Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido visita a China após cinco anos
Global Times - O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, está prestes a realizar uma viagem muito aguardada à China na próxima quarta-feira, conforme anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores chinês na terça-feira. Essa visita marca a presença de Cleverly como o mais alto funcionário britânico a visitar a China desde o início da pandemia de COVID-19.A visita encerra um longo hiato de visitas de alto nível entre China e Reino Unido e estabelece o tom para futuras trocas e envolvimentos, de acordo com especialistas. No entanto, é importante manter expectativas realistas devido às atuais divergências. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, anunciou a viagem de Cleverly à China na tarde de terça-feira.Cleverly iniciará sua visita na quarta-feira a convite de Wang Yi, membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e Ministro das Relações Exteriores. Durante sua estadia, Cleverly e os representantes chineses terão uma comunicação aprofundada sobre as relações sino-britânicas, bem como questões internacionais e regionais de interesse mútuo, conforme destacado por Wang Wenbin.Esperamos que o Reino Unido trabalhe em conjunto com a China para manter o espírito de respeito mútuo, realizar trocas aprofundadas, aprimorar o entendimento mútuo e promover o desenvolvimento estável das relações bilaterais, afirmou Wang Wenbin.De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, o Global Times soube que Cleverly se reunirá com Wang Yi durante sua visita e também se encontrará com líderes empresariais. O lado britânico espera uma discussão substancial em nível sênior sobre questões de interesse comum, considerando essa visita como uma oportunidade importante para demonstrar que o envolvimento entre China e Reino Unido é benéfico para ambos os lados. Os tópicos em discussão incluirão a crise na Ucrânia e a luta contra as mudanças climáticas.Embora a visita tenha mais significado simbólico do que prático, ela oferece uma oportunidade para melhorar as relações sino-britânicas, de acordo com Gao Jian, diretor do Centro de Estudos Britânicos da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. Cleverly será o mais alto funcionário britânico a visitar a China desde o início da pandemia de COVID-19 e o primeiro ministro das Relações Exteriores do Reino Unido a visitar o país em cinco anos, segundo informações da mídia.A visita de Cleverly pode ser uma oportunidade para as relações sino-britânicas recomeçarem e gradualmente voltarem à normalidade, pelo menos no nível de trabalho, afirmou Cui Hongjian, diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.Observadores notaram que, em comparação com as relações da China com outras grandes potências ocidentais, as relações sino-britânicas ainda não se restabeleceram na era pós-pandemia, especialmente considerando a hostilidade em relação à China no Reino Unido e as declarações inadequadas feitas por Londres sobre questões sensíveis.Devido à falta de interação diplomática, as relações sino-britânicas têm sido marcadas pela incerteza por muito tempo, destacou Cui. Essa visita de alto nível ajudará a dissipar essa incerteza, e as duas partes podem usar a visita como ponto de partida para um diálogo mais amplo.O especialista afirmou que a viagem estabelecerá o tom para o próximo envolvimento sino-britânico. É provável que ambas as partes façam planos concretos para retomar as trocas, incluindo visitas subsequentes. Mesmo que alguns problemas não possam ser resolvidos a curto prazo, as duas partes buscarão consenso em algumas questões cruciais e áreas de interesse mútuo, acrescentou.No entanto, analistas observaram que, dadas as circunstâncias e o contexto da visita, ela é mais uma tentativa do que uma certeza. As chances de alcançar um consenso significativo entre as duas partes não são muito altas, afirmou Cui.Observadores notaram que a política da administração Sunak em relação à China amoleceu em comparação com administrações anteriores. Embora às vezes adote um tom rígido sob pressão dos Estados Unidos, ela também demonstra abertura para abordagens práticas.Em maio, durante a cúpula do G7, o Primeiro-Ministro britânico Rishi Sunak afirmou que a China representa o "maior desafio do mundo para a segurança e prosperidade globais", depois de já ter descrito Pequim como um "desafio de época" em março. Em abril, Cleverly declarou que o Reino Unido deve se envolver com a China em vez de isolá-la em uma "nova Guerra Fria" em seu discurso de política externa.Gao ressaltou que, atualmente, a China detém a iniciativa e a estabilidade estratégica nas relações sino-britânicas. "Como a influência internacional do Reino Unido é menor do que a da China, não há como contornar o mercado chinês quando Sunak tenta impulsionar a economia", afirmou Gao. "O governo Sunak precisa cooperar com a China."Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e importantes economias globais, a China e o Reino Unido têm a responsabilidade comum de promover a paz, estabilidade e desenvolvimento mundiais, destacou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês na terça-feira. Manter e desenvolver as relações bilaterais está de acordo com os interesses comuns dos dois povos.