Direita chilena apresenta mudanças fundamentais na saúde e nas pensões no projeto da nova Constituição
Télam - O partido de direita Republicano, principal força do Conselho responsável pela redação da nova Constituição chilena, fez modificações em quatro temas centrais - saúde, previdência, educação e defesa nacional - no encerramento do prazo para apresentação de emendas.A oposição chilena, liderada pelo Partido Republicano e Chile Vamos, apresentou conjuntamente as emendas que serão debatidas no Conselho Constitucional.O primeiro tema foi a saúde, no qual apresentaram uma emenda em defesa da saúde privada, garantindo ao cidadão a liberdade de escolha da cobertura e da entidade prestadora do serviço.Também propuseram uma alteração em questões de pensões, onde defendem o direito dos contribuintes de escolherem livremente a instituição que gerenciará suas poupanças para a aposentadoria, assegurando que os fundos poupados não possam ser confiscados, expropriados ou apropriados pelo Estado através de qualquer mecanismo.Além disso, a aliança de direita atribui à família o direito de escolher o tipo de educação e o estabelecimento educacional, enquanto cabe ao Estado conceder proteção especial para o exercício desse direito.Por fim, os republicanos e o Chile Vamos acrescentaram uma emenda que cria um novo capítulo intitulado "Defesa Nacional", uma vez que a Comissão de Peritos rejeitou a inclusão de um capítulo sobre as Forças Armadas.Apesar dos rumores, não incluíram a emenda que defendia o direito à vida do nascituro, pois não chegaram a um acordo entre todos os vereadores de direita.Os republicanos possuem 22 vereadores, que, somados ao bloco do Chile Seguro (Chile Vamos), totalizam 31, garantindo maioria em todas as comissões.O chefe da bancada e assessor republicano, Luis Silva, expressou a esperança de que "a identidade do Partido Republicano seja reconhecida" através das emendas apresentadas."Queremos que a identidade do Partido Republicano seja reconhecível através de nossas emendas, o que não significa que vamos nos afastar um centímetro do que apresentamos. Queremos colocar nossas cartas na mesa", disse Silva à Rádio Duna.Por sua vez, o partido governista Unidade para o Chile e o representante dos povos originários também apresentaram suas emendas, abordando temas como segurança, educação, meio ambiente, direitos humanos, entre outros.No entanto, o bloco governista tem manifestado preocupação com as medidas promovidas pela oposição, pedindo contenção ao Partido Republicano."Preocupa-nos que, se algum setor, especialmente a direita, adotar uma postura diferente para impor seus pontos de vista, obviamente será impossível alcançar esse objetivo (elaborar uma nova carta magna)", disse o ministro da Convergência Social Yerko Ljubetic, de acordo com o jornal El Mercurio OnLine (Emol).Com o fim do prazo para a apresentação de emendas, encerra-se a primeira etapa dos trabalhos constituintes, que agora entrarão no processo de debate para a apresentação do texto final. Posteriormente, o texto será submetido a um plebiscito de saída, com votação obrigatória, em 17 de dezembro próximo.