Мы в Telegram
Добавить новость
smi24.net
Brasil247.com
Август
2023

Pais quilombolas e indígenas defendem legado de respeito à natureza

0

img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230813160852_6ffc2edeed94d56ca08c1f73a68e9660f33dea74802a7e408dfafadfaeef6071.jpg" width="610" height="380" hspace="5" /

Cacique José Fragoso, de 71 anos, do povo pataxó, busca tentar passar o que ouviu do pai dele e também do avô. “O pai é como um professor

br clear="all"

Agência Brasil - A herança nas plantas da roça, no barulho do rio, no rochedo do monte, no canto dos pássaros, no movimento das manhãs, no silêncio da noite. O valor do respeito à terra e da luta para se manter no mesmo lugar. Para comunidades tradicionais, o significado da paternidade não está na ligado a bens que são deixados, mas ao legado que permanece.“O pai deve passar tudo. É um livro aberto a ensinar. Herança não tem o mesmo sentido que se tem em grandes cidades. Há uma diferença grande de olhar”, diz o indígena Hilário Kanaykõ Xakriabá, de 62 anos, morador da Aldeia Barreto Preto, em São João das Missões (MG).A herança que ele recebeu do pai e que passou aos quatro filhos é o de reverenciar, conforme entende, as palavras e os gestos. Na comunidade em que vive, são cerca de mil pessoas na prática de agricultura de subsistência. Lá plantam milho, feijão, arroz, abóbora, melancia…“Precisa respeitar o meio ambiente para a roça e para a pesca continuarem vivas”. Ele explica que o seu povo está em 42 aldeias, incluindo também os povoados que vivem em Itacarambi, cidade vizinha. Ele diz que o pai, na figura dos mais velhos e também dos caciques, é ouvido em cada palavra pelos mais novos.Um professor - A herança é a luta, conforme explica o cacique José Fragoso, de 71 anos, do povo pataxó. Ele vive em Bom Jesus da Lapa (BA), na Aldeia Tibá, e é pai de cinco filhos. E busca tentar passar o que ouviu do pai dele e também do avô. “O pai é como um professor. O que eu ouvi passei pra eles”.“Eles” são mais até que os filhos biológicos. São as mais de 100 pessoas que vivem na aldeia. Como Fragoso se tornou o mais velho no lugar, é como se fosse um pai deles todos. Foi com os mais antigos que aprendeu o melhor momento para a banana, abacaxi, melancia e para o urucum. Aprendeu que tem que haver respeito à natureza. O excedente do que consomem é vendido em feirinha na região. Neste ano, a prefeitura compra para a cidade o que é plantado pelos indígenas, motivo de grande orgulho do pai indígena.Uma das filhas do cacique é a agente de saúde Márcia Ferreira da Silva, de 47 anos, que se emociona ao falar do pai. “Ele me ensinou o respeito às pessoas e ao meio ambiente. Ele sempre focou muito valorizar a mãe terra, a nossa cultura e o modo de viver, para não deixar acabar. Ele nos motiva sempre a nunca desistir”.Quilombo, o gol e o futuro - Ainda em Bom Jesus da Lapa (BA), uma comunidade quilombola, a Araçá Cariacá, também busca manter os ensinamentos dos pais, dos mais velhos. Florisvaldo Rodrigues, de 51, vive em gratidão com a comunidade de mais de 700 pessoas. Ele recorda que o maior presente como pai que ele recebeu foi o apoio de todos na criação de um filho deficiente auditivo, Marcos Flávio da Silva, de 25 anos.“As pessoas me ajudaram, estimularam que ele praticasse esporte e hoje ele joga em Brasília, na Seleção Brasileira para pessoas com deficiência auditiva”.O rapaz afirmou, à reportagem da Agência Brasil, que tem muito amor pela comunidade em que nasceu e cresceu, e também pelo pai que o impulsionou a buscar seus sonhos. "Eu agradeço muito por esse momento que estou passando e quero ajudar a minha família", disse. "Tenho muito intimidade com meu pai porque ele é guerreiro e amoroso por mim e para minha família. Estou sem palavras para dizer", acrescentou. As palavras e os sonhos concretizados do filho formam o golaço que o pai comemora todos os dias.











СМИ24.net — правдивые новости, непрерывно 24/7 на русском языке с ежеминутным обновлением *