"A burguesia está nervosa com o risco de sucesso do governo Lula. Ela pode perder o controle", diz Rui Costa Pimenta

Presidente do PCO afirma que o teste de fogo será o duelo com o Banco Central em torno da taxa de juros
247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, Rui Costa Pimenta, líder do Partido da Causa Operária (PCO), afirmou que a burguesia está apreensiva com a possibilidade de sucesso do governo Lula. Para ele, o êxito do atual governo representa uma ameaça aos interesses da classe dominante, uma vez que o presidente contrasta com o poder exercido por essa elite. Segundo Pimenta, Lula não confronta diretamente a burguesia, mas suas políticas e abordagens no governo diferem significativamente das políticas neoliberais. Ele afirma que os ataques da mídia ao governo no caso Marcio Pochmann, futuro presidente do IBGE, foram um teste preparatório para futuras investidas golpistas."A burguesia está nervosa com o risco de sucesso do governo Lula. Ela pode perder o controle. Lula não confronta, mas contrasta com o poder da burguesia", enfatizou Pimenta. Quanto ao cenário econômico do país, Rui Costa Pimenta mostrou cautela quanto ao otimismo. Embora reconheça que o presidente Lula tem buscado acalmar os ânimos da burguesia com sua gestão, Pimenta destaca que ainda há fragilidades na economia que não podem ser ignoradas. "O cenário econômico ainda é precário e não se pode exagerar no otimismo. O que o presidente Lula fez foi acalmar a burguesia", ressaltou o líder do PCO.Pimenta também fez uma análise do desafio que Lula enfrentará em relação ao Banco Central, destacando a importância de baixar a taxa de juros para impulsionar a economia do país. "A prova de fogo de Lula será o Banco Central. Se ele conseguir baixar a taxa de juros, dará um repique na economia", afirmou Pimenta.Sobre o pacote de defesa da democracia, Rui Costa Pimenta expressou uma visão crítica, classificando-o como antidemocrático. Segundo ele, o pacote traz medidas punitivas severas, com penas de até 40 anos, e reintroduz a noção de crime político, o que, em sua visão, reflete uma posição conservadora e direitista. "O pacote de defesa da democracia é antidemocrático. Tem pena de 40 anos. Estão retomando a ideia de crime político. É uma posição conservadora e direitista", afirmou Pimenta. Assista: