Cidade francesa de Lille começa a pagar habitantes para diminuirem uso de carro
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Os motoristas que deixarem o carro em casa ou derem carona para colegas do trabalho vão ganhar € 2 por trajeto até um limite de € 80 por mês
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Da RFI - A partir desta segunda-feira (4) a cidade francesa de Lille vai recompensar as pessoas que dão carona, trabalham remotamente ou utilizam transportes públicos. Os motoristas que deixarem o carro em casa ou derem carona para colegas do trabalho vão ganhar € 2 por trajeto até um limite de € 80 por mês. Esta é a primeira vez na França que as pessoas serão pagas para deixarem o carro na garagem nos horários de pico. A metrópole de Lille vai testar o sistema, chamado de “ecobônus”, durante nove meses a partir desta segunda-feira.A ideia é compensar cidadãos que compartilham seus veículos, trabalham em casa ou utilizam transportes públicos, com o objetivo de aliviar o congestionamento nas principais estradas e vias durante a manhã e no final do dia.Nesta volta às aulas, que no hemisfério norte acontece em setembro, Kevin, professor de literatura que está entre os 3 mil voluntários inscritos no programa, não irá de carro para o trabalho. Ele mora na cidade de Templeuve, mas trabalha a cerca de 20 km de distância, em uma faculdade em Lille.“Resolvi pegar carona com um colega. Saímos um pouco mais cedo de manhã, mas ganhamos em termos de conforto. Principalmente o estresse nos engarrafamentos, que incomoda um pouco. E assim evitamos completamente [o tráfego]", ele conta.Kevin recebe € 2 por cada viagem não realizada no seu carro na hora do rush. Um “ecobônus” sem precedentes, como explica Sébastien Le Prêtre, vice-governador da metrópole de Lille e responsável pela mobilidade e pelos transportes públicos.“Não seremos os primeiros a iniciar [o projeto] na Europa, pois nossa fonte de inspiração foi a Holanda, onde o sistema demonstrou sua eficácia. À nossa escala, seremos a primeira cidade na França a embarcar nesta experiência que durará nove meses", ele explica.Uma medida dita ecológica que, no entanto, suscita críticas dos ecologistas, como Pauline Sgard, vereadora em Villeneuve d'Ascq e presidente do grupo ambientalista de oposição em Lille.“Nem todas as pessoas podem trabalhar a distância, nem todas as pessoas podem encontrar uma carona e nem todas as pessoas podem utilizar os transportes públicos, que não estão desenvolvidos em todos os lugares. Não há razão para dizer que isso irá reduzir o tráfego em geral”, ela denuncia.Mas o governo da região de Lille garante que houve uma diminuição de até metade dos veículos nos horários de pico nas principais rotas de acesso ao centro da cidade.