Juiz que condenou Delgatti diz que hacker monitorava o ex-ministro Paulo Guedes em tempo real

img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20230822160812_a5a6406b-d7e9-4074-997c-925527123a10.jpg" width="610" height="380" hspace="5" /

Informação consta na decisão do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal, que o condenou a 20 anos e um mês de prisão em razão da Operação Spoofing

br clear="all"

247 - O hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter divulgado mensagens confidenciais do ex-juiz responsável pela Lava-Jato e atual senador Sergio Moro (União - PR), também tinha sob sua vigilância em tempo real o ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Essa revelação surgiu na decisão do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal, que sentenciou Delgatti Neto a 20 anos e um mês de prisão no contexto da Operação Spoofing, deflagrada em 2019 para investigar a divulgação de diálogos entre o juiz e procuradores envolvidos na operação. O monitoramento do ex-ministro, de acordo com o juiz, desmente a afirmação de Delgatti Neto de que seu objetivo era "corrigir injustiças".O juiz Ricardo Leite apontou que "foi observado que Walter Delgatti monitorava em tempo real a conta do então Ministro de Estado da Economia, Paulo Guedes, assim como outros 30 perfis no Telegram, conforme consta na qualificação 30 do relatório RAMA n. 43/2019 DICINT/CGI/DIP/PF. Todo o conteúdo foi extraído do aparelho celular Apple, modelo iPhone Xs Max. (...) Se a intenção fosse realmente apenas corrigir injustiças, não haveria a invasão do dispositivo do Ministro de Estado da Economia, Paulo Guedes, e dos Conselheiros do CNMP. As vítimas são numerosas e poderiam ser alvo de extorsão para benefício próprio", afirma o documento. Em áudios, Delgatti detalha trama golpista de Bolsonaro enquanto ela ainda estava em curso; ouçaNo total, o relatório menciona o monitoramento de Guedes e outras 126 vítimas do crime de interceptação ilegal de comunicações telemáticas, todas atribuídas a Delgatti Neto por meio de seu celular e outros dispositivos eletrônicos. No momento de sua primeira prisão em 2019, o hacker estava acompanhando as conversas de pelo menos 43 pessoas em tempo real. O monitoramento também ocorreu por meio da exportação de dados, incluindo todo o histórico de mensagens do proprietário da conta e outros documentos disponíveis.Delgatti Neto foi considerado culpado por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos e valores, bem como por invasão de dispositivos informáticos alheios com o propósito de obter, alterar ou destruir provas. (*Com informações do Globo)