Longas discussões e recursos de divulgação científica tornam o filme de Christopher Nolan gongórico e afetado
br clear="all"
Assim como todos ficamos indecisos no julgamento moral de Julius Robert Oppenheimer, eu permaneço indeciso sobre o que achei de Oppenheimer, o filme. O cientista tinha bons motivos para desenvolver a bomba H (na verdade, o H não foi ideia dele) com o intuito de dissuadir os nazistas, mas insistiu em que a despejassem sobre um Japão já meio derrotado. Logo sentiu-se com “sangue nas mãos” e um remorso que suplantava o orgulho do sucesso. Não soube medir o impacto do seu invento, uma vez que o uso de qualquer tecnologia independe da vontade do seu criador. Por outro lado, “quase zero” não seria garantia suficiente para o risco de um apocalipse nuclear.A consciência de Oppenheimer, Prometeu moderno, é o tema central do diretor Christopher Nolan – e isso está bem representado por cenas como as visões de morte que empanam sua celebração pelos colegas e a conversa com o presidente Harry S. Truman. As suas ligações com a esquerda estadunidense, que lhe valeram a suspeita de colaborar com os soviéticos em tempos de macarthismo, fornecem o principal subtexto político do filme. Esses são os pontos que mais me agradaram numa empreitada difícil como esta. Nolan não se amofinou diante da necessidade de entrar nos pormenores da saga de Oppenheimer. Daí que somos obrigados a suportar longuíssimas discussões sobre a burocracia acadêmica, as rivalidades científicas e as tecnicalidades da fissão e da fusão nucleares. Leigo em todos esses assuntos, flutuei em boa parte do filme sem conseguir acompanhar as menções a tantos personagens e tantos procedimentos.A saída hollywoodiana para essa dificuldade foi usar recursos de divulgação científica, mostrando grandes questões de modo resumido e grandes decisões em rápidos diálogos diante de alguns rabiscos numa lousa. A Física deixa de ser a disciplina lenta e ponderada que é para surgir como atividade aventurosa, romântica e espetacular.No fim das contas, Oppenheimer me pareceu longo, gongórico e afetado. A narrativa fragmentada temporalmente, sobretudo nas primeiras duas horas, podia ser a concretização da “montagem atômica” ou “nuclear” proposta por Glauber Rocha, com a vantagem de se tratar realmente de átomos. Explosões e erupções visuais frequentes nos lembram do que estamos tratando, afinal. Um filme pretensamente grandioso, mas no fundo apenas uma biografia competente e convencional. Oppenheimer está nos cinemas.O trailer:
Эксперт Президентской академии в Санкт-Петербурге о повышении экологического статуса целлюлозно-бумажных технологий в России
XXXIII Церемония «Хрустальная Турандот» объявит победителей сезона 2023/2024
Прокуратура Архангельской области и Ненецкого автономного округа 31 мая 2024 года в г. Нарьян-Мар проведет прием граждан и «Горячую линию» по вопросам защиты прав и законных интересов несовершеннолетних