Ucrânia não consegue passar da primeira linha defensiva da Rússia, diz Thomas de Toledo sobre a guerra
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Em entrevista à TV 247, o professor de Arqueologia, História Econômica e Relações Internacionais avaliou que o presidente Lula sabe que não há interesse pela paz no conflito
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247 - Em entrevista exclusiva à TV247, o professor Thomas de Toledo, de Arqueologia, História Econômica e Relações Internacionais, avaliou o desenvolvimento do conflito entre Ucrânia e Rússia. Destacando a complexidade da situação, Toledo reafirmou a necessidade de compreender o quadro geopolítico que se formou, incluindo o Brasil.Toledo relembrou o percurso do conflito, observando mudanças notáveis desde a última conversa. "Esse conflito, né? Só pra ter uma ideia, falando de trás pra frente. Hoje já teve uma declaração do Zelenski criticando o Lula", afirmou. Ele também destacou como o ex-presidente Lula evoluiu em sua abordagem. "No primeiro momento, Lula foi muito afoito em direção a esse conflito. Faltou, num primeiro momento, uma compreensão melhor dele, né? A opinião, com o tempo, Lula foi vendo o grau de complexidade desse conflito e que não há interesse pela paz", explicou.Toledo enfatizou a mudança na política externa brasileira, destacando a importância de uma abordagem equilibrada e orientada para os interesses nacionais. "Finalmente, nós temos um governo que tem condições de entender o que está acontecendo", disse. Ele também analisou o papel da Turquia no conflito e suas ações em relação à Rússia, observando como isso afetou a dinâmica da região.O professor discutiu detalhes da situação militar, destacando a vantagem estratégica da Rússia no conflito e o desafio que a Ucrânia enfrenta para avançar em território russo. "Na maioria dos lugares, a Ucrânia não conseguiu nem passar da primeira linha defensiva. Tem lugares ali que os analistas militares falam em nove linhas defensivas", comentou. Ele também ressaltou a importância da manutenção de equipamentos militares e como isso beneficia a Rússia.Toledo apontou a questão energética como um fator central no conflito, mencionando o impacto das mudanças nas relações comerciais de energia. "Se houver uma guerra generalizada que envolva África, Oriente Médio e Leste Europeu, tudo indica que a questão da energia vai estar no centro desse conflito", declarou.Ao abordar os desenvolvimentos no cenário africano, Toledo destacou as implicações geopolíticas das ações da Rússia e do grupo Wagner na região. Ele observou que os protestos anticolonialistas na África têm conexões com o conflito global e suas ramificações.Caso Zema - Na entrevista à TV247, o professor Thomas de Toledo criticou a ideia de separação entre as regiões Sul e Sudeste do Brasil, um tema que tem ganhado destaque na extrema direita, após declarações do governador de Minas, Romeu Zema. Segundo Toledo, ao analisar com atenção o mapa das eleições, a narrativa de um país dividido entre tons amarelos e vermelhos se mostra simplista. "O discurso separatista do Zema não reflete a complexidade do mapa eleitoral", ressalta Toledo. "Mais uma prova de que o patriotismo pode ser deturpado pela base mais radical da extrema direita", afirma, apontando para a distorção na retórica separatista.O professor destaca a importância de se olhar além da superfície, abraçando a diversidade e complexidade das escolhas políticas do país. Suas análises fornecem uma perspectiva mais equilibrada em meio ao calor das discussões, mostrando que a divisão não é tão linear quanto algumas narrativas sugerem.Assista à entrevista: