Mapa eleitoral de Lula foi usado pela PRF em planejamento de operações no Nordeste
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Investigação da PF revela planejamento de operações em áreas com maior votação para Lula no segundo turno de 2022
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247 - A utilização de um mapa que indicava a concentração de votos destinados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veio à tona em uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022. Segundo a PF, esse mapa foi empregado durante uma reunião que discutiu estratégias para dificultar o deslocamento de candidatos na data do pleito. Os resultados dessa investigação levaram à prisão do ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, e ações de busca e apreensão contra dirigentes da corporação.De acordo com reportagem de O Globo, a análise dos registros da PF apontou que o mapa em questão estava armazenado no celular da delegada federal Marília de Alencar, então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça sob a gestão de Anderson Torres. Durante seu depoimento, Marília explicou que Torres havia solicitado à área técnica do ministério informações sobre a quantidade de agentes das diferentes praças que poderiam ser empregadas no dia das eleições.O documento, intitulado "Concentração maior ou igual a 75% - Lula", traz um mapa do Brasil marcado com áreas onde Lula obteve uma expressiva quantidade de votos. A imagem incluía uma lista de cidades, como Crato, no Ceará, e Paulo Afonso, na Bahia, onde Lula obteve 63% e 48% dos votos, respectivamente.A investigação da PF apurou que esse planejamento foi compartilhado com o então superintendente da PF na Bahia, Leandro Almada. Pouco antes do segundo turno, Anderson Torres se apresentou à Bahia para uma reunião com Almada, na qual solicitou que a PRF colaborasse com a PF nas operações programadas para o dia 30 de outubro.Nesse dia, conforme informações do Ministério da Justiça, a PRF abordou o ônibus 324 nas estradas do Nordeste, região em que Lula obteve seus maiores índices de votação. Essa ação resultou em discussões sobre uma suposta desproporcionalidade da atuação policial na região, superando o monitoramento durante as festividades de São João, que é considerada uma das maiores operações da PRF na área.Além disso, a PF identificou a elaboração ou modificação de um arquivo Excel com o nome "BA_ELEICOES_.xlsx" no telefone de Marília, às 15h26min do dia 18 de outubro. Esse arquivo continha conversas relacionadas à quantidade de equipes, base, total de condutores e alcance no estado, que indicavam o alcance possível de ouvidos pelas equipes da PRF em suas bases ou pontos fixos.