia e acaba sendo também retroalimentado numa “espiral de acumulação infindável” que explica a maior oligopolização da história da humanidade. Desde a Pandemia as gigantes empresas do setor de tecnologia não param de bater recordes em termos de valor de mercado entre os diferentes tipos de corporações em todo o mundo conforme pode ser visto no quadro 1 abaixo.Quadro 1: Valor de mercado comparativo das 10 maiores corporações de tecnologia e óleo/gásFoto: ReproduçãoAs quatro maiores corporações do setor de tecnologia tinham, em maio de 2023, valor de mercado acima de U$ 1 trilhão cada. Juntas, as dez maiores empresas de tecnologia somavam US$ 11,6 trilhões e puxaram muito a valorização das bolsas de valores no mundo, enquanto a economia em geral seguia com pouco dinamismo. Já a soma do valor de mercado das dez maiores corporações de petróleo no mundo somavam apenas U$ 3,7 bi, cerca de três vezes menor. A Pandemia da Covid contribuiu para os dois fenômenos, o freio da economia no geral e a expansão expressiva do valor de mercado das empresas de tecnologia (Big Techs) que na condição de “Plataformas-raiz” se mostraram ainda mais importantes com o isolamento forçado.A ampliação da digitalização em todos os setores da economia, como etapa atual da reestruturação produtiva global, através do processo de plataformização foi levando a transformações dos negócios e ao surgimento de empresas ligadas ao setor de tecnologia que ficaram conhecidas como startups. A parir da ideia de empreendedorismo, do apoio às incubadoras de empresas e parques tecnológicos, vinculados às universidades e aos centros de pesquisas de grandes corporações, com aportes progressivos e seletivos de capitais viabilizaram esse tipo de empresa-plataformas, na condição de startup (empresa de tecnologia de rápido crescimento) no mercado. Assim, é espantoso ver a rápida evolução do número de startups no mundo e no Brasil.Segundo a AbStartups, em 2011 no Brasil haviam 600 startups. Uma década depois elas tinham se multiplicado por mais de 20 vezes, chegando a 13.700 startups em funcionamento em 2021. A grande maioria vinculada a negócios tipo plataformas digitais com atuação em diferentes ramos de atividades e negócios. [15] [16]A evolução deste tipo de negócio de inovação tecnológica, vinculada à tecnologia e ao processo de startupização no Brasil, se deu um pouco antes e foi rapidamente intensificado com o surgimento da Pandemia. Um movimento que veio também acompanhado de um aumento colossal de aportes de capitais de riscos de fundos financeiros, a partir do lançamento de inúmeros editais e rodadas de investimentos para negócios de empresas surgidas na condição startups, com foco em tecnologia e em negócios tipo plataformas.A evolução desse movimento no Brasil foi muito expressivo e pode ser melhor percebido com os dados da evolução do nº de startups na última década. Outro indicador expressivo e que indica a relação com a financeirização é a dos valores e investimentos, em US$ bilhões de dólares, feitas por investidores nestas startups como pode ser visualizado nos quadros abaixo. Startups de diversos tipos se multiplicando, captando investimentos cada vez maiores, ganhando valor de mercado e se tornando rapidamente unicórnios (startup com calor de mercado superior a US$ 1 bilhão). Entre 2018 e 2022 mais de US$ 20 bilhões foram identificados como investimentos em startups no Brasil.Quadro 2: Evolução do nº de startups no Brasil; Quadro 3: Investimentos em startups no Brasil entre 2018 e 2022:Foto: ReproduçãoElaboração do autor. Fonte dos Dados: AbStartups e Consultoria Distrito. [15] [16]São número colossais e que explicam o processo que tenho chamado de startupização que possui lógica própria vinculada diretamente à financeirização. As Startups no setor de tecnologia são vinculadas a diferentes setores e assim são denominadas com uso de expressões em inglês mais o sufixo tech de tecnologia: Finanças (Fintechs); Educação (EdTerch); Saúde e Bem-estar (HealthTech ou MedTech); Agronegócios (AgroTech ou AgTech); Tecnologia da Informação (TiTech); Alimentação (FoodTech); Imóveis (PropTech); Transporte e mobilidade (AutoTetch) ou Logística (LogTech); Direito e legislação (Lawtech ou Legaltech); Energia (EnergyTech); Esportes (SportTech); Gestão de pessoas (HRtech ou RHtech); Construção (ConstruTech); Seguros (InsurTech); Governo (GovTech); Varejo (RetailTech); Publicidade, marketing e anúncios (AdTech ou MarTech); Sustentabilidade (CleanTech); Nanotecnologia (NanoTech); Entretenimento e lazer (FunTech); Moda (FashionTech); Biotecnologia (BioTech); etc.A diversidade de áreas demonstra como a tecnologia é na prática um setor transversal que atravessa todos os ramos de atividade e por isso, através de inovações e plataformas digitais elas desenvolvem inovações e capturam valor no interior destas cadeias produtivas. Assim, é possível identificar que os processos de plataformização leva a outros processos, num efeito em cadeia, diretamente imbricados à financeirização e oligopolização, estes vinculados a processos de fusões e aquisições entre as empresas-plataformas e startups. Para confirmar essa direção, no Brasil já se observa um número crescente de fusões e aquisições de startups que assim se transformam em unicórnios, com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão.Entre as várias startups estão as Plataformas Digitais Educacionais (PDEs) e Startups Educacionais, as Ed Techs. O papel das PDEs e Ed techs é o de fazer a intermediação entre grupos com demanda por formação e/ou certificação com donos e grupos de produtores de conteúdos (PDEs e Ed Techs) que não param de crescer no Brasil, captando investimentos de diversas fontes, mas em especial de fundos financeiros com atuação no Brasil.Desta forma, o Plataformismo como modo de produção capitalista chega também ao setor de Educação. Lá atrás, o Taylorismo/Fordismo já tinha influenciado na organização da escola com a adoção da ideia do seriado (séries), grades curriculares e disciplinas, repetindo a conhecida divisão internacional do trabalho (DIT). A flexibilidade do Toyotismo trouxe a acumulação flexível e a ideia da produção sob demanda (Just In Time). Assim, o Plataformismo pode representar uma nova etapa do MPC que não significa a superação do Taylorismo/Fordismo e nem do Toyotismo, mas, o convívio simultâneo com elas a partir das Plataformas Digitais como novo tipo de negócio financeirizado e digitalizado com eficiência ampliada em relação à antiga linha de montagem, a partir das capacidades simultâneas das PDs como meio de comunicação e meios produção, como uma espécie de nova linha montagem do ambiente digital.Figura 6: Plataformismo – Transformações no Modo de Produção CapitalistaFoto: ReproduçãoElaboração do autor. PESSANHA, 2020. [3]Agora, com o início dessa espécie de “sociedade das plataformas” é possível que essa nova etapa do modo de produção capitalista (MPC) também influencie – de uma forma a ser ainda avaliada e conforme as resistências dos trabalhadores – em novas formas de reorganização da sociedade contemporânea e também do ambiente da escola. Uma observação inicial do que pode estar em curso é a hipótese já pode estar havendo uma certa adaptação, com uso “quase natural” das PDs também no ambiente da Educação, de forma similar ao que já acontece no e-commerce, no uso de aplicativos (APPS) para diferentes tipos de serviços, que seria parte desse fenômeno a que está sendo chamando de Plataformização da Educação.Trata-se de um esquema ou negócio (tipo plataforma) que tende a fortalecer as bases e as condições para uma maior terceirização e privatização, através da contratação de empresas (com tutores), menos professores surgido junto do discurso único neoliberal da redução de custos nos sistemas públicos de educação. Nesse percurso as escolas podem, de forma paulatina e majoritária, saírem da condição de ambientes de aprendizagem para centros de certificação de títulos e cursos. O início desse processo pode já ter se dado através dos cursos livres e extras de línguas estrangeiras, depois matemática básica, redação, robótica, cursos profissionalizantes quase sem laboratórios e sem experiências reais e materiais que garanta uma formação de qualidade, mas passa a ideia difusa do moderno ligado à computação e ao digital. Esse processo segue avançando de forma acelerada para os conteúdos de outras disciplinas e às contratações de empresas-plataformas (Edtechs) pelos sistemas estaduais de ensino.Porém, há que se ter clareza que o que se justificou na Pandemia, não se sustenta mais. Não estamos mais em situação de emergência, em que qualquer medida era melhor que a paralisia e o isolamento entre alunos, professores e a falta de mediação da escola no processo ensino-aprendizagem. Educação é muito mais que que um recurso didático isolado como infraestrutura de intermediação facilitadora da circulação de informações. O conhecimento é algo maior e exige sociabilidade, interação que pode ser auxiliada pelas técnicas digitais e pelas plataformas para melhorar e enriquecer o processo de aprendizagem. A construção do conhecimento é o inverso da fragmentação com acúmulo isolado de fatos e informações. Assim, há que se frear esse ímpeto irresponsável da plataformização a todo custo, no menor tempo possível e implantado à revelia dos educadores.A construção do conhecimento exige o desenvolvimento de capacidades de articulação de saberes, em que a sociabilidade é base indispensável. Assim, é inaceitável que esse processo de intensificação do uso das Plataformas Digitais Educacionais (PDEs) seja guiado pela redução de custos, pela ideia difusa do descarte do papel do professor e pelo ideário neoliberal da produtividade a todo o tempo e em todos os processos.6. As PDEs e Ed Techs no BrasilO Brasil tem hoje quase meia centena de milhões de estudantes nos diversos níveis. Um pouco mais da metade disso (27 milhões) no Ensino Fundamental; 8 milhões no Ensino Médio e cerca também de 8 milhões em graduação. Em 2019, antes da Pandemia, pouco mais de 10% (até 14%) das escolas públicas utilizavam algum tipo de plataforma de ensino à distância ou via aplicativos. Durante a Pandemia, cerca de 80% das escolas iniciaram esse processo. Cerca de 90% dos professores começaram nesse ambiente, sem nenhuma experiência em ensino remoto; 50% tinham uma regular habilidade com técnicas digitais e 42% nenhuma habilidade e/ou conhecimento. Cerca de 70% declararam ter medo e insegurança, mas diante da situação de emergência e pressões exerceram atividades em PDs e PDEs (GIZ-PROGRAD-UFMG, 2021) [17].Hoje, no Pós-Pandemia no âmbito da Educação, em seus diversos níveis, há ainda muitos e complexos desafios. Em especial na Educação Pública e no Ensino Básico. A digitalização quase que obriga a pensar em ampliar e reformular a forma de ensinar. O hibridismo é cantado em versos e prosa como alternativa. A sala de aula que deveria ter mais espaços de investigação, integração, sociabilidades e debates sobre aprendizados coletivos e interativos, está sendo pressionada para um uso maior das PDEs como alternativa quase única. É inaceitável que isso seja feito sem debates e qualquer iniciativa precisa ser um processo paulatino com avaliações periódicas e ampla participação das comunidades escolares. Os percursos não precisam ser iguais, mas não podem ser obrigatórios.Essa geração de crianças, adolescentes e jovens não pode ser penalizada duplamente. Além de viverem o período difícil da Pandemia, é inaceitável e criminoso, ver novamente essa mesma geração de adolescentes e jovens, obrigados também a conviver com experimentações skinnerizadas [18], sem reflexão sobre essas mudanças. Com mais essa fragmentação entre o online e o presencial num mundo em que a transdisciplinaridade é uma necessidade para a qual ainda não tínhamos sequer avançado ou mesmo iniciado.A escola e os sistemas de educação precisam entender melhor as mudanças em curso, inclusive no mundo do trabalho. Evitar a fragmentação e buscar maior integração, sociabilidade, mais reflexão e diálogo entre dirigentes, professores e alunos. Assim, pensar criticamente nos caminhos para essas mudanças.As mudanças com a digitalização do ensino são partes das transformações do MPC em diferentes setores e na sociedade com efeitos econômicos sociais e políticos, entre eles a mais preocupante é a fragmentação do sujeito, a individualização e uma tendência reforçada e ampliada à meritocracia.“A digitalização, as plataformas e o teletrabalho atomizam o mundo do trabalho e fazem de cada trabalhador(a) uma unidade produtiva, um sujeito desagregado e pressionado pelo assédio e pelas ameaças da meritocracia para alcançar produtividade” (GROHMAN, 2020) [7] através das chamadas “entregas”.A tecnologia digital deve ser meio para auxiliar o processo ensino-aprendizagem para assim contribuir no aperfeiçoamento e na qualificação do ensino e a da instituição Escola e não o inverso. O avanço do uso das plataformas, parecem querer mostrar e impor a ideia – mesmo negando - que os sistemas de ensino podem prescindir da da escola e do professor.Há um desafio na sociedade que é o de fazer com que o estudante possa conseguir transitar nesse mundo em profundas transformações. O desafio é também de ajudar os jovens para atuarem num mundo constantemente instável e de transformação permanente. Para os adolescentes e jovens entenderem melhor sua identidade no mundo, seu pertencimento e seus relacionamento com os diferentes, a Skinnerização não tem nada a contribuir naquilo que é mais essencial, apenas com o que é periférico. A construção do conhecimento e a educação é o processo inverso da fragmentação e da individualização, presentes na maioria das plataformas e aplicativos educacionais até aqui. A UFMG empreendeu estudos e pesquisas através de alguns núcleos de pesquisas (em especial da Faculdade de Educação e da Pró-Reitora de Graduação) sobre o tema das Plataformas Educacionais. Uma dessa pesquisas, em 2020, no auge da Pandemia, teve o apoio da CNTE [17]. O Comitê Gestor da Internet no Brasil CGI.br (LabJor da Unicamp) tem estudado e acompanhado o assunto, expondo uma enorme preocupação com o papel crescente e hegemônico das Big Techs e com a falta de estrutura nacional que oriente o uso dessas infraestruturas digitais ligadas à Educação e também ao surgimento de centenas de startups ou Ed Techs (Empresas-plataformas ou empresas-aplicativos) na área de educação. [19]Um estudo (pesquisa) da Abstartup / Deloitte /Amazon, junto com o Centro de Inovação Educacional (CIEB) identificou o crescimento das Ed Techs (Plataformas Educacionais) no Brasil, sob a perspectiva de mercado para oferta destes serviços de PDE, através das startups que, em sua quase totalidade, têm financiamento de investidores dos chamados capitais de riscos. Segundo a Abstartup em 2019, o Brasil tinha 449 EdTechs. Em 2020 já eram 566 EdTechs (+26%); em 2022 tinha chegado a 813 Ed Techs. Ou seja, em três anos (2019-2022) cresceu 81%, conforme evolução mostrada no quadro abaixo:Quadro nº 4: Evolução do nº de Ed Techs no Brasil no triênio 2019 e 2022:Foto: ReproduçãoElaboração do autor. Fontes dos Dados AbStartup. [20]O mapeamento das Ed Techs divulgado pela Abstartup [20] expõe que esse tipo de startup se organiza principalmente por oferta de cursos e níveis: cursos livres (não formais, qualificação e profissionalização) e cursos preparatórios e EaD (Educação à Distância). Atuam nos níveis: Infantil (inicialização e pré-escola até 5 anos); Básico (Fundamental e Médio); Superior (graduação e pós-graduação); Corporativa (gestão, treinamentos específicos e simuladores) e Idiomas (línguas estrangeiras).As EdTechs são classificadas ainda por recursos entre softwares e hardwares. A maior parte são de softwares e plataformas que são ainda classificadas por conteúdos ou ferramentas. Por conteúdos: cursos; jogos; ODA (Objeto Digital Apoio); Sistema de Gestão da Educação (SIG e SIS); Sistema de gerenciamento de aulas; Plataformas Educacionais; Repositório Digital. Por Ferramentas: Apoio à aula; Apoio à gestão; Avaliação do estudante; Auditoria; Colaboração; Conteúdo Pedagógico; Gerenciamento currículo e Tutorial.Do universo de mais de oito centenas de EdTechs, cerca de 70% delas tinham recebido investimentos privados financeiros; 40% recebem entre R$ 500 mil e R$ 2,5 milhão. Na média as EdTechs recebem investimentos de R$ 1,3 milhão. Em 2022 foram registradas 187 aquisições e 13 fusões entre as startups, configurando um processo ainda inicial de oligopolização também no Brasil. No Mapeamento, a consultoria Holon IQ informou que US$ 21 bilhões de investimentos nas startups no Brasil, entre os 2018 e 2022, sendo mais de um US$ 1 bi apenas nas Ed Techs. Os tipos de startups que mais crescem no Brasil estão Ed Techs (15%); Fintechs – Financeiras - HealtTechs (Saúde) com 9% e as TITechs (Desenvolvimento de Tecnologia da Informação (6,7%). A maioria das EdTechs (38%) estão concentradas em SP e no Sudeste (55%). [20]Figura 7 – Mapa da distribuição geográfica das Ed techs no Brasil: Foto: Reprodução7. Processos analisados na perspectiva de totalidade (Plataformização - Startupização - Financeirização e Oligopolização) evidenciam a lógica neoliberal:Através de um olhar mediado com a perspectiva de totalidade para esses processos interligados de Plataformização, Appficação, Startupização (Modelo de Negócio), Financeirização e Oligopolização (Unicórnio (Oligopolização) é possível avançar um pouco mais. Como já foi comentado, os processos de plataformização levam a outros processos num efeito em cadeia, imbricados à financeirização e à oligopolização, vinculados também a processos de fusões e aquisições entre as empresas-plataformas e startups.São vários os casos de startups ligada à educação EdTechs buscando editais e rodadas de financiamento organizada por instituições de apoio à ciência e tecnologia e bancos de fomento. Vale citar um caso divulgado pela revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios em 5 de julho 2023: “Edtech Teachy capta R$ 8 milhões em rodada pré-seed - Investimento foi liderado pela NXTP e teve participação da Roble Ventures. Plataforma lançada neste ano tem o objetivo de facilitar o trabalho dos professores”. [21]Ao observar esses movimentos é possível interpretar e analisar a superestrutura desse sistema, a partir de uma perspectiva de totalidade, identificando onde se situam as Plataformas Digitais Educacionais e EdTechs como ferramenta; como elas desenvolvem os processos de plataformização de forma imbricada à financeirização e como essa relação produz a tendência de oligopolização que surgem a partir de fusões e aquisições de empresas similares e concorrentes. Esses movimentos e articulações estão expostos no esquema gráfico da figura abaixo, desde as Big Techs às pontas do sistema após passar pelos processos descritos.Figura 8: Esquema gráfico dos processos integrados a partir das Big Techs e seus financiamentosFoto: ReproduçãoElaboração (em construção) do autor. PESSANHA, 2023.Ainda numa leitura mais ampla e numa perspectiva de totalidade é possível entender esses processos como responsáveis pelo que venho denominando junto com outros pesquisadores, como o tripé do capitalismo contemporâneo. Nele, a fase atual da reestruturação produtiva pode ser vista pela intensificação da digitalização e pelo o desenvolvimento do Plataformismo como nova etapa do MPC, em movimento conjunto com a hegemonia financeira que é decorrente do modus operandi da financeirização nos negócios. Juntos, eles forma uma trilogia de movimentos sob a lógica e a égide do neoliberalismo, sustentados nos princípios da desregulação, controle do mercado e no discurso único sobre a redução de custos, terceirização e privatização da vida em sociedade. Portanto, diante dessa realidade empírica não é difícil identificar a Plataformização da Educação como parte desse processo mais amplo.Figura 9: Tripé do capitalismo contemporâneoElaboração PESSANHA, 2022.Esse tripé que vem sustentando o capitalismo contemporâneo é composto de diversas outras tríades que expõem as diferentes dimensões e escalas em que esse fenômeno vem se desenvolvendo e produzindo deslocamentos (DOWBOR, 2020) [22]. Porém, na essência observa-se que esse movimento tem contribuído para ampliar as capacidades do andar superior das finanças em aumentar seus lucros, apropriar mais renda e valor e, assim constituir regimes mais potentes de acumulação e hegemonia financeira em aliança à dominação técnico-digital que assistimos no presente e está exposta nesse ensaio. 8- Tendências /Riscos com ampliação do uso das PDEs (Ed Techs) e recursos do ML, IA e ChatGPTDialeticamente, a tecnologia digital é muito atrativa e tentadora. Ela nos liberta e simultaneamente nos aprisiona. Os acessos à informação e à comunicação são, ao mesmo tempo, remédio e veneno, nos lembra Pierre Lévy. Com essa perspectiva e diante da leitura de que é possível aproveitar os recursos das tecnologias, mas noutra direção, é que se apontará a seguir nesse texto, um conjunto de tendências e riscos que a ampliação desenfreada do uso das Plataformas Digitais e Aplicativos Educacionais (PDEs e APPs) da EdTechs trazem para todos. Sem os cuidados necessários, com velocidade e experimentalismos inaceitáveis e sem diálogo com os docentes e alunos (e suas representações) esses movimentos de plataformização podem estar conduzindo a Escola e os sistemas de ensino público no Brasil contemporâneo a caminhos indesejáveis. Com essa preocupação (e em síntese) lista-se abaixo um conjunto de tendências e riscos que em parte já foram abordados no presentes texto:a) Nossos dados são a chave para soluções adotadas pelas PDE, Ed Techs, com uso dos BD, ML, IA e ChatGPT.b) O Aprendizado de Máquina (ML), a Inteligência Artificial e os aplicativos tipo ChatGPT e similares tendem a avançar na linha de atender às necessidades individuais – princípio o neoliberalismo – em ritmos próprios de aprender a ler, contar (matemática) e de maior acesso a conhecimentos gerais e flexibilidade de lugar e hora para aprender.c) Tendência de ampliação da gamificação (simuladores, jogos) como modelo para a Escola e para a vida em sociedade incorporando a lógica da competição e redução da autonomia.d) Avanço das startups EdTechs (já são 1º em crescimento entre as startups) com transformação digital da sala de aula através da Plataformização paulatina da escola e da Educação.e) EdTechs tendem a crescer como instrumento do discurso sobre o empreendedorismo na formação do aluno como sujeito que se faz por si próprio – fábrica do sujeito neoliberal (DARDOT e LAVAL, 2017) [23] – acompanhado de cursos e instruções de educação financeira, saúde, etc.;f) EdTechs vão passar a entrar nos ambientes virtuais – Metaverso – Realidade Aumentada (RA) e Virtual (RV) com aulas em viagens ao redor do mundo; viagens especiais e setoriais coma promessa de oferta de habilidades cognitivas complementares aos alunos.g) Tendência de ampliação da mistura entre Educação e treinamento corporativo apresentadas como qualificação para o Trabalho como já define as questionadas diretrizes do Ensino Médio; Tendência da lógica de educação mais empresarial e não do trabalho como princípio educativo;h) Maiores pressões para o aumento das terceirizações e contratações de Ed Techs com tutorias em substituição ao professor;i) Tendência paulatina de que algumas escolas possam se transformar, quase que apenas, em centros de certificação de títulos, cursos e níveis de ensino;j) Ampliação do modelo de ensino híbrido, com fragmentação do ensino; tendência de guetificação de grupo de alunos; maior individualismo, competição, gamificação, skinnerização e meritocracia que seguem o ideário neoliberal. Ao inverso, tendência para uma maior dificuldade para formação coletiva, sociabilidade e organização social e comunitária.k) Tendência de des-reponsabilização da escola a partir do ensino-aprendizagem mais centrado numa lógica do aprendizado contínuo (Lifelong Learning) também fora da sala de aula.Estes riscos e tendências, evidentemente, não são processos inexoráveis. Os questionamentos e as resistências à lógica produtivista de uma Educação desvinculada da preocupação real pela melhoria da Educação está se ampliando, assim como a disposição para se construir uma formação cidadã que nos leve a percorrer caminhos diferentes em nossa sociedade.9 - O que fazer diante dessa realidade?O contexto em que vivemos no Brasil em 2023, após superar os momentos duros da Pandemia e de ameaças mais forte e concretas do fascismo e do desmonte das políticas públicas, executadas pela extrema-direita em todas as áreas no país, em especial da Educação e, diante das tendências, ameaças e riscos ainda presentes e, em parte listadas acima, é necessário pensar, discutir e apontar, ao menos, alguns caminhos. Não apenas para resistir, mas ir adiante, também formulando e colocando em movimento, ações críticas e contra-hegemônicas, a favor dos trabalhadores e da maioria da nossa sociedade. Assim, esse ensaio será finalizado com a indicação de algumas sugestões iniciais, para que elas possam ser discutidas no âmbito da organização dos trabalhadores da educação enquanto estratégias e mobilizações: a) Acompanhamento, análise e avaliação crítica do processo de plataformização da educação com a implantação e uso crescente das Plataformas Digitais Educacionais nas escolas. O mecanismo de monitoramento pode envolver educadores, pais e alunos (em especial do Ensino Médio) e deve seguir levantando dados sobre os tipos de plataformas educacionais utilizadas no Paraná, outros sistemas de educação estaduais, escolas privadas e outros níveis e tipos de ensino (EaD, Ensino Tecnológico e Profissionalizante, etc.). Reunir depoimentos, registros e avaliação dos educadores, pais e alunos sobre a implantação e utilização das PDEs em escolas de diferentes regiões e municípios por tipos de direção, gestão da escola (período integral e parcial) e ensino: Fundamental e Médio e por vinculação às diferentes disciplinas. Constituir banco de dados sobre as empresas (e seus donos) proprietárias das PDEs (as EdTechs) por tipo e valor dos contratos, feitos junto à Secretaria Estadual de Educação. Acompanhamento dos valores efetivamente gastos pelo poder público para a contratação, licenciamento (assinatura) para uso das PDEs. Organizar banco de dados sobre problemas e soluções identificadas para o uso sistemático destas PDEs, assim como os mecanismos de by-pass adotados por professores e alunos para fugir ao controle dos sistemas e algoritmos sobre o trabalho docente e rendimento dos alunos. Identificar e registrar de forma clara os processos de precarização e espoliação do trabalho educativo decorrentes do uso das PDEs. b) Constituição de um acervo gerado a partir deste levantamento permanente de dados e indicadores referentes à plataformização poderão compor uma espécie de Observatório da Plataformização da Educação, coordenado por um comitê ou, até eventualmente, por uma institucionalidade mais robusta tipo fundação ou instituto a partir de avaliação da categoria e direção do sindicato. c) Ampliação do conhecimento dos educadores, pais e alunos, sobre o que representa o avanço da plataformização da educação, da forma como vem sendo conduzida, para todas as partes envolvidas. O objetivo deste trabalho poderá ser o aumento da mobilização para uma maior pressão junto à gestão do sistema de educação estadual, no sentido de garantir mecanismos de auscultação permanente e participação dos educadores, pais e alunos nas decisões sobre a implantação destas plataformas digitais educacionais na rede pública. d) Definir como premissa das pesquisas, investigações e dos registros, a identificação da hipótese do crescimento da fragmentação, individualismo ou individualização, skinnerização e redução da capacidade de reflexão na avaliação do processo de plataformização. Nessa linha também ter como direção a observação do avanço dos gastos com a plataformização, a terceirizações e privatizações do trabalho (mentoria e tutoria), serviços e estruturas das escolas do sistema. e) Trabalhar com a hipótese de desenvolver plataformas educacionais sustentadas em direções e perspectivas distintas da maioria dessas que estão sendo disponibilizadas. Que projetem a perspectiva alternativas de uma educação por projetos transdisciplinares e multidisciplinares e com uso de formas e fórmulas de integrar e não dispersar e fragmentar a construção do conhecimento; e também com a perspectiva de ampliar a sociabilidade consorciada (digital e presencial ou fidigital) e a organização comunitária. Para fechar, em síntese, uma sugestão bastante interessante feita pelo professor Cleiton Denez, secretário executivo de Formação Pública Sindical e Cultura, no curso do debate no seminário da APP Sindicato, para lema da estratégia de mobilização e de superação da realidade atual e constatada. Parodiando o geógrafo Milton Santos, num dos seus livros “Por outra globalização” [24], Denez sugeriu um excelente mote de campanha: “Outra plataformização é possível!”.10 – Considerações finais: “outra plataformização é possível!”Pelo exposto aqui nesse ensaio, é possível sustentar que o processo de Plataformização da Educação tem similaridades com aqueles que estão se desenvolvendo noutros campos de atividades entre causas e consequências diversas, mas também algumas particularidades. A análise sobre a dimensão do trabalho e sua organização diante do incremento do uso das plataformas digitais, necessita ser melhor estudada e aprofundada, em especial no que diz respeito às consequências para a classe trabalhadora que está sendo fortemente impactada com o avanço da digitalização e da financeirização no mundo contemporâneo. O trabalho e o trabalhador estão sendo deslocados e enormemente pressionados, para uma condição de extração de ainda mais valor.O campo da Educação não pode ser investigado apenas como atividade econômica e/ou como um tipo específico de serviço que agora se utiliza das plataformas digitais como instrumento, mas como um trabalho vinculado ao processo civilizatório e ideológico de grande interesse da classe trabalhadora. Os educadores dependem do seu trabalho para sobreviver, enquanto classe, mas também enquanto trabalhadores, são aqueles que constroem o conhecimento e têm responsabilidades para a formação das novas gerações de trabalhadores.Ao levantar e analisar os movimentos ligados às PDEs que produzem o fenômeno da Plataformização no campo da Educação, é importante que se identifique as EdTechs como negócios de tecnologia digital na área de educação que vendem o discurso da modernização, da otimização da aprendizagem e da redução de custos e do papel do Estado. Nesse sentido, a lógica da plataformização agiliza e disponibiliza os fluxos de informações, mas não garante interação e a formação dos sujeitos. Essa lógica tem levado à fragmentação que ao contrário do desejado, tem reforçado as dificuldades de aprendizagem.Tratam-se de processos que podem servir bem aos negócios do e-commerce/marketplace, a alguns serviços, mas não servem como solução única, ao processo que exige interação social como é o caso da Educação. A fragmentação amplia as dificuldades para a reflexão e elaboração do pensamento reflexivo e crítico que exige múltiplas atenções, conexões e capacidade de formulação para interpretação e inter-relação entre os fatos. Conhecimento é o inverso da fragmentação. O ser humano não pode ser meio e sim o sujeito com capacidade de leitura, reflexão e interpretação. Até a etapa do Ensino Médio, como parte da Educação Básica, é difícil aceitar e imaginar o processo educacional apartada ou com reduzida sociabilidade pessoal.Após a Pandemia, se percebe que a Educação vem sendo empurrada, diuturnamente, para o modelo híbrido, quase que como discurso único e sem alternativas. A pandemia ajudou a nos encaminhar para um modo mais individualista de ser e de viver com menos interações sociais presenciais. Porém, a Escola precisa permanecer sendo um Espaço em que se aprende mais com o convívio no ambiente de aprendizagem do que com o conteúdo e apenas através da relação professor-aluno ou aluno-máquina cibernética. É preciso enfrentar com todas as forças, a fragmentação, a dispersão e o sentimento de distopia. As PDEs podem servir de auxílio a esse processo, como complemento, mas nunca de substituição.As máquinas cibernéticas têm mais habilidades para analisar e processar enormes volume de dados. Elas podem dar ao sujeito opções de escolhas, para os quais os educandos precisam ser preparados para decidir e escolher caminhos.Ninguém quer ser comandado por aplicativos e algoritmos, muito menos os professores e os nossos alunos. Os donos de plataformas e startups estão em sua maioria desenhando sistemas para extrair mais valor de interfaces cibernéticas que incluem o ML, IA e ChatGPT como modelos sofisticados de linguagem.Além de tudo isso, não é admissível a covardia em submeter os estudantes desta mesma geração, que acabou de sair de um longo período de isolamento e com diversos problemas de aprendizagem, socialização e pressões mentais e transforma-los num depositário de experimentos tecnológicos a serviço do capital. Deve-se ter a clareza que os aplicativos e as plataformas digitais não são um problema em si. Não se deve repetir os ludistas que tentaram quebrar as máquinas no início da revolução industrial, a saída agora também não é quebrar os computadores e jogar fora os celulares. O grande problema é o uso da tecnologia controlado por grupos empresariais e financeiros que sob uma lógica neoliberal, passam a querer dirigir os sistema de educação.O papel da ESCOLA tem que ser cada vez mais, o de preparar o SUJEITO para desenvolver o pensamento crítico. Pensamento crítico significa conhecimento e habilidades para manter o protagonismo e a capacidade de escolhas do ser humano (educando). Os sujeitos podem receber e se interagir com as máquinas cibernéticas e com os algoritmos, em vez de apenas receberem ordens destes. Assim, coletivamente é possível entender que ao contrário do que se pode imaginar, o papel do ESCOLA se amplia e deve ser ainda mais essencial, ao invés dessa visão de descarte paulatino do educador e da escola, quase que apenas para certificação. Outra plataformização inclusiva, participativa e com ideário coletivo, solidário e transformador é possível, assim como um outro mundo também é possível. Sigamos na luta e em frente!Notas e referências:[1] Encontro temático “Tempos Digitais" com mesa-redonda intitulada “Plataformização na Educação”, organizado pelo Laboratório Formação em Docências no Ensino Superior (GIZ-PROGRAD-UFMG) e Pró Reitoria de Graduação da UFMG, em 21 de maio de 2021. O encontro temático teve a abertura da pró-reitora de Graduação, professora Benigna de Oliveira e a mesa-redonda foi mediada pelo educador Marcos Vinícius Tarquínio (UFMG), coordenador do LabDocências-UFMG e contou com a minha participação e dos professores-pesquisadores, Marcos Alves (UFMG) e Leonardo da Cruz (UFPA). A gravação do evento pode ser vista neste link: https://www.youtube.com/watch?v=vOYlyQWbfF4[2] Um texto com a síntese da minha participação e título Plataformização da Educação foi publicado no meu blog e no Portal 247 no dia 25 de maio de 2021. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2021/05/plataformizacao-da-educacao.html[3] PESSANHA, Roberto Moraes. Inovação, financeirização e startups como instrumentos e etapas do capitalismo de plataformas. In. Geografia da Inovação: territórios, redes e finanças. P.433-468. Rio de Janeiro. Consequência, 2020.[4] CASTELLS, M. A sociedade em rede. Paz e Terra: São Paulo. 2002.[5] A expressão “vampirismo digital” representa a substantivação de fenômenos observados em que se pretende apreender e debater os significados desses processos e fenômenos em curso e não a construção de conceitos e/ou categorias para uma análise teórica mais profunda, embora igualmente válida. A expressão “vampirismo digital” aparece no ensaio como símbolo da extração de renda e valor exercida pela tecnologia digital. O termo é mais comentado num outro texto:PESSANHA, Roberto Moraes. Commoditificação de dados, concentração econômica e controle político como elementos da autofagia do capitalismo de plataforma. Revista ComCiência do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp e SBPC. Disponível em: http://www.comciencia.br/commoditificacao-de-dados-concentracao-economica-e-controle-politico-como-elementos-da-autofagia-do-capitalismo-de-plataforma/.[6] PESSANHA, R.M. Disputa no e-commerce de varejo no Brasil: entre o intangível do digital e a materialidade da infraestrutura de logística. In: Marcas da Inovação no Território, Vol. II (P.45-71). Editora Letra Capital. Rio de Janeiro. 2020.[7] GROHMANN, Rafael. Plataformização do trabalho: características e alternativas. In: Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. BoiTempo. São Paulo, 2020.[8] SRNICEK, N. Valor, renda e capitalismo de plataforma. Revista Fronteiras – estudos midiáticos. Vol. 24 Nº 1. Janeiro-abril 2022. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/fronteiras/article/view/24920[9] THOMPSON, E. Costumes em comum: estudos sobre cultura popular tradicional. Companhia das Letras. São Paulo, 1998[10] HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: BoiTempo, 2005.[11] Artigo de Giuseppe Luca Scafiddi publicado em 17 fev. 2020, no portal Outras Palavras. Cronofagia: O roubo do tempo, sono e ideias. Disponível em: https://outraspalavras.net/mercadovsdemocracia/cronofagia-o-roubo-do-tempo-do-sono-e-das-ideias/[12] CRARY, Jonathan. 24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono. Ubu. São Paulo, 2016.[13] CRARY, Jonathan. Terra arrasada: Além da era digital rumo a um mundo pós-capitalista. Ubu. São Paulo, 2023.[14] MOROZOV, Evgeny. Big Techs: A ascensão dos dados e a morte da política. Ubu Editora. São Paulo, 2018.[15] ABSTARTUPS. Associação Brasileira de Startups. Disponível em: https://abstartups.com.br/[16] Distrito. Consultoria em startups. Disponível em: https://distrito.me/startups[17] Pesquisa da UFMG/CNTE sobre o trabalho docente da rede pública pela via digital aponta precariedades, intensificação e baixa participação dos estudantes. Divulgada no Portal 247, em 16 de julho de 2020 com o título: Ensino digital na pandemia: precariedades e baixa participação dos estudantes. Disponível em: https://www.brasil247.com/blog/ensino-digital-na-pandemia-precariedades-e-baixa-participacao-dos-estudantes. Em meu blog, 16 de julho de 2020, comentei alguns dados e indicadores dessa pesquisa com um texto com o título: Pesquisa da UFMG/CNTE sobre o trabalho docente da rede pública pela via digital aponta precariedades, intensificação e baixa participação dos estudantes. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2020/07/pesquisa-da-ufmgcnte-sobre-o-trabalho.html[18] A expressão skinnerização é a leitura de um processo deriva das ideias do psicólogo behaviorista americano Burrhus Frederic Skinner. B. F. Skinner foi professor na Universidade Harvard de 1958 até sua aposentadoria, em 1974. Skinner considerava o livre arbítrio uma ilusão e ação humana dependente das consequências de ações anteriores. Para Skinner a educação devia ser planejada passo a passo, de modo a obter os resultados desejados na "modelagem" do aluno. Em síntese, Skinner acreditava na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano.[19] CGI. COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL – CGI.br. Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR - NIC.br. Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação – Cetic.br. Disponível em: https://cgi.br/publicacao/pesquisa-sobre-o-uso-das-tecnologias-de-informacao-e-comunicacao-nas-escolas-brasileiras-tic-educacao-2021/https://cgi.br/media/docs/publicacoes/1/20220929112852/educacao_em_um_cenario_de_plataformiza%25C3%25A7ao_e_de_economia_de_dados_problemas_e_conceitos.pdfhttps://cgi.br/media/docs/publicacoes [20] Mapeamento das Ed Techs 2022: https://abstartups.com.br/wp-content/uploads/2022/11/MAPEAMENTO-EDTECH-1.pdf[21] BRITO, Carina. Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios (PEGN), em 05 Julho 2023. Edtech Teachy capta R$ 8 milhões em rodada pré-seed. Investimento foi liderado pela NXTP e teve participação da Roble Ventures. Plataforma lançada neste ano tem o objetivo de facilitar o trabalho dos professores. Disponível em: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/07/edtech-teachy-capta-r-8-milhoes-em-rodada-pre-seed.ghtml[22] DOWBOR, L. O capitalismo se desloca: novas arquiteturas sociais. Ed. Sesc. São Paulo, 2020.[23] DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: BoiTempo, 2017.[24] SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Record. Rio de Jan[1] Pesquisador e professor titular aposentado do Instituto Federal Fluminense, doutor pelo Programa de Políticas Públicas e Formação Humana, PPFH-UERJ.

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Brasil 247

2023-07-11T19:52:25-03:00

b247-445604

Lula deve apresentar Plano de Transição Ecológica em reunião com representantes de países da União Europeia e da América de Sul

https://www.brasil247.com/meioambiente/lula-deve-apresentar-plano-de-transicao-ecologica-em-reuniao-com-representantes-de-paises-da-uniao-europeia-e-da-america-de-sul

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Veja algumas medidas do chamado “Plano Verde”

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Agenda do Poder - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar na reunião de cúpula com os países da América do Sul e da União Europeia, a ser realizada na Bélgica na próxima semana, o Plano Verde, um plano de transição ecológica traçado pelo governo federal e anunciado hoje pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad em entrevista na GloboNews.Após o arcabouço fiscal e a reforma tributária, o governo federal já trabalha as bases desse grande projeto de transição energética para modernizar a economia brasileira rumo ao desenvolvimento sustentável. Haddad comentou alguns dos pontos do chamado “Plano Verde”:O projeto prevê o Programa “Sol para Todos”, para substituir parte da tarifa social da energia elétrica para implementar painéis solares em bairros das periferias das cidades;Integração da América do Sul em projetos de bioeconomia na Amazônia;Fim dos lixões até 2024;Energia eólica em alto-mar;Plano Nacional de Fertilizantes: a proposta é reduzir a dependência brasileira de fertilizantes nitrogenados, incentivando a prospecção de fósforo, potássio e bio-insumos;Fusão do Plano Safra com e Plano de Baixo Carbono: esses planos, atualmente, existem de forma separada;Eletrificação do transporte nas cidades e nos estados ePrograma de pesquisa e mineração para reduzir dependência externa e prospectar minerais que estão sendo muito utilizados, como o lítio.Entre as ações, também estão um tributo sob o carbono, premiação para estados e municípios em redução de tributos proporcional ao tamanho da área verde e um programa de obras públicas para reduzir os desastres naturais.Fernando Haddad considera que pode ser grande marca do governo Lula.* Com informações do G1

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Brasil 247

2023-07-11T19:51:28-03:00

b247-445603

O não depoimento de Mauro Cid

https://www.brasil247.com/charges/o-nao-depoimento-de-mauro-cid

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Brasil 247

2023-07-11T19:51:12-03:00

b247-445602

“Então eu sou comunista”

https://www.brasil247.com/blog/entao-eu-sou-comunista

O Padre Milton foi acusado de ser comunista, um pecado mortal para os incivilizados apoiadores da ditadura e para seus lacaios

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“se oferecer alimento a quem tem fome, acolher os miseráveis e os pecadores é ser comunista, então sou comunista; se operar para que cada pessoa tenha dignidade, emprego, casa, saúde e educação é ser comunista, então sou comunista.” Padre Milton SantanaA estupidez viceja, tem sido comum esbarrar em gente sem discernimento ou senso, que reproduz múltiplas asneiras. E o pior: algumas dessas pessoas pertinho de nós, não sabíamos que elas eram tão estupidas. O que elas têm em comum? São majoritariamente bolsonaristas ou antipetistas. A estupidez é legado toxico de Bolsonaro, e ela, aliada da mediocridade, alimentada pela vileza, ressuscitou porcarias como as teorias da Escola Superior de Guerra (vou escrever sobre isso noutro momento). Há pessoas, de todos os graus de informação e formação, que acreditam que há no país um exército comunista pronto para tomar o governo; que Lula editou um decreto que vai “tomar nossas casas e nossas fazendas”, que o STF é um órgão fraudador que garantiu a vitória de Lula e que a família Bolsonaro é “o caminho a verdade e a vida”, dentre outras tantas bobagens.Essa é a extrema-direita: criminosa.Do fundo do meu coração tento conversar com pessoas que, de boa-fé, deixaram-se cooptar pelo mal que o olavismo, integralismo e o bolsonarismo representam; recorro a documentos históricos, conteúdos jornalísticos idôneos, até geopolítica estou estudando para conversar, mas aos zumbis bastam as “informações” de WhatsApp e os conteúdos mentirosos do Facebook ou do Instagram. A última asneira que li veio da Bahia. Um conhecido, quase septuagenário, referindo-se ao Lula escreveu: “Ele mesmo falou que estava preparando para tornar o nosso país comunista. Ele falou em alto e bom som que tem orgulho de ser chamado de comunista e agora, junto com Alexandre o Grande, a censura já está sendo implantada.”. Espero que o meu amigo não tenha enviado essas sandices para mais ninguém, pois é muita estupidez dita por alguém de tão bom coração e que mudou-se para Salvador para viver o ocaso da vida com apenas “um velho calção de banho”, com “um dia pra vadiar”, pois Lula não é comunista. Quase metade da população brasileira acredita que é governada por um comunista, e Lula também não ajuda, pois faz de tudo para manter como “verdade”, que fez parte da narrativa da campanha de Bolsonaro.O escritor Fernando Morais, autor da biografia "Lula" (Volume 1) afirmou: "Lula nunca foi um comunista e nunca o será. Em toda a sua vida, ele nunca teve qualquer relação com o Partido Comunista". Oliver Pieper escreveu no www.dw.com que Fernando Morais conhece “o antigo e novo Presidente” há quase meio século e que ele perguntou a Lula, na véspera da sua prisão por alegada corrupção, em 2017, se ele era ou não um comunista de coração. A resposta de Lula foi: "Em 1980, eu tinha meio milhão de trabalhadores atrás de mim, e impedi uma greve. Se eu fosse comunista, teria então iniciado uma revolução”.Lula é um líder popular, mas é um líder social-democrata que tende ao centro, tanto que transita bem em ambientes antinômicos. Não se pode esquecer que durante o seu primeiro período na presidência, mesmo com toda força dos programas sociais, Lula praticou uma política econômica neoliberal. A confirmar podemos lembrar da reforma da previdência em 2003, cujo efeito político foi a expulsão dos membros de extrema esquerda do PT que se recusaram a votar sobre as reformas e que durante a administração Lula, os bancos e as grandes empresas brasileiras registaram lucros recorde. Isso não me parece coisa de comunista. E que fique claro: se Lula fosse comunista não haveria nenhum problema, afinal foram os comunistas, ao lado dos capitalistas, que derrotaram o nazismo e o fascismo na II Guerra Mundial.Contudo, é possível que nesse novo período na presidência Lula aprofunde as políticas sociais, mas não haverá ruptura com o capitalismo, apenas as críticas típicas de um social-democrata cioso pela consolidação de um Estado de bem-estar social.Para fazer com que o meu amigo que vive em Salvador compreendesse que Lula não é comunista uso uma parábola.Jesus, usava as parábolas para que as pessoas compreendessem e vissem o que olhavam; uso a parábola como narrativa simples e breve, dotada de um conteúdo alegórico, com a finalidade de esclarecer.Vamos à parábola. Quem é de Campinas, nascido ou não, já ouviu falar do Padre Milton Santana, pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima. Ele foi preso, torturado pela ditadura militar perdendo uma das vistas, pois ele acabara de submeter-se a cirurgia de catarata e apanhou muito.O Padre Milton foi acusado de ser comunista, um pecado mortal para os incivilizados apoiadores da ditadura e para seus lacaios. Eles queriam que ele denunciasse uma professora por supostos atos subversivos. Ele negou ser comunista, afirmou-se cristão; disse que sua prática era aquela que cristo ensinou, que sua missão era pela justiça e pela liberdade para os pobres, afinal, Jesus esteve ao lado dos pobres, dos desvalidos e enxotados desde o seu nascimento; ainda ouço Padre Milton dizer: “Os verdadeiros cristãos devem seguir a Jesus de Nazaré mantendo em seus corações o desejo de servir e não de ser servido”. Os gorilas do DOPS, o prenderam e torturaram cruelmente nas dependências da Escola de Cadetes. Os torturadores diziam: “você oferece refeição para centenas de pessoas diariamente; aceita na sua igreja pobres, sindicalistas, moradores de cortiços, prostitutas, você abriu a igreja para grupos e alcoólicos anônimos, visita presidiários, doentes, ouve todos indistintamente; criou um ambulatório de puericultura; critica o exército e defende a liberdade de expressão; você é sim um comunista”. Em resposta Padre Milton teria dito: “se oferecer alimento a quem tem fome, acolher os miseráveis e os pecadores é ser comunista, então sou comunista; se operar para que cada pessoa tenha dignidade, emprego, casa, saúde e educação é ser comunista, então sou comunista.”.Seremos todos comunistas? Segundo a obtusa lógica dos gorilas e dos incivilizados que reproduzem estultices, ser sensível às questões sociais, manter a opção preferencial pelos pobres - uma das marcas mais singulares da Igreja latino-americana, cunhada a partir do Concílio Vaticano II -, faz de nós comunistas, sendo assim...Essas são as reflexões.

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Brasil 247

2023-07-11T19:35:28-03:00

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A Economia do Hidrogênio, lendo e aprendendo (parte I)

https://www.brasil247.com/blog/a-economia-do-hidrogenio-lendo-e-aprendendo-parte-i

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O hidrogênio vem sendo considerado o pilar da descarbonização

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O novo laboratório de hidrogênio verde da UFSC (*)Diante da possibilidade de longo prazo de convivermos com a economia do hidrogênio, o IPEN – Instituto Nacional de Pesquisas Energéticas e Nucleares começou a se envolver com o tema no final da década de noventa. Trinta anos se passaram até a recente publicação do livro de Marcelo Lunardi, "A Economia do Hidrogênio", que nos ajuda a entender um pouco do desafio que está batendo na nossa porta e que vai fazer parte do nosso futuro. (**)Por não dominar o assunto, mas por interesse em promove-lo, li e reli o livro de forma a poder entender melhor o que temos pela frente. Como toda a grande transformação, só a escala viabiliza. Sem ela a mudança não acontece, ficando limitada a academia e centros de pesquisa. Quanto a escala, ela só se dá se a inovação que está sendo proposta é acolhida pela sociedade. Muitas vezes não se consolida, mesmo sendo economicamente viável. (***)As preocupações e observações acima relatadas servem para direcionar o foco e contribuir na identificação das melhores escolhas a serem feitas. Vamos ao livro:- O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostra que o mundo provavelmente atingirá ou excederá 1,5graus centígrados de aquecimento nas próximas duas décadas, e 90 países estão comprometidos com as metas de zero emissão até 2050.- O hidrogênio vem sendo considerado o pilar da descarbonização e, desde de fevereiro de 2021, foram anunciados, em todo o mundo, 131 projetos de grande escala, em um total de 359 projetos e investimentos de cerca de US$500 bilhões até 2030.- Mais de trinta países possuem estratégias para o hidrogênio, e a capacidade de sua produção pode ultrapassar 10 milhões de toneladas/ano em 2030. Até 2050, a demanda por hidrogênio verde (de origem renovável) deverá chegar de 300 milhões de toneladas/ano (nas previsões mais pessimistas) e a 800 milhões de toneladas/ano (no cenário mais otimista), promovendo o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.- Particularmente, o que torna o setor do hidrogênio verde muito atrativo é sua ampla cadeia de valor, que incluí os setores elétricos e o de gases industriais. Um hub de hidrogênio verde representa um cluster de energia, envolvendo plantas de dessalinização e de aproveitamento de água de reuso, parques de energia renovável, plantas de eletrólise da água, reforma de biocombustíveis, gasificação de biomassa e de resíduos plásticos.- Por meio de processos chamados power to x, o hidrogênio pode ser usado também para produção de combustíveis sintéticos, como diesel sintético, querosene de aviação e metanol. Pode produzir amônia, utilizada na produção de fertilizantes. A produção tradicional de amônia utiliza gás natural ou carvão para produzir hidrogênio, bem como para gerar energia. Como resultado, a produção tradicional de amônia é uma das indústrias que mais emitem carbono no mundo. No Brasil, o setor de fertilizantes importa 80% da amônia e seus derivados, causando um déficit histórico na balança comercial. O setor de hidrogênio verde abre as portas para a produção da amônia verde nacional.O tema hidrogênio, não tem fim. Ele vai perdurar no tempo. O Brasil tem um imenso potencial para liderar esse processo na América Latina. Já lideramos a produção de energia eólica e solar, fontes renováveis fundamentais na produção do hidrogênio verde como da amônia verde. O laboratório de hidrogênio da UFSC, a ser inaugurado em breve, colocará a universidade à frente do processo como ocorreu com o desabrochar da energia solar. A FURG, em Rio Grande, tem tudo para ocupar também um papel relevante de pesquisa e desenvolvimento na busca da amônia verde. As primeiras conversas já começaram.(*) São três os laboratórios para pesquisa, disseminação do conhecimento e formação de mão de obra a serem inaugurados no segundo semestre: o da UFSC, da UFRJ e da federal de Itajubá. Os recursos foram disponibilizados pelo governo da Alemanha. A foto acima registra esse bom momento. Sapiens Park, Praia da Cachoeira do Bom Jesus, Florianópolis.(**) O professor Marcelo Linardi, é pesquisador Emérito do IPEN, desde 2019. Formado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (1983), mestrado pelo ITA (1987), doutorado pela Universitat Karlsrube (1992) e Pós-Doc pela Universidade de Darmstadt, na Alemanha, em 1998.(**) Quando criamos o Instituto IDEAL em Florianópolis (12/02/2007), foi com o objetivo de promover a energia solar em larga escala no país. Até então restrita a poucas universidades, UFSC, UFRGS, USP, UFPA, sem escala e sem preço competitivo, só começou a ganhar mercado em 2015. Atualmente é a fonte de energia que mais cresce no Brasil. PS – O IPEN/CNEM é uma instituição pública de pesquisa técnico científica, fundada em agosto de 1956. Gerido tecnicamente pelo CNEN, autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O instituto é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. Conta com cerca de 650 servidores e 400 alunos de pós-graduação.

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Brasil 247

2023-07-11T19:25:50-03:00

b247-445600

Trump: 'Joe Biden não deveria estar nos arrastando ainda mais para a 3ª Guerra Mundial'

https://www.brasil247.com/mundo/trump-joe-biden-nao-deveria-estar-nos-arrastando-ainda-mais-para-a-3-guerra-mundial

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Trump disse ainda que as munições de fragmentação não detonadas vão matarão civis inocentes nas próximas décadas, muito depois da guerra

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Sputnik - O ex-presidente Donald Trump disse nesta terça-feira (11) que a recente decisão do presidente Joe Biden de fornecer munições cluster (ou de fragmentação) à Ucrânia arrasta os Estados Unidos para mais perto da Terceira Guerra Mundial."Joe Biden não deveria estar nos arrastando ainda mais para a Terceira Guerra Mundial enviando munições cluster para a Ucrânia – ele deveria estar tentando ACABAR com a guerra e impedir a terrível morte e destruição causada por um governo incompetente", disse o ex-presidente dos EUA em um comunicado à imprensa.Trump disse ainda que as munições de fragmentação não detonadas vão matarão civis inocentes nas próximas décadas, muito depois da guerra.Além disso, Trump disse que Biden deveria estar especialmente tentando desescalar a crise na Ucrânia depois de admitir que os Estados Unidos estão ficando sem projéteis de artilharia de 155 mm que estão fornecendo à Ucrânia, razão pela qual existem reservas para fornecer as munições de fragmentação.Os Estados Unidos certamente não deveriam enviar à Ucrânia seus últimos estoques em um momento em que seus próprios arsenais, segundo Biden, estão sendo reduzidos, disse Trump.Na semana passada, Biden disse que os Estados Unidos iriam fornecer munições de fragmentação para a Ucrânia por um período temporário, enquanto a base industrial dos EUA produz mais projéteis de artilharia de 155 mm. Ele explicou que consultou aliados e parceiros dos EUA sobre sua decisão e que eles entenderam o motivo.

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Brasil 247

2023-07-11T19:18:58-03:00

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A Sátira Divina sobre os Preconceitos e Dogmas da Sociedade

https://www.brasil247.com/blog/a-satira-divina-sobre-os-preconceitos-e-dogmas-da-sociedade

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O Novíssimo Testamento força o público a questionar e desvendar o absurdo que se esconde em suas próprias crenças

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O Novíssimo Testamento desmantela destemidamente dogmas religiosos com sua inteligência afiada e humor irreverente. Ao retratar deus como um belga rabugento e cruel, o filme desafia de forma lúdica a natureza arbitrária dos conceitos religiosos, e da vida. Ao fazer isso, força o público a questionar e desvendar o absurdo que se esconde em suas próprias crenças.Satirizando CrençasNo vasto reino da criatividade cinematográfica, certos filmes surgem com um brilho instigante, desafiando as normas convencionais e ultrapassando os limites da narrativa. Uma dessas obras-primas é O Novíssimo Testamento (2015), dirigido por Jaco Van Dormael (Sr. Ninguém, O Oitavo Dia) e escrito por ele e Thomas Gunzig (Cold Blood, Kiss and Cry).Uma jornada hilária com Deus, estilo belga, que vai deixar você refletindo sobre as ironias da vida Prepare-se para embarcar em uma jornada divina que combina comédia barulhenta com comentários sociais mordazes. Com seus temas universais e crítica afiada, este filme transcende as fronteiras culturais e convida o público de todas as esferas à refletir sobre a condição humana.Através de linguagem metafísica, metáforas vívidas e divertidas, o filme tece um conto cativante que mergulha nos reinos da existência humana, sociedade, religião e nas facetas inexploradas da condição humana. Uma Odisséia Através do AbsurdoCansada do sofrimento da humanidade, a filha rebelde mais nova de Deus (Benoit Poelvoorde), Ea (Pili Groyne), com apenas 10 anos, decide expor as datas de morte de todos pelo computador (sim, deus controla a humanidade através de um antigo pc, no seu escritório, onde esposa e filha são proibidas de entrar). Todos recebem a data, via sms, com a precisão de segundos, desencadeando um verdadeiro caos. Os que ainda tem muitos anos de vida comemoram, os que têm pouco tempo de vida, mudam radicalmente suas vidas… um youtuber desafia a morte diariamente em vídeos hilários.Ela então embarca em uma missão para recrutar seis novos apóstolos - depois de uma breve conversa com uma estátua de seu irmão (JC), cada um representando vários arquétipos e desafios da existência humana, para construir um novíssimo testamento. São pessoas normais, selecionadas ao acaso por ela, e Ea - que nunca pisou fora do apartamento que divide com seu pai e mãe - faz vários questionamentos pertinentes ao observar a sociedade.À medida que nos aprofundamos no filme, encontramos um conjunto cativante de personagens, os apóstolos, e um desabrigado que ajuda Ea a encontrar os novos apóstolos, e a escrever o novíssimo testamento, pois ela não sabe escrever bem, detalhe: O desabrigado desconhece a data de sua morte, pois não possui um celular. Deus não tem como desfazer o estrago pois não consegue reiniciar o pc, então resolve ir atrás da filha - com a ira típica do deus do velho testamento. Isso gera acontecimentos hilários, chegando a ponto dele apanhar de um padre por se gabar do sofrimento que o fez passar ao longo da vida. O padre, antes da briga, diz à deus para tentar apaziguá-lo "Como disse Deus: Ame ao próximo como a ti mesmo"! Deus retruca "Eu nunca disse isso, eu não me amo. Isso é coisa dele (indicando uma imagem de Jesus crucificado), ele adorava improvisar… E acabou assim! E cai na risada. Os arquétipos Ea personifica a inocência, a esperança e o indomável espírito de rebelião. Ela sabe apenas realizar pequenos milagres, e teme não conseguir concretizar seus objetivos… Mas em uma coisa ela é boa: ouvir! Especialmente a música que cada pessoa traz dentro de si, e assim somos agraciados com clássicos da música francesa. Ao lado dela, encontramos as almas perturbadas da humanidade - que quebram a quarta parede ao falar de suas vidas, dores e ambições - como a mulher amargurada que sofre de um casamento abusivo (Catherine Deneuve); um homem desiludido lutando com desejos não realizados, em sua maioria sexuais; e Willy, um menino constantemente doente e superprotegido, que quando descobre que irá morrer em breve, decide que quer se vestir como uma menina. Sobre a mãe de Ea, apesar de ser uma deusa (Yolande Moreau), ela é uma esposa submissa e amedrontada por seu marido. Ea tem raiva dessa situação, e gostaria que sua mãe tomasse alguma atitude.Por meio de suas narrativas, o filme reflete as complexidades da existência humana e o anseio universal pela libertação. Um dos aspectos mais cativantes do filme reside no uso magistral da linguagem metafísica. As metáforas empregadas ao longo do filme servem como portas de entrada para a introspecção filosófica e fornecem um caminho para explorar profundas questões existenciais. Mensagens e críticas Jaco Van Dormael, o visionário por trás de O Novíssimo Testamento, teve como objetivo desafiar as normas sociais e explorar os limites da religião, ao mesmo tempo em que questionava a capacidade humana de compaixão e compreensão. Em uma entrevista à Flux Magazine, Van Dormael expressou seu desejo de criar um filme que convide os espectadores a questionar as estruturas de poder inerentes à sociedade e à religião. Ele inspirou-se em suas observações astutas do comportamento humano e na influência generalizada da religião na sociedade.O filme se destaca como uma crítica potente dos sistemas sociais que perpetuam a injustiça, a desigualdade, a opressão e os preconceitos. Ele adentra temas profundos, como a libertação do espírito humano, o valor da conexão humana e a necessidade de empatia em um mundo dominado por estruturas de poder. Através das lentes do humor e do surrealismo, o filme oferece uma reflexão pungente sobre a condição humana.Os temas existenciais e metafísicosO filme ressoa profundamente com indagações filosóficas sobre a condição humana, a natureza do poder e a busca pela agência individual. Com base na rica tapeçaria da filosofia, o filme desperta a contemplação e convida os espectadores a questionar a ordem estabelecida. Filósofos existencialistas como Jean-Paul Sartre e Friedrich Nietzsche oferecem insights profundos que ressoam com a exploração do filme sobre liberdade, rebelião e libertação pessoal. Jean-Paul Sartre, conhecido por sua filosofia existencialista, afirmou que os humanos estão condenados a serem livres. Essa liberdade existencial é um tema central no filme, já que Ea desafia a autoridade opressora do seu pai para traçar seu próprio caminho e capacitar a humanidade. A citação de Sartre, "O homem está condenado a ser livre porque, uma vez jogado no mundo, ele é responsável por tudo o que faz", encapsula apropriadamente a jornada de Ea e os profundos fundamentos filosóficos do filme. O conceito de Nietzsche sobre o Übermensch, ou o "super-homem", também se reflete na exploração do filme sobre a libertação pessoal. A personagem de Ea, impulsionada por seu desejo de desmantelar os sistemas opressivos de seu pai, incorpora o espírito da rebelião nietzschiana contra as restrições sociais. A proclamação de Nietzsche, "Eu ensino a você o super-homem. O homem é algo que deve ser superado", ecoa pelo filme, incitando os espectadores a desafiar as limitações impostas a eles.A repercussão do filmeQuando O NovíssimoTestamento foi lançado, foi aclamado pela crítica e gerou discussões fervorosas entre o público e os críticos. A exploração ousada do filme sobre religião, normas sociais e a condição humana ressoou profundamente com aqueles que buscam narrativas instigantes que desafiam as perspectivas convencionais. No entanto, também recebeu críticas de círculos mais conservadores, particularmente dentro da comunidade cristã. O retrato irreverente do filme sobre um deus belga e cruel, como uma figura imperfeita e opressiva, bem como sua crítica satírica das instituições religiosas, levantou as sobrancelhas e gerou polêmica. E ultimamente, o que não gera polêmica!?Alguns membros da comunidade cristã consideraram o filme uma blasfêmia, contestando sua representação pouco ortodoxa de temas religiosos. Acho eu que eles poderiam ver as coisas com mais leveza e bom humor, infelizmente nem sempre é o caso. A exploração audaciosa da religião no filme serve como um catalisador para o diálogo e a introspecção, desafiando os espectadores a reavaliar suas próprias crenças e examinar a dinâmica de poder dentro da religião organizada.Abraçando o não tradicional, pois estamos fartos de tradição O filme é uma jóia cinematográfica que cativa com sua linguagem metafísica e metáforas hipnotizantes. A visão audaciosa de Jaco Van Dormael desafia as normas sociais, provoca introspecção e convida os espectadores a uma jornada profunda pela condição humana. Este filme extraordinário merece reconhecimento por suas mensagens instigantes, performances excepcionais e sua capacidade de ultrapassar os limites da narrativa. Ao abraçar o não convencional, o filme se liberta dos grilhões da narrativa tradicional, oferecendo uma experiência cinematográfica única e inesquecível. Sua mistura de humor, profundidade filosófica e crítica social convida o público a refletir sobre suas próprias vidas e as estruturas de poder que moldam nosso mundo. O Novíssimo Testamento serve como um lembrete do poder transformador do cinema, pois nos permite questionar, explorar e desafiar nossas próprias percepções. É uma prova das possibilidades ilimitadas de contar histórias e da capacidade do filme de envolver, inspirar e provocar mudanças.Não quero entregar muitos detalhes do filme pois a primeira reação a certas cenas, acontecimentos surreais, e o final são mais impactantes quando vistos pela primeira vez - e espero que vocês assistam essa fantástica obra do cinema belga. O desfecho do filme é poético, e segue gerando debates sobre estereótipos presentes na nossa sociedade.Entre no mundo do Novíssimo Testamento e prepare-se para ser iluminado.

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Brasil 247

2023-07-11T19:07:31-03:00

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Собянин открыл пешеходную галерею между станциями метро и МЦД-4 Кутузовская

Собянин одобрил три проекта по программе создания мест приложения труда


Бережем нашу природу: какие экологические проекты реализуются в Москве

"Святой Ленин" спасает мир и возглавляет "восстание ИИ машин... хороших по существу". 8 серия, СЕРЬЁЗНЫЕ НОВОСТИ.

Международный форум «Экология» соберет в Москве около 1,2 тыс. участников

Директор по продукту BMS Development Group – обладатель премии в области «зеленого» строительства ABGREEN Life


Названы малые города, которые являются самыми привлекательными для туристов

Улыбка сделала слушателя «Юмор FM» миллионером

Финал городского конкурса «Московские мастера» по профессии пожарный прошел в Апаринках

Лесные голуби находятся в Красной книге Московской области


Летняя оздоровительная кампания: в фокусе внимания – безопасность детского отдыха

На «Белый июнь» в Архангельск приедет звезда сериалов «Вампиры средней полосы» и «Контейнер»

В Архангельске медики России обменялись методиками оказания офтальмологической помощи

В Архангельске подвели итоги III Всероссийского форума «Арктика. Лёд тронулся»


ВТБ начал выдавать ипотеку на жилье в Крыму

Арт-знакомство «Искусство должно давать счастье и радость»

Краски счастливого детства

Библиотечный бульвар «Любуюсь и горжусь тобой, любимый город» ко Дню города Симферополя


Руководителей парков в Воскресенске наградили за высокие показатели работы

Компания «Майкрософт» приостановила действие облачных сервисов для российского бизнеса

От 300 тысяч за «квадрат»: у какого парка Москвы дешевле всего купить квартиру

Политолог оценил желание Турции вступить в БРИКС














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