Fitch rebaixa nota de crédito dos EUA e mercados globais se abalam com o primeiro corte de rating desde 2011
Infomoney - Os principais índices de Wall Street registram baixa expressiva nesta quarta-feira (31) após a decisão surpresa da agência de classificação de risco Fitch de rebaixar a recomendação de crédito do governo dos Estados Unidos, afetando o apetite por ativos de risco.No fim da manhã, às 11h45 (horário de Brasília), o Dow Jones caía 0,62%, o S&P500 tinha baixa de 1,07% e o Nasdaq tinha desvalorização de 1,76%, este último muito impactado pela alta do rendimento dos Treasuries com o cenário de maior aversão ao risco. A Fitch rebaixou o rating de emissor de inadimplência a longo prazo e moeda estrangeira (IDR, na sigla em inglês) dos Estados Unidos de AAA para AA+, com perspectiva estável.O rebaixamento da classificação de crédito soberano dos Estados Unidos pela Fitch também derrubou outras praças nos mercados acionários globais, interrompendo uma alta constante e provocando volatilidade.A decisão da agência de classificação de risco surpreendeu e também gerou críticas. Segundo a Fitch, o rebaixamento se deu com base na deterioração da posição fiscal, percepção de piora da governança e aumento da ocorrência de disputas de limite de dívida.A Moody’s é agora a única agência remanescente entre as três principais mantendo o status AAA para os EUA, já que a S&P a removeu em 2011, também em meio ao debate sobre o teto da dívida.“De fato, os acordos de última hora para suspender ou aumentar os tetos da dívida certamente não são construtivos, especialmente considerando que a regra do limite da dívida é instrumentalizada por políticos nas negociações orçamentárias, enquanto a trajetória do nível da dívida é meramente o resultado de decisões já passadas – e, portanto, acordadas -legislação. No entanto, a implicação imediata do investimento é limitada. As notas do Tesouro dos EUA continuam sendo um dos ativos mais líquidos e seguros, pelo menos em termos de risco de contraparte”, avalia a Julius Baer.Nessa linha, o consenso geral entre estrategistas e gestores de fundos é de que o corte no rating (apesar da reação forte na sessão) deve ter um impacto limitado nas ações, com a Wells Fargo & Co. dizendo que qualquer retração será “curta e superficial” e a Liberum Capital descrevendo a notícia como uma “tempestade em uma bule de chá”.Para alguns, é uma boa desculpa para embolsar alguns lucros após um salto de 19% este ano no S&P 500. Em Nova York, o índice não tinha um dia de queda de ao menos 1% em 47 sessões consecutivas, a mais longa sequência de dias calmos desde janeiro de 2020.