Aras vê chances de recondução diminuírem e traça estratégia para emplacar sucessor

Aras quer garantir que, não sendo reconduzido, o escolhido para o cargo não lhe cause problemas futuros em decorrência de sua atuação durante a gestão Bolsonaro
247 - O procurador-geral da República, Augusto Aras, está vendo suas chances de ser reconduzido ao cargo pelo presidente Lula (PT) diminuírem e, com isso, pensa em tentar emplacar um sucessor de sua preferência. Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, o PGR inicialmente achava que com a ajuda de alguns personagens do governo conseguiria reverter sua imagem de "engavetador das denúncias contra Jair Bolsonaro (PL) e viabilizar mais um mandato à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). >>> Aras vê fatos novos em relatórios sigilosos sobre pandemia e ordena envio à PGR e STF. Bolsonaro e Pazuello serão incriminados"Lula, no entanto, tem emitido sinais de que ainda resiste ao PGR pela sua leniência em relação à conduta criminosa do ex-presidente Jair Bolsonaro na pandemia", relata a jornalista.Diante deste cenário, Aras já disse a aliados que decidirá em agosto qual será sua estratégia: insistir no plano de se cacifar para uma recondução ou trabalhar para emplacar um aliado como sucessor. "Com isso, Aras busca se blindar de problemas que possam ser imputados a ele quando deixar o cargo", diz a reportagem.O preferido de Aras é o subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pelo inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro e que nesta semana, em entrevista a Guilherme Amado, do Metrópoles, criticou a perseguição da Lava Jato a Lula. O cotado também não escondeu seu interesse em assumir o comando do Ministério Público. "A maioria dos subprocuradores-gerais da República tem interesse em ser PGR e eu gostaria de deixar minha contribuição. (....) Entre o querer, o ser escolhido e o poder (ser escolhido) há um espaço muito grande".