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Август
2023

Caitlin Johnstone: O efeito da verdade ilusória e a invasão “não-provocada” da Ucrânia

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A repetição torna as declarações mais fáceis de ser processadas, com relação a novas e repetidas declarações, levando as pessoas a acreditar que a conclusão repetida é verdadeira

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Por Caitlin Johnstone, originalmente publicado no website da autora. Traduzido e adaptado por Rubens Turkienicz com exclusividade para o Brasil 247Efeito da verdade ilusória (*)O efeito da verdade ilusória (também conhecido como o efeito da ilusão da verdade, o efeito da validade, o efeito da verdade, ou o efeito da reiteração) é a tendência de se acreditar que uma informação falsa seja correta, após repetidas exposições. Este fenômeno foi primeiramente identificado em um estudo de 1977 da Universidade Villanova e da Universidade Temple. Quando a verdade é avaliada, as pessoas fiam-se se a informação está de acordo com a sua compreensão, ou se esta parece familiar. A primeira condição é lógica, à medida que as pessoas comparam a nova informação com aquilo que elas já sabem ser verdade. A repetição torna as declarações mais fáceis de serem processadas, com relação a novas e repetidas declarações, levando as pessoas a acreditarem que a conclusão repetida é mais verdadeira. O efeito da verdade ilusória também tem sido ligado a vieses retrospectivos, nos quais a memória de confiança é desviada depois que a verdade é recebida. (*) fonte: Wikipedia [tradução livre]=Indiscutivelmente, a mais egrégia exibição singular de propaganda de guerra no século XXI ocorreu no ano passado, quando a classe política/mídia ocidental começou a balir uniformemente a expressão “não-provocada” em referência à invasão da Ucrânia pela Rússia.Em 23 de fevereiro do ano passado, um dia antes da invasão começar, o conselho editorial do New York Times escreveu que “uma invasão não-provocada de um estado europeu soberano é uma declaração não-provocada de guerra em escala, sobre um continente e num século quando se pensava que isso não fosse mais possível”.Depois que a guerra começou, a Casa Branca de Biden publicou uma declaração intitulada “Observações do presidente Biden sobre o ataque não-provocado e injustificável da Rússia à Ucrânia”. O secretário de estado Antony Blinken compartilhou a declaração de Biden no, não-provocada Twitter com o monetário “O ataque premeditado, não-provocado e injustificado da Rússia contra a Ucrânia desconsidera descaradamente as vidas de homens, mulheres e crianças inocentes, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e a lei internacional”.No início de março do ano passado, o conselho editorial do New York Times escreveu que as sanções ocidentais contra a Rússia em retaliação à invasão demonstraram que há consequências para guerras não-provocadas de agressão”.Em abril do ano passado, o conselho editorial do New York Times repetiu novamente este slogan, escrevendo que Putin havia “ordenado uma guerra não-provocada para satisfazer as suas ambições imperiais e a destruição de uma nação vizinha”.Em maio do ano passado, o conselho editorial do New York Times reiterou que “a Ucrânia merece apoio contra a agressão não-provocada da Rússia”.Segundo o analista Jeffrey Sachs, o New York Times usou a expressão não provocada “não menos de 26 vezes, em cinco editoriais, 14 colunas de opinião dos escritores do NYT e sete op-eds (artigos publicados ao lado do editorial do jornal) escritos por convidados”.Porém não foi só o 'Paper of Record' do NYT [arquivos de internet contendo páginas integrais do jornal] que cantou os mesmos hinos do governo dos EUA. O conselho editorial do The Guardian escreveu que “A guerra não-provocada do sr. Putin contra um vizinho menor e democrático resultou em 1,7 milhão de pessoas fugindo dos seus lares”. O conselho editorial do jornal Los Angeles Times escreveu que “as vítimas mais conspícuas da invasão não-provocada da Ucrânia pela Rússia são as pessoas que perderão as suas vidas defendendo o seu país contra um vizinho brutal (e que tem armas nucleares)”. O conselho editorial do jornal Chicago Tribune fez referência à “audaciosa invasão não-provocada de Putin na Ucrânia”. O conselho editorial do Financial Times fez referência ao ataque não-provocado de Putin contra o vizinho da Rússia”. O conselho editorial do The Washington Post fez referência à “invasão desastrosa e não-provocada de Moscou” e à “invasão não-provocada da Rússia” em duas matérias separadas.Em todos os lugares que você olhasse, esta expressão estava sendo acriticamente regurgitada pela imprensa ocidental. A CNN dizendo que “a invasão não-provocada da Ucrânia pela Rússia devastou o país, matando centenas de civis, provocando um desastre humanitário e resultando numa onda de sanções do Ocidente”. A revista Time balbuciando sobre “a invasão não-provocada da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro”. A revista New Yorker dizendo que “Vladimir Putin ordenou a invasão não-provocada da Ucrânia pela Rússia”. O canal NBC News dizendo que “o ataque não-provocado da Rússia contra a Ucrânia começou na quinta-feira, após semanas de preparação”. CNBC falando sobre “a invasão não-provocada da Ucrânia pela Rússia”.Isto sou só eu, citando alguns dos basicamente ilimitados exemplos que eu posso indicar nesta guerra de slogans em todas as mídias de massa. A imprensa ocidental se defende como sendo árbitros imparciais da verdade, pretendendo serem superiores aos propagandistas de mídias estatais de nações como a Rússia e a China, alegando uma legitimidade que as pessoas normais que usam as midias sociais não têm. No entanto, aqui estão eles, que papagueiam acriticamente os pontos de discurso do governo dos EUA e tomam lado contra a Rússia.As midias ocidentais alegam reportar os fatos, porém a maneira pela qual elas se alinharam com as narrativas do “não-provocada” revela que o seu verdadeiro trabalho é enquadrar os eventos do mundo de maneiras a servir os interesses de informações do seu governo. Seria suficientemente ruim se a narrativa fosse apenas o enquadramento enviesado de uma questão contenciosa, e não a mentira descarada que efetivamente é.Durante uma entrevista no ano passado para o podcast Useful Idiots [Idiotas Úteis], Noam Chomsky argumentou que a razão pela qual nós seguimos ouvindo a imprensa ocidental usar a expressão “não-provocada” com referência à invasão da Ucrânia pela Rússia é porque esta foi absolutamente provocada, e eles o sabem.“Agora, se você é um escritor respeitável e quisesse escrever nos principais jornais sobre a invasão russa na Ucrânia, você deve chamá-la de “a invasão não-provocada da Ucrânia pela Rússia”, disse Chomsky. “Esta é uma frase muito interessante; ela jamais foi usada antes. Você olha para trás, olha para a invasão do Iraque, que foi totalmente não-provocada, ninguém jamais a chamou de 'a invasão não-provocada do Iraque'. Na verdade, eu não sei se o termo foi jamais usado – e se o foi, foi muito marginalmente. Agora, você faz uma busca sobre ela no Google e aparecem centenas de milhares de 'hits'. Cada artigo que é publicado tem que tratar sobre a invasão não-provocada da Ucrânia”.“Por que? Porque eles sabem perfeitamente bem que ela foi provocada”, disse Chomsky. “Isto não a justifica, porém ela foi massivamente provocada”.Efetivamente, você pode discordar da invasão russa, ou acreditar que Putin exagerou na sua reação à situação, mas o que você não pode fazer é legitimar a alegação de que a invasão foi não-provocada. É um fato bem documentado que os EUA e seus aliados provocaram esta guerra de toda uma série de maneiras – da expansão da OTAN até apoiando a mudança de regime em Kiev, até juntar-se às agressões contra os separatistas do Donbass, até despejar armas na Ucrânia. Também há abundantes evidências de que os EUA e seus aliados sabotaram um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia nas primeiras semanas da guerra, a fim de continuar com o conflito o quanto possível, para causar danos aos interesses russos.Nós sabemos que as ações ocidentais provocaram a guerra na Ucrânia, porque muitos especialistas ocidentais de política externa passaram anos advertindo que as ações ocidentais provocariam uma guerra na Ucrânia. Há uma filmagem de John Mearsheimer de 2015 que advertia urgentemente que “o Ocidente está conduzindo a Ucrânia pelo caminho de prímula [caminho fácil] e o resultado final é que a Ucrânia será destuída”. E foi exatamente assim que isto se desenvolveu.A razão pela qual “realistas” de política exterior como Mearsheimer foram capazes de prever corretamente a guerra na Ucrânia é porque eles mantiveram presente nas suas análises o fato de que grandes potências jamais aceitarão ameaças de outras grandes potências nas suas fronteiras. Este é um ponto-chave para se entender os maiores conflitos dos anos de 2020 – não só entre os EUA e a Rússia, mas também entre os EUA e a China – e que os EUA são uma das ameaças acumuladas nas fronteiras dos seus inimigos em ambas as instâncias.A tese da guerra ser não-provocada é muito estratégica”, tuitou recentemente o analista de política exterior Max Abrams em resposta ao meu comentário sobre este tema. “Isto joga uma pá de cal sobre o papel da expansõa da OTAN, sobre a interferência nos levantes de Maidan e ficar ao lado dos extremistas de direita na guerra civil. Isso não só exonera os EUA, mas ajuda a vilipendiar a Rússia e a vender a guerra como sendo completamente boa”.A razão pela qual as mídias de massa têm balido em uníssono a expressão “não-provocada” com relação a esta guerra é porque as midias de massa são órgãos de propaganda do império estadunidense. A repetição deste slogan de propaganda de guerra explora uma falha na cognição humana conhecida como o efeito da verdade ilusória, que torna difícil para as nossas mentes saberem qual é a diferença entre a experiência de ouvir algo muitas vezes e a experiência de ouvir algo que é verdadeiro. Inserindo-se repetidamente a expressão “não-provocada” nos comentários sobre a guerra na Ucrânia em todas as instâncias faz com que as pessoas assumam que ela deve ter sido lançada sem provocação, porque o efeito da verdade ilusória pode evadir a razão e a lógica, para inserir uma narrativa na consciência coletiva da nossa civilização.O fato que todos os veículos de midia de massas começaram a fazer isto em uníssono, indo contra todo o treinamento jornalístico e a ética, demonstra quão unidas as midias de massa estão à serviço do império estadunidense. Quando a necessidade de forçar uma narrativa é especialmente urgente, a fachada jornalística de imparcialidade e independência cai por terra e nós vemos a face verdadeira da máquina de propaganda mais sofisticada que jamais existiu.











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