Especialista em segurança pública propõe unificação de polícias e mudança de paradigma

Em entrevista à TV 247, o professor Paulo Ribeiro da Cunha defende reformulação das forças policiais e envolvimento político no debate
247 - A atuação das polícias militares no Brasil é objeto de debate há décadas, e recentemente, o professor Paulo Ribeiro da Cunha, especialista em questões militares e segurança pública, concedeu uma entrevista à TV247 onde abordou a necessidade de mudanças nesse cenário.Para o professor, o caráter militarizado da Polícia Militar precisa ser revisto: "Polícia Militar não precisa existir, não é para se defender. (...) você tem que tirar esse caráter militarizado dela."Ribeiro da Cunha também defende a unificação das polícias civis e militares, apontando resistências internas, mas ressaltando a importância de uma decisão política: "Esse é um debate que a sociedade precisa enfrentar e tem resistências internas enormes nas duas corporações. (...) é fundamentalmente uma falta de uma política maior dos governadores, de enfrentar uma questão como essa, de com muita firmeza, com muita determinação."O especialista argumenta que a unificação da polícia se baseia em modelos de outros países e exige a participação da sociedade e dos próprios policiais na construção desse novo paradigma: "O fato de você ter o único policial, se ele está andando de civil, com uma função, e ele tem uniforme patrulhando ou vendo o trânsito. Aí, pra mim, é uma questão menor numa perspectiva de uma única instituição."Ribeiro da Cunha destaca a importância de considerar outros aspectos na reformulação da segurança pública, como a construção de políticas sociais que ofereçam perspectivas para os jovens e uma visão de segurança democrática que não se limite apenas à repressão: "Veja a questão em si de como ela. Essa reformulação poderia do governo. É algo que a sociedade tem que explorar."Sobre a politização da polícia, o professor defende que os policiais tenham direitos e se manifestem, mas que isso não signifique partidarização da instituição: "Os policiais têm o direito de se manifestarem. Os policiais têm o direito a ter que se organizar em fazerem greve. Isso não significa partidarizar a instituição porque isso é grave."Assista à entrevista: