Marcelo Paiva diz que atual geração enfrentou "desafios únicos" e defende a força da juventude na reconstrução do país
247 - Em uma entrevista à TV247, o jornalista e escritor Marcelo Paiva compartilhou interpretações do seu livro "Eu Ainda Estou Aqui", escrito em 2015, e sua impressionante relevância nas questões enfrentadas pelo Brasil atualmente. O autor relacionou a narrativa do livro aos movimentos sociais, especialmente os de 2013, e à posterior polarização política do país: "Esse livro é um livro que eu escrevi em 2015, exatamente depois dos movimentos de 2013, e que houve um certo desvio de movimento órfão do primeiro movimento do passe livre", afirmou. Paiva discutiu como o cenário político e social de 2015 se assemelha ao atual, ressaltando a persistência de certos padrões históricos: "E esse, se você lesse essa carta, me parece que ele tá falando também de 2018. Parece que tá falando de 2016. Parece que é de fato algo que se repete desde 1935, né?"Paiva ressaltou o desânimo aparente da juventude, associado às pressões sociais e isolamento causado pela pandemia: "O jovem tá meio desanimado, tá meio sem perspectiva, mas também surpreende o jovem porque tá lendo Itamar Vieira Júnior, que é um autor que está falando do Brasil profundo, do Sertão", disse. O escritor afirmou que a atual geração enfrentou desafios únicos e acredita que os jovens serão fundamentais para superar as dificuldades: "Porque ela que foi a grande vítima. É um período que a gente, juventude, vai ter que aprender a se unir e se reconstruir, porque ela que foi a grande vítima", afirmou. O escritor também abordou a relação entre comunismo e religião, apontando que a visão simplificada dos comunistas como anti-religiosos é falha: "Os comunistas, o que tudo que se sabe é que eles são contra a religião. E de fato, era uma, não eram muito, né? Tanto que existe até hoje a religião ortodoxa na Rússia."Paiva destacou o papel da igreja brasileira na resistência às ditaduras latino-americanas, refletindo sobre o ativismo da época e sua pertinência nos dias de hoje: "O papel da igreja, especialmente sobre a benção de Paulo, Paulo Maurício Soares. No combate às ditaduras latino-americanas, de como a igreja brasileira recebeu os relatos dos desaparecidos, não só do Brasil."Ao discorrer sobre as semelhanças entre passado e presente, Marcelo Paiva reforçou que a compreensão da história é fundamental para entender os desafios atuais e, mais importante ainda, para enfrentá-los.Assista à entrevista: