Colômbia: movimentos pró Petro se articulam contra grande capital para aprovar reformas
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Em 2022, o presidente conseguiu aprovar nova legislação tributária e agora busca políticas ligados ao meio ambiente, à saúde, à educação e ao trabalho
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La Jornada, via Diálogos do Sul - O presidente Gustavo Petro instalou na última quinta-feira (20) um novo período de sessões do Congresso com um apelo aos legisladores para que contribuam para avançar nos seus programas de justiça ambiental e social.Petro alertou diante dos parlamentares sobre as graves ameaças ambientais que vive hoje a humanidade e recordou que seu programa, chamado “Colômbia potência da vida”, não é um slogan de campanha, mas sim um conceito sobre o desenvolvimento econômico em harmonia com a natureza. De acordo com analistas locais, o segundo período legislativo que se iniciou porá à prova a capacidade do presidente Gustavo Petro para avançar nas principais reformas sociais que propôs aos colombianos durante sua campanha eleitoral.Embora no ano passado tenha logrado a aprovação de uma reforma tributária que lhe garantirá recursos importantes para executar seu plano nacional de desenvolvimento, Petro recebeu duras derrotas na anterior legislatura, durante a qual se afundaram várias de suas propostas.Luis Fernando Velasco, ministro do interior, anunciou que o executivo insistirá no trâmite de uma profunda reforma à saúde que dê acesso a serviços básicos a milhões de colombianos da periferia geográfica historicamente excluídos desse direito.O que diz a oposiçãoA oposição e as associações patronais argumentaram que a iniciativa pretendia devolver ao Estado um papel protagonista na prestação de serviços de saúde, abrindo – segundo eles – as comportas da corrupção.Este debate não só provocou a derrubada precoce de uma fraca coalizão de partidos que apoiou inicialmente a Pedro, mas também levou à renúncia da ministra do ramo, Carolina Corcho.Na atual legislatura, esta iniciativa seguirá seu trâmite na plenária da Câmara de Representantes, enquanto que no Senado continuará em curso o debate sobre outra das reformas que o presidente Petro considera indispensável: a da aposentadoria.A poderosa Associação Nacional de Industriais (ANDI), assim como associações de comerciantes e banqueiros, se opõem radicalmente a esta reforma laboral que busca, entre outras coisas, garantir estabilidade nos postos de trabalho e o pagamento de horas extras aos trabalhadores.Pacote reformista e medição de forçasÀs essas iniciativas se somará uma ambiciosa reforma à educação superior que pretende ampliar o acesso de milhares de jovens à formação universitária.Foi em apoio a este pacote reformista que sindicatos, centrais operárias, movimentos sociais e a coalizão de partidos que apoia Petro se manifestaram na quinta nas principais cidades do país, convertendo de novo as ruas no cenário da luta que travam seguidores e opositores de Petro.Esta constante medição de forças teve um inquietante capítulo na quarta-feira quando milhares de reservistas das forças militares e da polícia encheram a Praça de Bolívar desta capital, depois de percorrer as ruas centrais de Bogotá em atitude agressiva e hostil, qualificando o governo de comunista e cúmplice da Rússia, Venezuela, Cuba e Nicarágua.Os reservistas se negaram a participar nos desfiles militares comemorativos do Dia da Independência Nacional que se realizaram em várias cidades do país, entre elas San Andrés, a capital do arquipélago do mesmo nome, onde esteve o presidente Petro.Desde a ilha, protagonista de uma longa disputa territorial entre Colômbia e Nicarágua, Petro anunciou que buscará um diálogo direto com seu homólogo nicaraguense, Daniel Ortega, para chegar a acordos que permitam o livre exercício da pesca artesanal a milhares de habitantes da ilha que vivem desta atividade e que se viram afetados pelos litígios binacionais.Há poucos dias cumprir seu primeiro ano de governo, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia enfrenta um novo desafio para conseguir que o poder legislativo lhe permita seguir com suas propostas reformistas, mas sem descartar – como eles mesmo disse – que se isso não é possível, seja o povo mobilizado que ao acompanhe neste empenho.