Espanha extradita ex-chefe de inteligência da Venezuela para os EUA

Carvajal, preso na Espanha a pedido dos Estados Unidos por tráfico de drogas e posse ilegal de armas, teve seu último recurso negado pela Corte Europeia de Direitos Humanos
(Sputnik) - A Espanha extraditou para os Estados Unidos o ex-chefe da inteligência militar venezuelana durante o governo de Hugo Chávez, Hugo Carvajal, informou o jornal online espanhol Libertad Digital nesta quarta-feira (19), citando pessoas a par do assunto. Carvajal, preso na Espanha a pedido dos Estados Unidos por tráfico de drogas e posse ilegal de armas, teve seu último recurso negado pela Corte Europeia de Direitos Humanos na semana passada. Ele tentou argumentar que a extradição para os EUA significaria "um risco real" de prisão perpétua sem possibilidade de novo julgamento, o que violaria o artigo da Convenção Européia de Direitos Humanos que proíbe punições degradantes e desumanas. Carvajal foi transferido de sua cela na prisão de Estremera, em Madri, para a seção de admissões na noite de terça-feira e deixou o local na manhã de quarta-feira em uma van com destino ao aeroporto, informou o jornal. Ele está a caminho dos EUA, acrescentou. Nos Estados Unidos, Carvajal responde por tráfico de drogas, ligação com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e posse ilegal de armas. Foi assessor do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez e chefe da inteligência militar do país por duas vezes, de 2004 a 2011 e de 2013 a 2014. Carvajal foi detido em Madri em abril de 2019 a pedido dos EUA. O Tribunal Nacional Espanhol inicialmente decidiu recusar sua extradição em setembro de 2019, mas revisou sua decisão um mês depois e decidiu extraditar Carvajal para os EUA. Alguns dias após a decisão, a mídia informou que a polícia espanhola não conseguiu localizá-lo. No entanto, em março de 2020, o Conselho de Ministros espanhol aprovou formalmente a extradição. Em setembro de 2021, Carvajal foi preso. Em outubro de 2022, o Tribunal Nacional Espanhol concordou em aprovar a extradição de Carvajal para os Estados Unidos depois que seu pedido de asilo foi rejeitado, mas suspendeu a extradição, citando procedimentos legais.