Auditoria aponta superfaturamento de R$ 2,2 mi em obras na cidade de irmã de ministro das Comunicações
Auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram uma série de irregularidades em obras de asfaltamento executadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal comandada pelo centrão, nas ruas do município de Vitorino Freire, localizado no estado do Maranhão. De acordo com a coluna do jornalista Carlos Madeiro, do UOL, “a CGU aponta que ao menos R$ 2,2 milhões foram superfaturados em contratos assinados pela prefeitura em 2019 — e já executados — e que devem ser ressarcidos aos cofres públicos”.O município de Vitorino Freire é governado desde 2017 por Luanna Rezende, da União Brasil, irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Ambos estão sob investigação na operação Benesse , deflagrada na semana passada, por suspeita de corrupção, embora neguem qualquer irregularidade. >>> PF faz buscas e apreensões em operação sobre suspeitas de corrupção de Juscelino FilhoA Codevasf foi a responsável pelos contratos questionados, que tiveram seus custos ampliados por meio de aditivos assinados após a empresa vencer a licitação. Os técnicos identificaram que esses aditivos foram solicitados pela empreiteira Engefort, com sede em Imperatriz (MA), alegando a necessidade de aumentar a quantidade de material utilizado devido a uma suposta alteração na programação de ruas asfaltadas. Isso resultou em um aumento significativo das distâncias para a jazida de asfalto e o local de descarte, elevando os custos do transporte. >>> Empreiteira suspeita de fraude na Codevasf fez pagamentos para empresa ligada a Juscelino Filho, aponta PFPorém, o TCU argumenta que não há justificativa técnica para esses aditivos, uma vez que a área urbana da cidade está concentrada em um raio de 1,5 km, e não haveria custos adicionais. Além disso, não foi constatada a pavimentação de ruas além do previsto nos contratos. >>> Alvo de operação da PF, irmã de ministro Juscelino Filho é afastada do cargo de prefeitaA auditoria também apontou que a construtora usou informações falsas sobre a jazida de asfalto, já que o local indicado pela empresa na auditoria não estava operando durante o período das obras em 2020. >>> Codevasf suspende contratos com Construservice no Maranhão após operação da PFA CGU, por sua vez, identificou uma série de problemas nas obras após sua conclusão, incluindo trincas e rachaduras no revestimento asfáltico, revestimento em espessura inferior ao contratado, rupturas no revestimento, execução de meio-fio fora das especificações e um sistema de drenagem ineficiente.Tanto o TCU quanto a CGU pediram investigações mais aprofundadas sobre o caso. Até o momento, a empresa Engefort e a prefeita afastada não responderam aos pedidos de esclarecimento. A Codevasf alegou que os contratos foram firmados em exercícios anteriores e que as obras de pavimentação passaram por aprimoramentos ao longo dos anos, em cooperação com órgãos de fiscalização e controle.