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Para a Inteligência Artificial, mulher bonita é mulher branca padrão

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"É inaceitável que reproduzam cânones de beleza baseados numa visão eurocêntrica, e por consequencia, racista, gordofóbica e capacistista"
Após vários testes realizados no Midjourney, testes que devem ser realizados em inglês, já que a ferramenta não reconhece outro idioma (alguém dirá, não tem inteligência suficiente para isso), o resultado do comando “imagine beauty woman” (imagina uma mulher bonita) são quatro opções de mulheres ocidentais magras e brancas de cabelo lisoPara quem não saiba, o Midjourney é uma ferramenta de inteligência artificial, que pode ser usada pelo Discord para produzir imagens a partir de descrições textuais. “Imagine” (imagina) é seu principal comando. Você escreve /imagine e logo disso você pede ao robot alguma coisa que queira que ele imagine e entregue a você em formato de imagem digital. O robot sempre entrega quatro opções de imagem (com o propósito de ser plural, democrático e inclusivo) Então o comando se completaria assim: /imagine beauty woman. Neste caso o robot imaginou quatro mulheres brancas, magras, ocidentais, de cabelo liso. O robot é racista? Possivelmente, e quem o programa tem muito a aprender sobre racismo e beleza.No caso do homem, ou da visão masculina que o robot tem de beleza, o resultado não foi diferente. “Imagine cute man” deu como consequência quatro opções de homens brancos, magros, ocidentais, de cabelo liso.O Midjourney é apresentado. junto a outras de igual indole, como uma ferramenta revolucionária capaz de mudar as regras de produção de imagem no mercado. É realmente assustador ver a passividade com que as pessoas estão aceitando essas máquinas que reforçam estereótipos racistas, etaristas, capacitistas,gordofóbicos e tudo o que poderia ser de pior na hora de produzir conteúdo simbólico a partir de imagens. As consequências negativas de permitir que essas ferramentas continuem atuando dessa forma e continuem a ser consideradas “ferramentas profissionais de produção de imagens”, são demasiado grandes.Beleza?A beleza humana é aquela que se atribui, desde a antiguidade, ao corpo humano, tanto masculino como feminino. Na Grécia Antiga, por exemplo, o corpo humano estava sujeito a conceitos ideais (areté) que eram atribuídos sobretudo a deuses e heróis trágicos e suas representações escultóricas.Em tempos posteriores, a beleza tendeu a se concentrar no corpo feminino, e toda uma indústria de beleza foi construída cujo objetivo é fornecer às mulheres os instrumentos cosméticos para "embelezar-se", de acordo com padrões como aqueles que inspiram os concursos de beleza femininos como Miss Universo.No entanto, a beleza humana não difere de outros tipos de beleza, nem está sujeita a menos subjetividades e variações históricas. Por exemplo, o corpo feminino mais gracioso pelos padrões medievais europeus era o da mulher rechonchuda e rechonchuda, um emblema de saúde e bem-estar material em uma época de fome e miséria generalizada.Enquanto nos tempos industriais, em que esses fatores não afetam tanto a cultura, espera-se nas mesmas geografias que a mulher bonita seja esbelta e voluptuosa. Cada cânone de beleza humana responde, então, a uma época e cultura específicas.Existem padrões construídos em torno do que é ser bonito e atraente e as pessoas são julgadas de acordo com o quão bem elas atendem a esse padrão. Esses julgamentos podem influenciar os processos de seleção de empregos, com quem as pessoas escolhem ser amigos e como alguém é tratado por estranhos.No entanto, essas normas são frequentemente medidas por medidas eurocêntricas, com narrativas de beleza branca e ideais de beleza sendo fortemente racializados. Esses padrões também exaltam valores como ser magro, atletico, jovem, de pele, cabelo e olhos claros. São inquestionavelmente consequência do processo de colonização que instaurou a visão de beleza europeia como um valor universal.Traços desejados, como tamanho específico dos olhos, volume dos lábios e largura do nariz, são baseados em padrões anglicizados. A branquitude é simultaneamente reforçada como norma, enquanto a “alteridade” se torna fetichizada e “exótica”.“Eu gostaria de ter o seu tom de pele! O cabelo dele é tão grosso, posso tocá-lo? O que você é? Você é negra, mestiça?" São frases que você ouve comumente utilizadas como “elogios” quando na real são formas de apreciar o “exotico” ou que sai da norma, por tanto, expressões racistas.Nossas normas de beleza socialmente aceitas que idealizam a magreza, a juventude e a brancura convergem com a exotização das pessoas negras, dos indigénas, de pessoas gordas, não tão altas e por aí vai.A indústria da beleza, fitness e saúde converge com o classismo e o racismo de maneiras que destacam certos corpos como “preguiçosos”, “desleixados” e “não profissionais”.O que consideramos tamanhos corporais "normais" são, na verdade, idealizações magras.O modelo de beleza hegemônico ou dominante foi imposto pela cultura ocidental e atualmente faz alusão ao corpo saudável, magro, jovem e sobretudo branco. Essa estética hegemônica tem sido veiculada principalmente pela mídia ocidental, que assim consegue uma padronização dos cânones de beleza.É preciso traçar um horizonte onde essas ferramentas estejam ao serviço de um verdadeiro processo de democratização e não ao serviço da aceleração da produção para beneficiar setores corporativos concentrados. As AI não são mais que algoritmos cada vez mais complexos que se valem de dados que seres humanos fornecem para realizar cálculos. No caso dessas ferramentas de produção de imagens, é inaceitável que reproduzam cânones de beleza baseados numa visão eurocêntrica, e por consequencia, racista, gordofóbica, capacistista e, em resumo, discriminadora.Belo é tudo aquilo que está em harmonia com sua própria origem natural. O ser humano, em si mesmo, com todas suas variações, é belo, bela, bele. Feio é tudo aquilo que é forçado, imposto. Tudo aquilo que contribui com a desigualdade, a discriminação e a miséria, é feio e repudiável. News Brasil 247 2023-07-20T14:46:00-03:00 b247-446749 Cúpula UE-Celac termina em frustração para a União Europeia https://www.brasil247.com/americalatina/cupula-ue-celac-termina-em-frustracao-para-a-uniao-europeia img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230718030752_5346fb29506b0f8587a48c04db740e044eee96962a717576c1b8f9a0b184a65e.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / As discussões e a declaração final da cúpula demonstraram uma forte afirmação de soberania dos países latino-americanos e caribenhos br clear="all" José Pedro Faya, de Lisboa, 247 - A recente cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada nos dias 17 e 18 de julho em Bruxelas, teve resultados aquém do desejado pelas lideranças da União Europeia.Apesar das expectativas iniciais de renovar e fortalecer a sua influência sobre a América Latina, com vista a contrapor a sua aproximação cada vez maior à China, e de levar estes países a uma seletiva culpabilização da Rússia pelo conflito na Ucrânia, as lideranças europeias enfrentaram desafios que impediram a obtenção destes resultados.Em declarações à imprensa no primeiro dia da Cúpula, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, evidenciou a intenção de contenção da China. “Nós queremos discutir hoje como eliminar riscos e diversificar nossa cadeia de abastecimento”, disse Von der Leyen. O termo “eliminação de riscos” tem sido a expressão frequentemente utilizada pela UE e pelos EUA para expressar o desejo de isolar a China.No mesmo encontro com a imprensa, o presidente Lula demonstrou a divergência entre os objetivos dos países latino-americanos e caribenhos e os objetivos da EU para a cúpula. Em sua declaração, o presidente do Brasil afirmou: “a cimeira representa um passo na construção do mundo que sonhamos, um mundo mais solidário, mais fraterno e menos desigual”, afirmando ainda o anseio por um mundo multipolar.As discussões na cúpula foram marcadas por divergências em várias questões-chave, demonstrando a autonomia e insubmissão dos países da Celac relativamente às estratégias e imposições da UE.Diversas vezes durante as discussões, assim como na declaração final da Cúpula, foi frisada a necessidade de uma solução diplomática e negociada para o conflito na Ucrânia, em contrariedade com o caminho da escalada da confrontação e de culpabilização da Rússia como única responsável pelo conflito.“Apenas em 2022, em vez de matar a fome de milhões de seres humanos, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares para alimentar a máquina de guerra, que só causa mortes, destruição e ainda mais fome”, afirmou Lula na abertura da Cúpula. O presidente criticou ainda os países ricos por não cumprirem os seus compromissos com o combate às mudanças climáticas e com a redução das desigualdades, e afirmou a sua oposição às sanções nas relações internacionais.Os países da Celac demonstraram ainda que não estão de acordo com a política de contenção da China. Para além de Lula, também a presidente de Honduras destacou a importância da multipolaridade e frisou que não se aliarão a esta estratégia: “Há algumas semanas abri oficialmente relações com a República Popular da China, pois creio em um mundo multipolar onde o intercâmbio e a cooperação para o desenvolvimento se baseiem nos princípios de independência, soberania e não ingerência”Também esteve incluída na declaração final da Cúpula, no seu artigo 11º, a necessidade de pôr fim ao embargo económico, comercial e financeiro imposto contra Cuba e de retirar o país da lista de “Estados patrocinadores do terrorismo”, criada unilateralmente pelos EUA.Paralelamente à Cúpula UE-Celac, cerca de 200 organizações da América Latina e da Europa, para além de chefes de Estado, participaram na Cúpula dos Povos, na qual reforçaram os seus laços e afirmaram o caráter anti-imperialista dos seus objetivos políticos. News Brasil 247 2023-07-20T14:44:29-03:00 b247-446748 Mortes violentas intencionais no país caem 2,4% em 2022 https://www.brasil247.com/brasil/mortes-violentas-intencionais-no-pais-caem-2-4-em-2022-k6bt1yk1 img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20211107181152_da1652e16ec01081c413c3e91d0dc952c31c272c74fb2ae67196ab06da8fb2a1.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Queda foi puxada pelos estados do Norte e Nordeste. Em relação ao perfil étnico-racial das vítimas de mortes violentas intencionais em 2022, 76,5% eram negros br clear="all" Por Bruno Bocchini, Repórter da Agência Brasil - A taxa de mortes violentas intencionais caiu 2,4% no país em 2022 na comparação com 2021. São consideradas mortes violentas não intencionais aquelas decorrentes de homicídios dolosos, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, intervenção policial e morte de policiais. Os dados, divulgados hoje (20), são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A taxa de mortes violentas intencionais (MVI) passou de 24 para cada 100 mil habitantes em 2021, para 23,4 a cada 100 mil no ano passado. Em números absolutos, a quantidade caiu de 48.431 em 2021, para 47.508 em 2022 – a menor desde 2011, o primeiro ano da série histórica do fórum.De acordo com a supervisora do Núcleo de Dados do FBSP, Isabela Sobral, a queda nacional foi puxada principalmente pela diminuição da violência nos estados do Norte e Nordeste. Nas regiões Sul e Centro-oeste, as taxas de MVI cresceram 3,4% e 0,8%, respectivamente. As demais regiões registraram queda: Sudeste (-2%); Norte (-2,7%); e Nordeste (-4,5%).De acordo com Isabela, a queda na taxa de MVI nos estados do Norte e Nordeste em 2022 é uma acomodação dos números, que pode ser explicada pelo patamar alto de comparação dos anos anteriores, a partir de 2016. “A baixa [no Norte e Nordeste] está muito relacionada a essa questão de ter tido uma explosão muito grande de violência nos últimos anos lá. Agora, está voltando ao patamar anterior a essa explosão. E essa explosão no Norte e Nordeste é muito devida à questão do crime organizado. Facções como o PCC e o Comando Vermelho, que surgem no Sudeste nos anos 2000, migram para as regiões Norte e Nordeste e as mortes explodem”, destaca. “E essa redução que a gente observa agora tem a ver com o passar desse momento de conflito maior que ocorreu a partir de 2016.” Apesar da queda nos índices, o Norte e o Nordeste ainda têm os estados mais violentos. O Amapá lidera o ranking de estado mais violento do país em 2022, com taxa de MVI de 50,6 por 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional (23,4/100mil). O segundo estado mais letal foi a Bahia, com taxa de 47,1 por 100 mil habitantes, seguido do o Amazonas (38,8/100 mil).Já as unidades da federação com as menores taxas de violência letal foram São Paulo, com 8,4 mortes por 100 mil habitantes, Santa Catarina, com 9,1 por 100 mil, e o Distrito Federal, com taxa de 11,3. Ao todo, 20 estados registraram taxas de MVI acima da média nacional.Racismo - O perfil das vítimas de mortes violentas intencionais não se alterou significativamente no ano passado na comparação com o anterior. Os dados do FBSP mostram que, em média, 91,4% das mortes violentas intencionais vitimaram homens, enquanto 8,6%, mulheres. Já em relação a óbitos em intervenções policiais, 99,2% das vítimas eram do sexo masculino.Em relação ao perfil étnico-racial das vítimas de MVI em 2022, 76,5% eram negros. Segundo o FBSP, os negros são o principal grupo vitimado pela violência independentemente da ocorrência registrada, e chegaram a ser 83,1% das vítimas de intervenções policiais. Mesmo entre os latrocínios, que são os roubos seguidos de morte, a vitimização de pessoas negras é maior do que a participação proporcional delas na composição demográfica da população brasileira. “Chama atenção que não exista um debate mais amplo sobre suas origens, causas e possibilidades de redução. É um debate que ainda é tabu e interditado entre os tomadores de decisão nas organizações de segurança pública”, destaca o texto do anuário.O FBSP destaca ainda outro dado que pouco varia em relação a série histórica: 50,3% das vítimas de MVI em 2022 tinham entre 12 e 29 anos. Dentre os mortos em intervenções policiais, esse grupo etário concentra 75% das mortes. Violência Sexual - Os dados do anuário mostram que o número de registros de estupros e estupros de vulnerável em 2022 foi o maior já registrado pelo FBSP: 74.930 vítimas - 88,7% mulheres e 11,3% homens. “Estes números correspondem aos casos que foram notificados às autoridades policiais e, portanto, representam apenas uma fração da violência sexual experimentada por mulheres e homens, meninas e meninos”, diz o texto do anuário. Em relação ao ano de 2021, a taxa de estupro e estupro de vulnerável cresceu 8,2% e chegou a 36,9 casos a cada 100 mil habitantes. Exclusivamente os casos estupro somaram 18.110 vítimas em 2022, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Já os casos de estupro de vulnerável, com um total de 56.820 vítimas, teve incremento de 8,6%. Os dados do FBSP mostram que 24,2% das vítimas de estupros, em 2022, foram homens e mulheres com mais de 14 anos, e que 75,8% eram incapazes de consentir, fosse pela idade (menores de 14 anos), ou por qualquer outro motivo (deficiência ou enfermidade).Segundo o forum, 10,4% das vítimas de estupro eram bebês e crianças, com idade entre 0 e 4 anos; 17,7% das vítimas tinham entre 5 e 9 anos e 33,2% entre 10 e 13 anos (a faixa etária mais afetada pelo crime). Ou seja, segundo os dados, 61,4% das vítimas tinham no máximo 13 anos. “Podemos ter como hipótese que estamos diante de um aumento das notificações já que as vítimas estão mais informadas e empoderadas. No entanto, este argumento precisa ser relativizado quando verificamos o perfil das vítimas. No Brasil, 6 em cada 10 vítimas são vulneráveis com idades entre 0 e 13 anos, que são vítimas de familiares e outros conhecidos. Ou seja, ainda que estas crianças e adolescentes estejam mais informadas sobre o que é o abuso, é difícil crer na hipótese do empoderamento como única explicação para o fenômeno", ressalva o anuário. Considerando a autoria indicada no boletim de ocorrência, assim como em anos anteriores, na maioria absoluta dos casos os abusadores são conhecidos das vítimas (82,7%), e apenas 17,3% dos registros tinham desconhecidos como autores da violência sexual. Dentre as crianças e adolescentes entre 0 e 13 anos de idade vítimas de estupro os principais autores são familiares (64,4% dos casos) e 21,6% são conhecidos da vítima, mas sem relação de parentesco.Pessoas negras seguem sendo as principais vítimas da violência sexual, mas houve crescimento da proporção em relação a 2021. Ano passado, 56,8% das vítimas eram pretas ou pardas (no ano anterior eram 52,2%). Em relação às demais, 42,3% eram brancas, 0,5% indígenas e 0,4% amarelas.Investimentos e metas - Segundo o anuário, os investimentos em segurança pública no país em 2022 – somadas todas as esferas –, totalizaram R$ 124,8 bilhões, um crescimento de 11,6% em relação ao ano anterior. O resultado foi impactado, principalmente, pelo maior volume de despesas dos estados e Distrito Federal (R$ 101 bilhões), que tiveram alta de 12,9%, em relação a 2021. Já os investimentos da União (R$ 14,4 bilhões) apresentaram crescimento menor do que o dos estados, de 2,6%. “Esse montante baixo chama a atenção pois a União, em tese, seria responsável pela organização da política de segurança pública com vistas a uma atuação sistêmica de todos os agentes da área através do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP)”, diz texto do anuário. O FBSP destaca que o Ministério da Justiça e Segurança Pública revisou o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, lançado em 2018, e estabeleceu metas de redução de homicídios dolosos, de lesões corporais seguidas de morte e de latrocínios.A pasta definiu que até 2030, fim do prazo de vigência do atual Plano Nacional, a meta de redução desses crimes somados deveria alcançar a taxa de 17 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados de 2022 mostram que a meta já foi alcançada em 54% dos 5.570 municípios brasileiros. “Estamos no caminho da redução? Sim. De fato, já faz dois anos que a gente observa essa queda nacional. Mas a gente vê também que tem alguns estados que não tiveram queda e tiveram aumento. Há 12 estados com aumento na taxa. Ou seja, é preciso observar o contexto dos estados para que a gente consiga a redução de uma forma mais uniforme no país”, destaca Isabela Sobral.Em 2022, em comparação com o ano anterior, tiveram alta de mortes violentas intencionais os estados: Acre (21%), Alagoas (4,2%), Mato Grosso (18,9%), Minas Gerais (2,2%), Pará (0,6%), Paraná (7,2%), Pernambuco (1,3%), Piauí (4,5%), Rio Grande do Sul (3,8%), Rondônia (14%), São Paulo (1,3%), e Tocantins (5,5%).Registraram queda: Amapá (-25%), Amazonas (9,3%), Bahia (-5,9%), Ceará (-9%), Distrito Federal (-10,1%), Espírito Santo (-4,8%), Goiás (-5,6%), Maranhão (-6,5%), Mato Grosso do Sul (-0,2%), Paraíba (-6,9%), Rio de Janeiro (-5,8%), Rio Grande do Norte (-7,7%), Roraima (-18,4%), Santa Catarina (-9%), e Sergipe (-3,9%). News Brasil 247 2023-07-20T14:42:49-03:00 b247-446747 Após melhora dos indicadores econômicos, Haddad diz que há gordura para BC cortar juros da taxa Selic https://www.brasil247.com/economia/apos-melhora-dos-indicadores-economicos-haddad-diz-que-ha-gordura-para-bc-cortar-juros-da-taxa-selic img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230628080636_be5ab3bc949be165b4dac0aee040866b52e52ac129e3c76b0f4ddc5ce32034ca.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Isso precisa ser tratado em algum momento. O país não pode mais suportar esse ônus, disse o ministro da Fazenda br clear="all" 247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (20) que a melhora dos indicadores econômicos aponta que existe uma “margem de gordura” no juro real e ressaltou esperar que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em agosto, o Banco Central (BC) tenha “uma reação compatível” e promova um corte na taxa básica de juros (Selic). “Estamos com uma margem de gordura de juro real que é uma coisa que não tem em lugar nenhum do mundo. Estamos pagando 10% de juro real ao ano, que é a Selic descontada a inflação. Isso aí vai ter de ser endereçado em algum momento. Não é possível, o país não suporta mais”, disse Haddad durante uma coletiva de imprensa sobre a agenda de micro reformas para o setor financeiro, no Rio de Janeiro, de acordo com o Metrópoles. "Isso precisa ser tratado em algum momento. O país não pode mais suportar esse ônus", completou. “Eu penso que as entregas que foram feitas ao longo do ano não têm precedentes. O que o Congresso e o Judiciário trabalharam para ajudar a arrumar a casa, totalmente bagunçada em 2022, eu não lembro de um semestre tão produtivo”, ressaltou Haddad em outro momento da entrevista. A expectativa do mercado financeiro é de que o Banco Central promova um corte de juros na taxa Selic já na próxima reunião do Copom, que será realizada entre os dias 1 e 2 de agosto. News Brasil 247 2023-07-20T14:40:20-03:00 b247-446746 Desenrola: C6 e Caixa limpam nome de 681 mil pessoas com dívidas de até R$ 100 https://www.brasil247.com/economia/desenrola-c6-e-caixa-limpam-nome-de-681-mil-pessoas-com-dividas-de-ate-r-100-qc6atd4q img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20221221161228_4ec045f299d3b68bf801be827b8205ef01320d6ef9d22d8ed7a85504bf7aadfd.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Os bancos também podem renegociar, com descontos, as dívidas de clientes com renda de até R$ 20 mil ao mês br clear="all" 247 - 681 mil CPFs tiveram seus nomes "limpos" somente nos bancos C6 e Caixa Econômica Federal. A figura refere-se àqueles que possuíam dívidas de até 100 reais junto às instituições financeiras, extintas na primeira fase do programa "Desenrola Brasil", do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa do Ministério da Fazenda é que as renegociações beneficiem até 70 milhões de pessoas e possivelmente 2,5 milhões logo na etapa inicial.De acordo com dados das instituições, o C6 Bank já limpou 456 mil CPFs nos primeiros dias do programa, enquanto a Caixa já beneficiou 225 mil clientes. Entenda o que é o programa Desenrola, lançado hoje por Lula e HaddadVale lembrar que a renegociação não acarreta no perdão da dívida, mas permite que as pessoas voltem a contrair crédito. Os bancos também podem renegociar, com descontos, as dívidas de clientes com renda de até R$ 20 mil ao mês.O "Desenrola Brasil" é a grande aposta do governo Lula para a renegociação das dívidas dos brasileiros. O governo federal disponibilizou um total de R$ 50 bilhões em crédito presumido para a primeira etapa do programa. Os cinco maiores bancos do país, Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa, estão entre as instituições que participam da iniciativa. News Brasil 247 2023-07-20T14:30:39-03:00 b247-446745 Bancos alertam para golpes no Programa Desenrola Brasil https://www.brasil247.com/geral/bancos-alertam-para-golpes-no-programa-desenrola-brasil img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20221221161228_4ec045f299d3b68bf801be827b8205ef01320d6ef9d22d8ed7a85504bf7aadfd.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Criminosos podem aproveitar o programa para aplicar golpes por meio de links falsos e da engenharia social, que usa técnicas para enganar o usuário, diz federação br clear="all" Agência Brasil - A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou alerta para golpes envolvendo o Programa Desenrola Brasil, que entrou em vigor no último dia 17, que tem como principal objetivo reintroduzir pessoas com restrição de crédito na economia, permitindo melhores condições de renegociação de dívidas bancárias.Segundo a entidade, criminosos podem aproveitar o programa para aplicar golpes por meio de links falsos e da engenharia social, que usa técnicas para enganar o usuário para que ele forneça dados confidenciais, além de realizar transações financeiras para o golpista.Nessa primeira fase do programa, as instituições financeiras limpam o nome das pessoas com débitos de até R$ 100. A dívida não é perdoada. Apenas o devedor deixa de ficar com o nome sujo e pode contrair novos empréstimos e fazer operações como fechar contratos de aluguel. Há ainda a possibilidade de renegociação de débitos com bancos por devedores com renda de até R$ 20 mil. O Desenrola só abrange dívidas contraídas até 31 de dezembro do ano passado.“É muito importante que o cliente não clique em links recebidos por aplicativos de mensagens, de redes sociais e patrocinados em sites de busca. Faça você mesmo o contato com o seu banco. Fique atento para que não sejam aceitas propostas de envio de valores com a finalidade de garantir melhores condições de renegociação das dívidas. Reforçamos que somente é possível renegociar as dívidas nos canais oficiais dos bancos”, disse, em nota, Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.A Febraban orienta que as pessoas interessadas em renegociar as dívidas dentro do Desenrola Brasil busquem informações apenas dentro dos canais oficiais dos bancos que aderiram ao programa, como nas agências, no internet banking ou em seus aplicativos bancários. Se for negociar no internet banking, a entidade orienta que, para o acesso, o próprio usuário digite o endereço da instituição financeira.Se o cliente desconfiar de alguma proposta ou do valor, ele deve em contato com o banco nos seus canais oficiais. Além disso, somente após a formalização de um contrato de renegociação é que o usuário pode ter os valores debitados da conta, nas datas acordadas. Outro alerta é, em caso de boletos, checar na hora do pagamento se está sendo feito realmente para a instituição financeira com a qual o cliente tem a pendência.A Febraban acrescenta que não envia comunicado para renegociar dívidas no Desenrola. Caso receba qualquer mensagem com o logotipo da entidade ou de bancos, o cliente deve descartá-la e entrar em contato com os canais oficiais da instituição financeira, como agência, internet banking e aplicativo bancário. News Brasil 247 2023-07-20T14:25:39-03:00 b247-446744 Fornecedora de manga de Tesco e Walmart é multada por impor jornadas de 10 horas ao dia a trabalhadores https://www.brasil247.com/brasil/fornecedora-de-manga-de-tesco-e-walmart-e-multada-por-impor-jornadas-de-10-horas-ao-dia-a-trabalhadores img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230720140716_b349d3c58bf679735d6c7ae56ad162aafb1a45a0469626e0d72d1c9482087d16.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Colheita nos pomares da Finoagro, no Rio Grande do Norte, era feita debaixo de um sol de 40 graus, sem equipamentos de proteção. Empresa foi autuada também em 2022 e 2021 br clear="all" Por Daniela Penha e Poliana Dallabrida, Repórter Brasil - Uma das maiores exportadoras de manga do Brasil, a Finoagro foi multada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por submeter trabalhadores rurais a jornadas de trabalho mais longas do que o permitido pela lei, sem direito a folgas e pausas para descanso e ainda por não oferecer equipamentos de proteção e ferramentas necessárias ao trabalho.O caso ocorreu na fazenda Ubarana, em Ipanguaçu, no Rio Grande do Norte, uma das maiores da empresa. Além de frutas com marca própria, a empresa embala seus produtos com as marcas Seleta, Mangola, Fino Fruits, Frutivita e Sun Valley, encontradas em supermercados. No exterior, é fornecedora das redes de varejo Walmart e Tesco, a maior cadeia de supermercados do Reino Unido. A Finoagro possui certificações de boas práticas emitidas por algumas das mais conhecidas consultorias internacionais.Segundo constatado pela fiscalização, as jornadas de trabalho na Ubarana se estendiam por mais de 10 horas diárias, sem que fosse respeitada a pausa de uma hora para descanso e nem o intervalo de 11 horas entre um dia de trabalho e outro. Além disso, os empregados não tinham direito ao descanso semanal remunerado e precisavam, também, trabalhar aos domingos.Mesmo com jornadas longas, não era possível levar lanches para o pomar. “Não querem que a gente leve bolsa para o campo para não trazer manga para casa”, explica um empregado da propriedade – seu nome foi suprimido para proteger sua identidade.A colheita era feita sem os equipamentos de segurança e as ferramentas necessárias, conforme o auditor Clóvis Emídio, coordenador do Grupo de Fiscalização Rural do Ministério do Trabalho e Emprego, que participou da fiscalização. “Era o período da chuva e eles estavam trabalhando em uma área encharcada, sem todos os equipamentos de proteção individual, e as escadas para alcançar o topo das mangueiras estavam inservíveis”, ilustra.Sem os petrechos que garantem a segurança do trabalho, os trabalhadores estavam sujeitos a riscos de quedas, acidentes e doenças. “Um colega meu teve que pular no canal para não morrer picado de abelhas. Tem muita abelha onde a gente tá roçando”, conta outro trabalhador da Ubarana.A empresa não fornecia sequer chapéus e protetor solar. “Isso é muito grave porque estamos em uma região onde predomina a temperatura de 40 graus”, assinala Emídio.A Finoagro é parte do conglomerado empresarial Vicunha, da família Steinbruch, uma das integrantes da seleta lista de bilionários do Brasil, publicada pela Forbes.Em nota enviada à Repórter Brasil, a empresa diz ter “compromisso de gerir seus negócios com foco no mais elevado nível de respeito aos seus colaboradores, repudiando veementemente qualquer condição degradante de trabalho”. A respeito das atuações do MTE, se limitou a informar que “não comenta processos administrativos ou judiciais”. A íntegra da manifestação pode ser lida aqui.Banheiro no mato e perseguições - As fiscalizações na fazenda Ubarana tiveram início em março deste ano e foram finalizadas na primeira semana de julho.Nas primeiras incursões na propriedade, o MTE também apontou irregularidades nas instalações sanitárias do local – não havia banheiros no campo e os poucos sanitários de alvenaria disponibilizados estavam em más condições. “A gente caminha pra dentro do mato e faz ali mesmo. Tem que prestar atenção no canto que escolhe, porque pode se abaixar e ter formiga, cobra”, contou uma trabalhadora à Repórter Brasil.“Se está menstruada, tem que trocar o absorvente ali mesmo e colocar o usado numa sacolinha para jogar fora no banheiro do refeitório”, complementa outra empregada.O auditor Clóvis Emídio, do Grupo de Fiscalização Rural do MTE, confirma os problemas, mas disse que ao longo dos meses a empresa melhorou as instalações e, por isso, não foi aplicada multa neste quesito.Além disso, trabalhadores denunciam que sofrem ameaças e retaliações e que esse tipo de conduta da empresa se intensificou após as fiscalizações terem início. “Eu sofri suspensão e fiquei sem receber. Eles queriam saber quem denunciou [para o Ministério do Trabalho]. A minha esposa chorou com o que a gente tinha para comer. Meus colegas ajudaram com comida para a gente não passar necessidade”, revela um dos empregados do local.Sindicalistas que atuam na região ainda identificaram outras irregularidades trabalhistas, como o atraso no acerto do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Por exemplo, uma das mulheres relatou à Repórter Brasil que a parcela do FGTS de fevereiro só foi depositada em sua conta no dia 22 de maio.“Para quem está trabalhando, sem problemas. Mas quem sai da empresa acaba no prejuízo”, explica José Saldanha, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Assalariados e Assalariadas do Estado do Rio Grande do Norte (Fetraern).Segundo o MTE, a fiscalização na Fazenda Ubarana se concentrou em avaliar questões de saúde e segurança no trabalho na propriedade, por isso os depósitos de FGTS não foram averiguados – mas esse é um tema que pode ser encaminhado para a Justiça do Trabalho, caso haja empregados que não receberam devidamente essa verba.Esta não foi a primeira vez que a Finoagro foi autuada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego. Em 2021 e 2022, a dona da fazenda Ubarana acumulou multas, incluindo problemas nos quais foi reincidente na fiscalização mais recente, como as jornadas sem o intervalo de 11 horas entre si e a não concessão do descanso remunerado aos empregados. Além disso, em 2021, foi alvo de vários apontamentos sobre armazenamento e descarte irregular de agrotóxicos. Os esclarecimentos da empresa sobre o caso podem ser lidos aqui. News Brasil 247 2023-07-20T14:19:23-03:00 b247-446743 Governo Bolsonaro ignorou suspeita de violência sexual contra meninas indígenas com HPV https://www.brasil247.com/meioambiente/governo-bolsonaro-ignorou-suspeita-de-violencia-sexual-contra-meninas-indigenas-com-hpv img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20221228141244_1b2050e725e44093c414f04d8c065c691c342610fb633b20e093f83112060b8c.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Casos não foram investigados pela Funai, nem por órgãos responsáveis pela proteção de crianças e adolescentes br clear="all" Por Tatiana Merlino*, Repórter Brasil - Pelo menos três meninas indígenas de 9 a 12 anos da etnia Jamamadi que vivem em Lábrea, no sul do Amazonas, foram diagnosticadas entre 2019 e 2021 com o vírus HPV, um indício de que as crianças podem ter sofrido violência sexual.Os casos foram reportados para a coordenação regional da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), então sob comando do governo de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, as suspeitas não foram investigadas, nem as crianças receberam o devido tratamento.Servidores da Funai e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) afirmam também que há cinco anos enfrentam dificuldades para atuar nas aldeias Jamamadi. Por influência do missionário evangélico Steve Campbell, a assistência básica às comunidades estaria prejudicada na região.O papilomavírus humano (HPV) é sexualmente transmissível e altamente contagioso. Nas mulheres, é o principal causador do câncer de colo de útero. Em crianças maiores, o contato sexual é a forma mais provável de contaminação.No caso das três meninas Jamamadi, todas apresentaram lesões dentro da boca compatíveis com infecção por HPV, segundo laudos médicos e documentos obtidos por O Joio e O Trigo e Repórter Brasil.Em uma delas, havia também outros sinais indicativos de violência sexual. “Foi constatada secreção transvaginal que caracteriza outra DST (Doença Sexualmente Transmissível)”, indica laudo de 2019, assinado por médico da UBS de Lábrea, a respeito de uma menina Jamamadi de 11 anos.O laudo faz parte de um relatório do conselho tutelar do município endereçado ao então coordenador local da Funai, Luiz Fernandes de Oliveira Neto, que comandou a sede regional entre 2014 e janeiro de 2020.Segundo o relatório, tanto a criança de 11 anos como a irmã dela, de 9, estavam infectadas e já tinham iniciado o tratamento. O conselho sugere que o caso seja acompanhado pelo órgão em parceria com a Funai. No entanto, outro documento obtido pela reportagem aponta que os cuidados médicos foram interrompidos, pois os pais decidiram levar as irmãs de volta para a Terra Indígena Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, onde vivem.Procurado, Oliveira Neto afirmou que deu seguimento à denúncia dentro da Funai e que esteve na UBS para verificar a situação, acompanhado de representantes do conselho tutelar e da Sesai. Porém, diz que o caso não foi adiante em razão do “desmonte sistemático da FUNAI e dos aparelhos do sistema de justiça e assistência social, além de ausência histórica do Estado, agravada profundamente após 2016”.O desmantelamento da Funai, somada à influência do missionário norte-americano, colocou o atendimento aos Jamamadi em segundo plano, de acordo com servidores ouvidos pela reportagem.Falhas no atendimento - As lesões descritas pelos laudos e a idade das meninas afetadas indicam que os casos “são altamente suspeitos para violência sexual”, afirma a médica pediatra Luci Pfeiffer, presidente do Departamento de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).“Tem que pesquisar a violência sexual, não existe outra possibilidade. Se a família impede [o atendimento], a lei tem que agir”, diz.Ela aponta várias falhas no atendimento às meninas Jamamadi, como a falta de exames ginecológicos e laboratoriais e de atenção psicológica para investigar o histórico das crianças.Nos casos de crianças indígenas, a lei 13.413/2017 determina que a Funai e a Sesai sejam acionadas, além do conselho tutelar e do Ministério Público Federal, para que acompanhem o processo de escuta protegida, explica Ariel de Castro Alves, advogado especialista em direitos humanos e ex-secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.Ao receber a denúncia, a Funai deve verificar se o conselho tutelar investigou o caso. “Na omissão do conselho, a Funai pode encaminhar a denúncia para a delegacia e fazer o boletim de ocorrência, como órgão que zela pelos direitos e garantias dos povos indígenas”, diz. O servidor que não tomar tais providências “pode responder por prevaricação”, por descumprir suas funções. “É preciso apurar”, diz o advogado.Militarização da Funai - O terceiro caso de HPV entre as meninas Jamamadi foi identificado em 2021, quando uma adolescente de 12 anos foi diagnosticada durante consulta odontológica dentro da aldeia, cujo nome não será revelado para preservar a identidade da menina.As informações sobre este caso constam de ofício da Funai de 2021, no qual a área técnica informa à coordenação regional sobre os três episódios. Este documento foi assinado um dia antes de ser nomeado um policial militar de Rondônia para coordenar o escritório da Funai em Lábrea.No governo Bolsonaro, a Funai esteve a maior parte do tempo sob chefia do delegado da Polícia Federal Marcelo Augusto Xavier da Silva. Homem de confiança do ex-presidente, ele conduziu uma gestão classificada de “anti-indígena” por críticos.No seu mandato, várias coordenações regionais foram ocupadas por militares ou policiais, sobretudo na Amazônia, o que rendeu protestos de indigenistas e entidades sobre a falta de experiência dos indicados para os cargos.Na coordenação regional em Lábrea, Oliveira Neto foi substituído pelo tenente do Exército Cássio de Oliveira Pantoja, que depois deu lugar ao PM Manoel Arnóbio Teixeira Alves. As investigações sobre os casos não avançaram neste período, segundo apurou a reportagem com servidores da Funai.Procurada, a Sesai disse que não foi notificada e que o distrito regional de saúde (Dsei Médio Rio Purus) não localizou qualquer denúncia. O órgão afirma seguir um protocolo para episódios como este, com ações de acolhimento e assistência.A reportagem não conseguiu contato com Manoel Arnóbio Teixeira Alves e Cássio Oliveira Pantoja.O conselho tutelar de Lábrea também foi procurado, mas não respondeu quais ações foram tomadas.O governo do Amazonas, por meio da secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, informou que não foi comunicado sobre o caso das crianças Jamamadi. Já a secretaria de segurança pública do estado confirmou que não houve registro de boletim de ocorrência sobre os casos. Leia os posicionamentos.Influência religiosa - Além da omissão dos órgãos públicos, outro motivo que dificultou o atendimento às meninas Jamamadi é o missionário religioso Steve Campbell, da igreja Greene Baptist Church, e sua influência sobre algumas lideranças da etnia, segundo os documentos obtidos por Joio e Repórter Brasil.Campbell frequenta a região desde a década de 1960, mas foi expulso pela Funai em 2018, após liderar expedição para alcançar o povo isolado Hi-Merimã.Desde então, a Funai e a Sesai têm enfrentado dificuldades para entrar no território, já que as lideranças dizem que a assistência só poderá ser prestada após o retorno do missionário.A reportagem esteve na casa de Campbell para solicitar uma entrevista. O missionário negou o pedido, sob a alegação de que receia que suas declarações sejam distorcidas. Disse, também, que seu advogado o orienta a não dar entrevistas.*Colaborou Murilo Pajolla, de Lábrea (AM)(Edição: Diego Junqueira)Reportagem realizada com apoio do Rainforest Journalism Fund (RJF) em parceria com o Pulitzer Center. News Brasil 247 2023-07-20T14:14:39-03:00 b247-446742 Bíblia e avião: como atuam missionários para evangelizar indígenas na Amazônia https://www.brasil247.com/meioambiente/biblia-e-aviao-como-atuam-missionarios-para-evangelizar-indigenas-na-amazonia img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230522030552_12593fc14f8c523707f684c0ac9cd87039fa49fd37b3ad0f9bb38eaddb29ceb3.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Presença de religiosos que atuam na evangelização de indígenas se intensificou na gestão Bolsonaro com ideologia conservadora e estratégias criticadas, como ofertas em dinheiro br clear="all" Por Tatiana Merlino*, Repórter Brasil - “Nós respeitamos os governos até o ponto em que eles falam contra a palavra de Deus. (…) A palavra de Deus [está] acima de tudo”. Embora pareça slogan político da extrema direita brasileira, a declaração é do missionário evangélico Andrew Tonkin, processado no Brasil por invasão de terras indígenas.Colocar a religião acima das leis não é retórica exclusiva de Tonkin, mas um indício do que são capazes algumas denominações religiosas para evangelizar povos indígenas, principalmente na Amazônia.Alguns missionários são pilotos e usam aeronaves próprias para percorrer longas distâncias. A maioria dessas organizações tem sede nos Estados Unidos e faz vaquinhas virtuais para financiar as ações, como a formação de pastores-pilotos e a tradução da Bíblia para o idioma nativo das comunidades. Algumas traduções, contudo, têm a qualidade questionada.Esses grupos demonstram ainda especial interesse em alcançar povos isolados – uma violação à Constituição Federal e a tratados internacionais firmados pelo Brasil que pregam o respeito aos costumes e modos de vida dos povos originários.Uma das regiões com maior assédio é o Vale do Javari, região com a maior concentração de povos isolados no país. “A gente observa uma presença cada vez maior [de missionários evangélicos], de diferentes doutrinas”, afirma Eliesio Marubo, procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).Embora os grupos atuem ali desde os anos 1960, Eliesio conta que foi durante o governo de Jair Bolsonaro que se intensificaram a presença dos religiosos e as investidas a indígenas na região. “Eles buscam sobretudo contato com alguns indígenas que moram na cidade, oferecendo dinheiro e vantagens”, relata.Para controlar a situação, a Univaja entrou em 2020 com ação na Justiça Federal para pedir a expulsão de missionários que estavam fazendo operações em busca do povo Korubo, considerado de recente contato.Entre os acusados está Andrew Tonkin, da missão Frontier International, que falou com a Repórter Brasil e O Joio e O Trigo por e-mail. Ele diz agir guiado pelo Espírito Santo e que, embora esteja atualmente no Iraque, mantém um programa de rádio com suas pregações para os indígenas.Questionado se tentou acessar povos isolados, ele respondeu: “Nunca tive o privilégio de conhecer nenhum”. Apesar de não confirmar a tentativa de evangelização de indígenas isolados e afirmar que respeita as autoridades, ele não descartou agir ilegalmente, se a lei estiver “contra a palavra de Deus”.“Acredito que Deus tenha colocado os governos e nós obedecemos às leis dos seres humanos. Respeitamos os governos e obedecemos até o ponto em que eles ensinam ou falam contra a palavra de Deus. Nós colocamos Jesus Cristo e a palavra de Deus acima de tudo. É nossa autoridade final”, declara. Leia a entrevista na íntegra.De avião - Além de Tonkin, a Univaja também processou o missionário-piloto Wilson Kannenberg. Ele é ligado à norte-americana Asas de Socorro, uma organização cristã missionária que fornece apoio logístico, incluindo aviões, para áreas remotas. Kannenberg teria usado um hidroavião para acessar o Vale do Javari e tentar burlar a fiscalização que impede a entrada no território.Segundo a Univaja, a Asas de Socorro não faz apenas “missões humanitárias”, mas promove invasões de terras indígenas em busca de povos isolados.A Asas tem sede em Anápolis, Goiás, cidade que funciona como centro de operações para diversas organizações de missionários que atuam na Amazônia. A entidade subsidia a formação de pilotos e mecânicos, o que a torna atraente também para quem não tem interesse na atividade religiosa.A Asas se recusou a responder às perguntas enviadas pela reportagem. Em uma nota assinada por uma advogada, negou participação em qualquer atividade ilegal.Outro citado na ação movida pela Univaja e aceita pela Justiça Federal em Tabatinga (AM) é Josiah Mcintyre, da Ethnos360 – uma organização missionária americana ligada à Missão Novas Tribos do Brasil.Durante a pandemia, missionários da MNTB realizaram sobrevoos de helicóptero na TI Vale do Javari, sem autorização da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, o helicóptero Robinson R-66 teria sido adquirido no fim de 2018, com doações de simpatizantes no site da entidade nos Estados Unidos. A MNTB também foi processada pela Univaja. Os três missionários e a MNTB foram proibidos de entrar no território pela Justiça.“É curioso como muitos cientistas batalham e não conseguem autorização para passar um ano na floresta e eles [missionários] permanecem por décadas sem [sofrer] interferência nenhuma”, analisa o linguista Daniel Everett, ex-missionário norteamericano que hoje é ateu e crítico dessas denominações religiosas.Kannenberg foi localizado pelas redes sociais, mas não respondeu aos pedidos de entrevista. Josiah Macintyre não foi localizado pela reportagem.Procurada, a MNTB disse, em nota, que atua “dentro da legalidade, em respeito à lei, aos povos indígenas e aos seus direitos constitucionais de autodeterminação”. Afirmou ainda que não colocou em risco os povos indígenas do Javari durante a pandemia e que deixou a região antes mesmo da ordem judicial (leia o posicionamento completo).Bíblia sem ambiguidade - Após desembarcarem no país, os missionários aprendem os idiomas dos povos originários, produzem dicionários e gramáticas e usam esse conhecimento para traduzir a bíblia e pregar para os indígenas em suas línguas nativas. Porém, sutilezas do livro sagrado acabam ficando de fora das traduções, avalia Everett.“A bíblia é um livro bastante ambíguo e, na tradução, o missionário já tira essa ambiguidade, para adaptar o texto a sua própria ideologia, muito conservadora e ligada ao discurso da extrema-direita cristã”, explica o ex-missionário.Utilizado desde os anos 1960, esse método continua sendo largamente empregado pelos missionários. O Ethnos360 mantém arrecadações abertas para financiar traduções do livro sagrado dos cristãos para os idiomas de povos originários de diferentes localidades do planeta.No site da instituição, é possível doar dinheiro diretamente para o trabalho de cada um dos missionários, mesmo que a página não especifique o que fazem e o município onde atuam. Só no Brasil, atuam mais de 50 missionários.Outro site ligado às missões estrangeiras é o Joshua Project. A entidade tenta atrair ao menos 47 religiosos para atuar no Brasil, com mapas de locais onde as atividades devem ser desenvolvidas.Entre os públicos alvos da pregação no país estão judeus, islâmicos e outras comunidades estrangeiras. Mas o grande foco são os indígenas.“A ideologia levada pelos missionários é reacionária e ligada aos valores dos Estados Unidos”, afirma Everett. Ele lembra que boa parte desses religiosos apoiava a ditadura militar e, mais recentemente, Bolsonaro. E recebia benefícios em troca, como a permanência nos territórios indígenas.É o caso do pastor Steve Campbell, da igreja Greene Baptist Church, cuja família atua há 60 anos entre os Jamamadi, em Lábrea (AM). Levado pelos pais, também missionários, em 1963, ele fala a língua dos indígenas e convive com eles desde criança.Segundo o indigenista Daniel Cangussu, um dos principais impactos causados pela presença do missionário é o conflito geracional. Campbell apoia lideranças mais jovens, que têm melhor domínio do português e do uso de tecnologias, o que contribui para deslegitimar os mais velhos.“Há um efeito grave nas aldeias, pois os mais velhos perdem a credibilidade. Isso é bem sério, eles têm se afastado entre si e isso desorganiza bastante a situação interna. É algo que a gente nunca viu acontecer”, explica Cangussu.Em 2018, o missionário Campbell foi expulso pela Funai da Terra Indígena Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, após liderar uma expedição que entrou, sem autorização das autoridades, no território do povo isolado Hi-Merimã – o que é proibido. Por causa desse episódio, Campbell passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal.O imbróglio vem prejudicando o atendimento à saúde dos Jamamadi, já que as lideranças atuais dizem que servidores da Funai e da saúde indígena só poderão entrar no território novamente após o retorno do missionário.Dentre outros motivos, Campbell consolidou sua influência entre os Jamamadi por conseguir aviões e helicópteros para pessoas que necessitavam de transporte para hospitais na cidade, em casos de emergência.Na avaliação de Everett, é preciso restringir a presença dos missionários das terras indígenas. Porém, isso demanda investimentos em profissionais de saúde e voos de urgência, por exemplo.“O Brasil já tentou diversas vezes expulsá-los dos territórios indígenas sem sucesso, porque eles ignoraram as decisões. E eles não vão sair apenas porque o governo falou que eles não podem ficar lá. Esses missionários acreditam que a lei de deus está acima das leis de qualquer país”, finaliza.* colaborou Leonardo FuhrmannReportagem realizada com apoio do Rainforest Journalism Fund (RJF) em parceria com o Pulitzer Center. News Brasil 247 2023-07-20T14:11:19-03:00 b247-446741 Gleisi reage às negociações secretas de Dallagnol com os EUA e diz que Moro sabia: tudo era acertado com o russo https://www.brasil247.com/brasil/gleisi-reage-as-negociacoes-secretas-de-dallagnol-com-os-eua-e-diz-que-moro-sabia-tudo-era-acertado-com-o-russo img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20190911090952_d0bbc24d-7683-48ec-843e-9e0d5475122e.jpeg" width="610" height="380" hspace="5" / Novas mensagens revelam que o então procurador conduziu negociações secretas para definir a divisão dos valores que seriam cobrados da Petrobrás em multas e penalidades br clear="all" 247 - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), usou as redes sociais para afirmar que as novas mensagens da Operação Spoofing que revelaram as negociações secretas entre o ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol com autoridades dos Estados Unidos para dividir o dinheiro arrecadado com multas e penalidades impostas à Petrobrás comprovam “mais um dos desmandos da Lava Jato”“Mais áudios da Operação Spoofing revelam que o cassado Deltan Dallagnol negociou em sigilo com os EUA acordo pra dividir o dinheiro cobrado da Petrobrás em multas e penalidades. É mais um dos desmandos da Lava Jato, que feriu o Estado de Direito e a democracia brasileira com o ex-juiz parcial no comando. E é claro que ele sabia desse acordão pois como já vimos tudo era acertado com o russo. Quem bajulou Moro e cia, contribuindo com o bolsonarismo, devia estar agora com muita vergonha”, postou Gleisi no Twitter. A postagem faz referência ao ex-juiz suspeito e atualmente senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que na época era o magistrado titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.O caso foi revelado nesta quinta-feira (20) por meio de uma reportagem dos jornalistas Jamil Chade, do UOL, e Leandro Demori, que aponta que por mais de três anos Dallagnol, conduziu negociações secretas com as autoridades dos Estados Unidos para estabelecer um acordo sobre a divisão dos valores que seriam cobrados da Petrobrás em multas e penalidades decorrentes de casos de corrupção,. As tratativas, porém, não contaram com a participação da CGU (Controladoria-Geral da União), órgão competente por lei para tais questões. Lava Jato: Dallagnol negociou em sigilo com os Estados Unidos divisão de dinheiro cobrado da PetrobrásAs conversas ocorreram por meio do aplicativo Telegram e não foram oficialmente registradas, envolvendo procuradores suíços e brasileiros. Tais interações foram motivadas pelo papel das autoridades de Berna na busca, confisco e detalhamento das contas utilizadas como destino para as propinas investigadas no âmbito da Operação Lava Jato. No entanto, ambos os lados consideraram estratégico envolver também a Justiça dos Estados Unidos, que estava conduzindo sua própria investigação sobre o caso.Os diálogos foram apreendidos pela Polícia Federal durante a operação Spoofing, uma investigação relacionada ao hackeamento de procuradores e de Moro, no caso amplamente conhecido como Vaza Jato.Também pelo Twitter, Dallagnol se pronunciou, alegando que "negociações de acordos sempre foram tratadas de modo confidencial por várias razões de interesse público, que incluíam preservar os interesses da investigação e da recuperação de ativos, assim como promover, na forma e tempo apropriado de acordo com a lei das sociedades anônimas, a divulgação de informações ao mercado.Mais áudios da Operação Spoofing revelam que o cassado Deltan Dallagnol negociou em sigilo com os EUA acordo pra dividir o dinheiro cobrado da Petrobras em multas e penalidades. É mais um dos desmandos da lava jato, que feriu o estado de direito e a democracia brasileira com o… Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 20, 2023 News Brasil 247 2023-07-20T14:07:19-03:00 b247-446740 PT e Psol solicitam investigação da PGR sobre empresa de Eduardo Bolsonaro e denunciam irregularidades e conflito de interesses https://www.brasil247.com/poder/pt-e-psol-solicitam-investigacao-da-pgr-sobre-empresa-de-eduardo-bolsonaro-e-denunciam-irregularidades-e-conflito-de-interesses img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230227070228_09c4564441710d90f0552219cd82deeaa48f0db607a6a6a33eb5e02a3fd5902a.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Parlamentares apontam ocorrências de crimes e omissões na declaração de bens do deputado federal Eduardo Bolsonaro br clear="all" 247 - Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Simão Pedro (PT-SP) aprovaram um requerimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando uma investigação sobre a empresa Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os parlamentares alegam possíveis crimes de falsidade ideológica, improbidade administrativa e contra a ordem tributária e citam uma reportagem investigativa realizada em parceria pelo UOL, Agência Pública e Clip (Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística) em maio.O requerimento apresentado pelos deputados aponta para manifestações de irregularidades envolvendo a empresa de Eduardo Bolsonaro, incluindo omissões em sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a investigação jornalística, o deputado omitiu a existência da empresa Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda em sua declaração.Além disso, os parlamentares questionam o enquadramento da firma como "microempresa" e destacam que o endereço da sede do negócio de Eduardo não possui qualquer identificação da empresa. Esses fatos levantam dúvidas sobre a atuação da empresa e sua relação com outras atividades comerciais.De acordo com reportagem da jornalista Juliana Dal Piva, do Uol, a esposa de Eduardo Bolsonaro, Heloísa Bolsonaro, foi admitida como sócia-administradora da empresa em abril de 2022, pouco depois de seu registro. Mais tarde, em março de 2023, ela alterou o objeto social da empresa para incluir "comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios" e transferiu o endereço para Caçapava (SP), onde funciona a sede das Camisetas Opressoras.A Camisetas Opressoras, empresa associada ao mesmo endereço da Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda, ganhou notoriedade em 2018 após a família Bolsonaro passar a usar seus produtos em eventos políticos. A loja é conhecida por vender itens com mensagens golpistas e falsas, como o slogan "O Brasil foi roubado", amplamente compartilhado nas redes sociais bolsonaristas.Os deputados denunciantes destacam ainda a proximidade entre Eduardo Bolsonaro e as atividades comerciais da Camisetas Opressoras. O deputado republicou em suas redes sociais conteúdos da loja e chegou a divulgar a caneca "Brasil Was Stolen". A relação entre as empresas levanta questões sobre possível conflito de interesses e utilização da imagem do parlamentar em benefício comercial.A defesa de Eduardo Bolsonaro ainda não se manifestou sobre o requerimento apresentado pelos deputados e sobre as denúncias de envolvimento de sua empresa e o uso de sua imagem pelas Camisetas Opressoras.A PGR deverá avaliar o requerimento e decidir se abrirá ou não um procedimento de investigação para apurar os fatos relatados por parlamentares e pela reportagem jornalística. As possíveis considerações e o início do caso ainda são aguardados enquanto o cenário político se mantém em alerta diante das denúncias. News Brasil 247 2023-07-20T14:01:30-03:00 b247-446739 Valdemar Costa Neto avisa a Yury do Paredão que deputado será expulso dos quadros do PL https://www.brasil247.com/poder/valdemar-costa-neto-avisa-a-yury-do-paredao-que-deputado-sera-expulso-dos-quadros-do-pl img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230717220720_0f94990d8405401507eff860cad7618a651b1451f3aac63a67dedc7568d219e7.png" width="610" height="380" hspace="5" / Parlamentar será expulso do partido devido à uma foto em que aparece fazendo o sinal 'L' ao lado de ministros do governo Lula br clear="all" 247 - O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, informou ao parlamentar Yury do Paredão (PL-CE) que ele será expulso do partido devido à polêmica foto em que fez o sinal 'L' ao lado de ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também tirou uma foto de mãos dadas com Lula. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o comunicado foi feito nesta quinta-feira (20), durante uma reunião entre Valdemar e o parlamentar. Ainda segundo a reportagem, um processo instaurado pelo Conselho de Ética do PL do Ceará recomendou a expulsão do deputado. A punição também foi apoiada pela maioria dos parlamentares da legenda, que veem a expulsão como medida para evitar gestos similares no futuro. Ao ser desvinculado do PL, entretanto, Yury do Paredão estará livre para se filiar a outra agremiação política sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade partidária News Brasil 247 2023-07-20T13:45:10-03:00 b247-446738 Advogado de Daniel Silveira faz ‘vaquinha’ para pagar contas de ex-deputado https://www.brasil247.com/poder/advogado-de-daniel-silveira-faz-vaquinha-para-pagar-contas-de-ex-deputado img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20220425190448_0a336f53-cab4-4664-9e62-29703715564a.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / “Vamos devolver dignidade ao nosso herói Daniel Silveira e sua família?”, pergunta a postagem do defensor do extremista br clear="all" Carta Capital - O advogado que representa o ex-deputado Daniel Silveira, Paulo Faria, está organizando uma ‘vaquinha’ online para receber doações de apoiadores para seu cliente. A informação foi compartilhada pelo defensor do deputado preso por atos antidemocráticos nas redes sociais.Segundo a publicação, o dinheiro solicitado pelo advogado servirá para “pagar contas básicas”. Na mensagem, ele chama Silveira, que ameaçou ministros do Supremo Tribunal Federal e é apontado como autor de um plano de golpe até por aliados, de “herói”.Leia a íntegra na Carta Capital. News Brasil 247 2023-07-20T13:43:39-03:00 b247-446737 FAB realiza cerimônia pelos 150 anos de nascimento de Santos Dumont (vídeo) https://www.brasil247.com/brasil/fab-realiza-cerimonia-pelos-150-anos-de-nascimento-de-santos-dumont-video img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230720130736_5eaf249bee1b2b9c5bf505b51eb0719aa1a8643cbb8a7424ffc8e1171a6cc9c5.png" width="610" height="380" hspace="5" / O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento, bem como o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet br clear="all" 247 - A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, nesta quinta-feira (20), a cerimônia alusiva ao sesquicentenário de nascimento de Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica brasileira. Realizado em Brasília, o evento intitulado “A vida, a Obra e os Valores de Santos Dumont em 06 Atos” ocorreu na Base Aérea de Brasília.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento, bem como o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet.Lula emocionou-se ao celebrar o legado de Santos Dumont. "Emocionante a celebração dos 150 anos de Santos Dumont, o pai da aviação e patrono da Força Aérea Brasileira. A FAB que tem um papel importante no socorro em crises humanitárias, no transporte de órgãos que salvam vidas e na produção dos tecnológicos caças Gripen, junto com a Embraer", escreveu o presidente.A solenidade contou com uma inédita encenação teatral, retratando a história do herói nacional, apresentada nos cinco primeiros atos. Foi realizada, também, a imposição da Medalha Mérito Santos Dumont a personalidades agraciadas. O reconhecimento é entregue a civis e militares com qualidades, valores ou destacados serviços prestados à Aeronáutica. Além das réplicas de aeronaves de Santos Dumont expostas no pátio, aeronaves da FAB realizaram sobrevoo durante a cerimônia.Ao término do evento, a Esquadrilha da Fumaça escreveu nos céus de Brasília “SANTOS=DUMONT 150 ANOS”. O objetivo é homenagear o Patrono da Aeronáutica exatamente no horário em que ele nasceu, às 12h. Confira:Lula (Foto: Ricardo Stuckert)(Photo: Ricardo Stuckert)Durante a formatura, desembarcaram, de uma aeronave C-99, uma equipe médica de transplante de órgãos, uma família doadora e uma senhora transplantada, a qual recebeu um coração transportado em uma aeronave da #FAB. Essas pessoas representam todas as milhares de vidas que puderam… pic.twitter.com/Z1UecI94Py Força Aérea Brasileira ???????? (@fab_oficial) July 20, 2023Para encerrar a cerimônia dos 150 anos do Pai da Aviação, a Orquestra da FAB se apresentou e a Esquadrilha da Fumaça realizou sua apresentação final. Foi lindo!???????? pic.twitter.com/KJy05uGKBh SecomVc (@secomvc) July 20, 2023Presidente @LulaOficial chega à Base Aérea de Brasília e recebe os cumprimentos do Tenente Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno, (Comandante da Aeronáutica) e do Coronel Miguel Angelo Cortes (Comandante da Base Aérea de Brasília). pic.twitter.com/eTEcCWUbX2 SecomVc (@secomvc) July 20, 2023 News Brasil 247 2023-07-20T13:40:23-03:00 b247-446736 Ministério da Fazenda apresenta 17 propostas para reforma financeira https://www.brasil247.com/economia/ministerio-da-fazenda-apresenta-17-propostas-para-reforma-financeira img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230720130728_b0a6079ed3e1b01d81a664e722e078d80c529c05dcc448524a5f1c2e5cd29ea2.png" width="610" height="380" hspace="5" / Ações foram propostas por entidades privadas br clear="all" Por Vitor Abdala, repórter da Agência Brasil - O Ministério da Fazenda apresentou nesta quinta-feira (20) 17 propostas para reformas financeiras no país. As ações, apresentadas por entidades do setor privado, envolvem medidas nos segmentos de tributação, seguros, previdência, mercado de capitais e crédito.A Agenda de Reformas Financeiras - Ciclo 2023-2024, começou com o convite a 40 associações do setor privado, que enviaram 120 propostas para o governo, das quais 17 foram selecionadas para receberem prioridade."São diversas propostas que a gente está fazendo em diálogo com o setor privado para implementar uma série de pequenas reformas que, em conjunto, vão ter um impacto muito significativo na economia brasileira. É a melhor forma de fazer reformas, e talvez seja a única forma de fazer reformas, seja mediante o diálogo com a sociedade", afirmou o secretário nacional de Reformas Econômicas, Marcos Barbosa Pinto.Cada proposta será trabalhada por uma equipe temática, a partir de agosto. Durante um ano, a equipe discutirá o assunto e, ao final, preparará um relatório, que deverá ser entregue em maio de 2024."A ideia dessa agenda é fazer subgrupos de discussão para cada um desses 17 temas, para que, a partir do ano que vem, a gente comece a transformá-lo em projetos de lei, em iniciativas de política pública para implementar essas reformas que são muito importantes para o país", disse o secretário.Entre as associações que tiveram propostas selecionadas estão a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). News Brasil 247 2023-07-20T13:31:20-03:00 b247-446735 Taxação das apostas esportivas deve gerar R$ 2 bi de arrecadação em 2024, diz Haddad https://www.brasil247.com/esporte/taxacao-das-apostas-esportivas-deve-gerar-r-2-bi-de-arrecadacao-em-2024-diz-haddad img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2023062704064_32f4961591be6719b062c993348cfc1d2d00d3caf325a6caa8b75e7e49d0e285.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Estimativas anteriores da pasta apontavam para ganhos de até R$ 12 bilhões ao ano com a medida br clear="all" Reuters - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que a proposta que será enviada pelo governo ao Congresso para regulamentar e taxar apostas esportivas deve gerar uma arrecadação de aproximadamente 2 bilhões de reais em 2024.Estimativas anteriores da pasta apontavam para ganhos de até 12 bilhões de reais ao ano com a medida.Em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro, Haddad voltou a criticar o nível dos juros no país, argumentando que o governo paga 10% ao ano de juros reais e que "o país não aguenta mais". News Brasil 247 2023-07-20T13:18:19-03:00 b247-446734 Queremos a todo custo fazer agenda de reformas avançar, diz Haddad https://www.brasil247.com/economia/queremos-a-todo-custo-fazer-agenda-de-reformas-avancar-diz-haddad img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230628080636_be5ab3bc949be165b4dac0aee040866b52e52ac129e3c76b0f4ddc5ce32034ca.jpg" width="610" height="380" hspace="5" / Ministro afirmou que economia brasileira tem uma oportunidade de deslanchar se nós soubermos fazer aquilo que precisa ser feito br clear="all" Reuters - O governo quer a todo custo fazer a agenda de reformas econômicas avançar, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira, destacando que as medidas já aprovadas no Congresso começam a melhorar a perspectiva para a economia brasileira.As medidas econômicas elaboradas pelo governo em tramitação no Congresso ou já sancionadas pela Presidência "começam a gerar um novo horizonte para a economia brasileira, que tem uma oportunidade de deslanchar se nós soubermos fazer aquilo que precisa ser feito para que os investidores nacionais e estrangeiros e a população... consigam enxergar uma perspectiva de desenvolvimento", disse Haddad.Ele falou em reunião no Rio de Janeiro realizada para a apresentação de 17 propostas selecionadas pelo governo para colocar em debate uma agenda de reformas financeiras, voltadas em grande parte para a recuperação do crédito e incentivos aos mercados de capitais e de seguros.Haddad defendeu que essas medidas ajudarão o país a crescer, algo necessário para as tensões não voltarem a se acirrar, segundo ele.O ministro voltou a elogiar o arcabouço fiscal, ainda a ser aprovado definitivamente pela Câmara dos Deputados após ter sido alterado no Senado, e também afagou o Congresso ao dizer que os parlamentares tiveram "uma demonstração de maturidade que a gente tem que aplaudir" no tratamento das pautas econômicas do governo. Ele disse acreditar que novo o marco para as contas públicas será aprovado em agosto.REFORMA TRIBUTÁRIA DA RENDA - Quando questionado sobre a segunda etapa da reforma tributária, a que mira a renda, Haddad disse estar com "muita cautela", uma vez que ela ainda precisa passar por processo de amadurecimento, ao mesmo tempo que o Senado está concentrando seus esforços na aprovação da proposta que trata da tributação sobre o consumo de bens e serviços.Segundo Haddad, o Senado não quer que o tema das mudanças tributárias sobre o consumo saia da agenda, "para dar o arremate final na reforma e ela não ser atropelada por outras temáticas que poderiam eventualmente prejudicar o bom andamento que ela vem tendo".O ministro disse acreditar que o Senado terá mais um trabalho de "lapidar" a reforma tributária voltada para o consumo do que criar novos dispositivos no texto, acrescentando confiar que o trabalho da Casa será "da mesma qualidade" que o feito pela Câmara dos Deputados.A proposta de reforma tributária de bens e serviços foi aprovada na Câmara dos Deputados neste mês e ainda precisa percorrer um longo caminho no Senado, onde governadores e setores econômicos tendem a ter mais poder de influência, e pode ser modificada.A matéria --que busca transformar cinco tributos em um Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) dual-- está entre as prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. News Brasil 247 2023-07-20T13:17:09-03:00 b247-446733 Governo sanciona lei que concede atendimento prioritário a autistas e pessoas com mobilidade reduzida https://www.brasil247.com/saude/governo-sanciona-lei-que-concede-atendimento-prioritario-a-autistas-e-pessoas-com-mobilidade-reduzida img src="https://pb-brasil247.storage.googleapis.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20191203131236_d2c4efba-cf55-4422-9f7a-3fa83139db75.jpeg" width="610" height="380" hspace="5" / Texto prevê que repartições públicas e empresas concessionárias passem a incluir esses grupos em sua rotina de atendimentos prioritários br clear="all" Secom/Governo Federal - O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei nº 14.626/2020, que garante atendimento prioritário a pessoas com transtorno do espectro autista, com mobilidade reduzida e doadores de sangue. O objetivo é reconhecer, por um lado, a necessidade de atendimento específico às pessoas do espectro autista e com restrições de locomoção e, na outra vertente, incentivar doações voluntárias e aumentar o percentual de doadores no país, medida essencial para abastecer bancos de sangue.A lei indica que 40% do efetivo de atendimento em repartições públicas e empresas concessionárias sejam destinados aos grupos prioritários. Não havendo ninguém desses grupos no momento, o atendimento se volta a todos os demais. A intenção é facilitar o acesso a serviços públicos e contribuir para a inclusão social. A prioridade alcança caixas, guichês, filas, bancos, órgãos públicos, rodoviárias, agências dos Correios, entre outros.Com a mudança no texto da legislação, o atendimento prioritário passa a ser oferecido a pessoas idosas com idade igual ou superior a 60 anos, gestantes, lactantes, pessoas com criança de colo, pessoas no espectro autista, pessoas com mobilidade reduzida e doadores de sangue.A sanção também prevê reserva de assento em veículos de empresas públicas de transporte e de concessionárias de transporte coletivo para pessoas no espectro autista e com mobilidade reduzida. No caso dos doadores de sangue, a regra do transporte público não se aplica.DOAÇÃO - De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2017, 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue no Brasil, o que corresponde a 1,6% da população. Apesar de estar dentro dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 1% e 3%, as medidas de incentivo são essenciais para estabilizar e até ampliar o percentual de doadores no Brasil. News Brasil 247 2023-07-20T13:06:39-03:00 b247-446732










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