Argélia recusa pedido francês para sobrevoar seu espaço aéreo em operação no Níger

Argélia rejeita intervenção militar estrangeira e prioriza a diplomacia para restaurar a ordem constitucional no Níger
247 — A Argélia recusou na noite de segunda-feira um pedido da França para sobrevoar seu espaço aéreo em uma operação militar no Níger, conforme informou a rádio estatal. A decisão ocorre após o golpe de Estado ocorrido em 26 de julho no país africano vizinho, situado ao sul da fronteira argelina, de acordo com relatos da Reuters nesta terça-feira. A Argélia reiterou sua oposição a qualquer ação militar estrangeira no Níger e enfatizou sua preferência pela diplomacia como meio de restaurar a ordem constitucional, informou a rádio estatal. A França mantém cerca de 1.500 tropas no Níger, que estavam estacionadas no país antes do golpe do mês passado. Não está claro a que operação militar a Argélia se referia, mas a França não declarou sua intenção de intervir militarmente para reverter a tomada do poder pelos militares nigerinos.No final de semana, foi relatado que as negociações entre a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a junta nigerina para reinstaurar o presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, fracassaram. Enquanto isso, o principal bloco da África Ocidental concordou com um "Dia D" para uma possível intervenção militar com o objetivo de reinstalar Bazoum. A CEDEAO decidiu na sexta-feira ativar uma força de resposta rápida como último recurso, caso os esforços diplomáticos falhem, segundo um alto funcionário relatou à imprensa.Os oficiais militares nigerinos depuseram Bazoum em 26 de julho e têm resistido aos apelos das Nações Unidas, da CEDEAO e de outros atores internacionais para sua reinstalação. As tensões na região continuam a crescer, e a situação no Níger permanece volátil, com a comunidade internacional acompanhando de perto os desdobramentos.