‘Ficou comigo o ônus de reportar algo dessa magnitude’, diz Sergio Rial, ex-CEO da Americanas
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Sergio Rial depõe na CPI das Americanas e reafirma a fraude contábil de R$ 20 bilhões na gigante varejista
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247 — A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Americanas iniciou uma nova fase de investigações nesta terça-feira, com o depoimento do ex-CEO da empresa, Sergio Rial, que há meses atrás expôs uma chocante fraude contábil que abalou o mercado financeiro. O executivo reafirmou a existência de uma dívida bancária de R$ 20 bilhões ocultada nos balanços de 2022 e de anos anteriores, desencadeando um pedido de recuperação judicial da gigante varejista e investigações judiciais em curso. Em um depoimento tenso perante a CPI, Sergio Rial, que renunciou ao cargo de CEO apenas nove dias após assumir, descreveu a revelação da fraude como um fardo que ele não poderia mais carregar sozinho. "Depois de meses, tudo ficou mais claro. A dívida bancária era um pedaço de algo maior, que será comprovado pelas autoridades. Ficou comigo o ônus de reportar algo dessa magnitude de uma empresa de 90 anos", afirmou Rial.A bomba financeira estourou em janeiro, quando Rial revelou publicamente as "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões nos registros financeiros da Americanas. O escândalo abalou os investidores, resultando em uma queda significativa nas ações da empresa e levando a sua busca desesperada por proteção judicial. Além do depoimento de Sergio Rial, a CPI das Americanas também ouvirá Flávia Carneiro, ex-superintendente de Controladoria da varejista. Rial foi convidado a depor, enquanto Flávia comparecerá na condição de convocada. Flávia Carneiro, além de sua atuação na Americanas, também tinha vínculos com a B2W, o braço digital da empresa. O deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), relator da CPI, destacou a importância desses depoimentos para esclarecer os fatos e garantir o bom andamento dos trabalhos da comissão. "A ida deles é essencial para o esclarecimento dos fatos ocorridos e para o bom andamento dos trabalhos desta comissão", afirmou o deputado.Em depoimento à CPI em junho, o atual CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, apresentou provas da fraude e acusou a ex-diretoria de ser responsável pelo rombo, ou seja, imputando a responsabilidade a Miguel Gutierrez, antecessor de Rial. Este, convocado para prestar depoimento à CPI, apresentou um atestado médico e não compareceu.