Aepet critica modelo de exploração de petróleo no governo Lula
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Segundo a instituição, o Brasil tem uma política de combustíveis do tipo colonial, onde se exporta produtos primários e importa produtos industrializados de maior valor agregado
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247 - A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), que tem o engenheiro químico Felipe Coutinho como vice-presidente, fez críticas aos governos Lula (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a instituição, as três administrações defenderam uma política de combustíveis feita com uma "relação internacional do tipo colonial, onde se exporta produtos primários e importa produtos industrializados de maior valor agregado"."O consumo per capita de energia no Brasil é muito baixo, quase seis vezes menor em relação aos Estados Unidos e quase cinco em relação à Noruega. No entanto, quase metade do petróleo produzido no Brasil não tem sido consumido no país, está sendo exportado, em maior parte por multinacionais estrangeiras. A prática de preços muito mais altos que os custos de importação têm viabilizado a lucratividade da cadeia de importação e a competitividade dos combustíveis importados, em especial da Rússia e dos Estados Unidos", afirmou."O combustível brasileiro arbitraria e indevidamente mais caro perde mercado para o importado, o que resulta na ociosidade das refinarias da Petrobrás, em até 25% da sua capacidade de processamento de carga fresca, e em 13% no primeiro semestre de 2023", acrescentou.De acordo com a AEPET, "a aceleração dos leilões para exploração e produção do petróleo nos governos Temer e Bolsonaro, assim como a continuidade, com Lula, das políticas de preços relativamente altos dos combustíveis, de baixo investimento e alta distribuição de dividendos da Petrobrás, da baixa, provisória e já extinta taxação da exportação de petróleo cru e a não reversão das privatizações de refinarias e da distribuidora de combustíveis da estatal, são responsáveis pelo recorde da exportação de petróleo cru e importação de seus derivados para o Brasil"."Nenhum país, continental e populoso como o Brasil, se desenvolveu pela exportação de petróleo cru ou outros produtos primários. A perspectiva de desenvolvimento é ainda menor quando a exportação é feita, e beneficia, petrolíferas estrangeiras. Enquanto se exporta cada vez mais petróleo cru do Brasil, mais se importa de seus derivados de maior valor agregado".AçõesA Aepet afirmou ser necessário "estancar as veias dilaceradas do Brasil e interromper este novo ciclo do tipo colonial".Para tirar o Brasil da rota colonial e primária exportadora de petróleo cru é necessário:1) Interromper os leilões para exploração e produção do petróleo e voltar a realizá-los em compasso com a demanda nacional pelo consumo de petróleo e de seus derivados.2) Alterar a política de preços dos combustíveis, ocupar plenamente e ampliar o parque de refino da Petrobrás. Praticar preços justos e competitivos, compatíveis com os custos da estatal. Se, e quando necessário, a Petrobrás deve importar os derivados e assumir papel de liderança para garantir o abastecimento nacional aos menores custos possíveis.3) Adotar política de altos investimentos, com máximo conteúdo nacional, e de dividendos, atendendo a legislação em vigor, com mínima distribuição pela direção da Petrobrás. Priorizar investimentos industriais que agreguem valor ao petróleo cru, com a produção de combustíveis e produtos petroquímicos.4) Promover política para impedir, ou limitar severamente, a exportação de petróleo cru, como taxar elevada e permanentemente a exportação de petróleo para incentivar a industrialização e agregação de valor ao petróleo no Brasil.5) Reverter as privatizações, com reestatização das refinarias (RLAM, REMAN, RPCC), transportadoras (NTS, TAG) e da distribuidora de combustíveis (BR) da Petrobrás.