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Сентябрь
2023

Para além de nossos olhos

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Oposição à luta da população ultra-explorada se apresenta na forma moralista, misógina, racista e religiosa

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O mundo aparente é a mais sofisticada forma de ilusão, pois não se trata de uma ilusão que se apresenta na forma de sonho ou na forma de um delírio, mas de uma ilusão do mundo palpável, concreto e que se manifesta quando estamos acordados e aparentemente lúcidos. Essa ilusão do mundo aparente é produto não do psiquismo, mas de relações histórico-sociais que a humanidade vivenciou e que encontra sua última e mais sofisticada manifestação na sociedade capitalista.Vamos demonstrar 2 manifestações dessa ilusão do mundo aparente, uma geral e outra mais atual.1ª manifestação - Vivemos em um mundo que tem como principal característica a produção incessante e em colossal escala de mercadorias. De uma calça a um relógio, de um refrigerador até um automóvel, alimentos, a água que bebemos, a energia elétrica… enfim… quase tudo o que vemos e utilizamos são mercadorias que obtemos através de uma mercadoria universal: o dinheiro.Até aqui o mundo parece óbvio, ordenado onde as mercadorias são utilizadas pelo seu proprietário sem qualquer tipo de relação que não a que se resume no direito de uso-fruto daquele que obtém a mercadoria.Porém, as mercadorias não surgiram como um passe de mágica… pessoas reais as produziram. Dependendo da mercadoria (um smartphone por exemplo) a mesma contém componentes que foram produzidos em absolutamente todos os continentes do mundo até chegar às mãos de um usuário.E quais foram as relações sociais de produção que fizeram essas mercadorias? Qual é a sua história? Veremos que, no mundo capitalista, as mais violentas e desiguais relações sociais é o que fizeram a produção de todas as mercadorias.Ali, naquele simples relógio que achamos que serve apenas para ver horas, não vemos as relações de opressão e exploração que se valeram para que o mesmo chegasse aos nossos pulsos.Assim, não vestimos apenas roupas, mas vestimos também a exploração, o trabalho infantil, o trabalho análogo à escravidão… não bebemos apenas um refrigerante, mas bebemos a guerra pelo petróleo que barateou o custo do plástico de sua embalagem, além do esgotamento das fontes hídricas e a poluição realizada para a sua produção.Nos relacionamos, sem saber, com toda a opressão ocorrida em todos os lugares do planeta diariamente através do consumo diário de nossas mercadorias… mais que isso, financiamos, sem saber, a continuidade desse mesmo sistema. Há muito mais sangue, suor e lágrimas em um copo de leite do que o próprio leite. Não vemos, mas está ali. A realidade, assim, não se apresenta no mundo aparente. É preciso transcender as aparências e perceber aquilo que os olhos não vêem.2ª manifestação - Há lutas sociais no Brasil e em todos os cantos do planeta convergindo pela inclusão de grupos ultra-explorados, como negros, mulheres, população LGBTQIA+, etc.A classe dominante reconhece a existência dessas diferenças. Elas estão no mundo aparente, assim como as lutas desses grupos pela “inclusão”.Vejamos além do mundo aparente:Para o capitalista o que interessa não é o indivíduo trabalhador em sua integridade, mas sua força de trabalho que é comprada por um salário, pago em dinheiro.Assim sendo temos uma relação parecida com a anterior. O capitalista compra a força de trabalho, tanto quanto compra uma mercadoria. O que é então o trabalhador? Simples: uma mercadoria. Conhecemos essa relação de compra de um trabalhador ao longo da história, o seu nome é escravidão.Mas aqui não se trata de comprar o indivíduo, mas sua força de trabalho. Após o seu turno como escravo, o trabalhador que siga a sua vida… Que tente viver com o salário que lhe é pago… Uma vez “solto” esse escravo assalariado ainda é, em quase sua totalidade, vítima da agiotagem dos bancos, do seu locatário, de suas dívidas à fiado, etc.O salário ideal é feito para que o seu escravo possua apenas o suficiente para a sua existência biológica. Caso ele se torne insuficiente, o trabalhador se endivida. Uma vez esgotada a sua capacidade de endividamento ele começa a passar fome. Nesse estágio, ele já não presta mais como mercadoria e precisa ser descartado.Na nossa legislação está legalizada a condição contratual de trabalho onde, em caso de um trabalhador estar com restrições de crédito, ele poderá será demitido. Ou seja, onde no mundo aparente vemos trabalho livre, a realidade nos revela o trabalho escravo assalariado e onde no mundo aparente vemos liberdade de ambas as partes (patrão e empregado) de romperem um contrato de trabalho, na realidade temos o sistemático descarte do capitalista para com os escravos que se tornaram imprestáveis para seu propósito.Obviamente, o capitalista sabe que um homem negro, uma mulher negra, um transexual, etc., são plenamente capazes de realizar as mesmas funções do que um homem branco. Porém, o mesmo não tem nenhum interesse em desfazer das opressões passadas que geraram a ele a possibilidade de pagar um salário menor para essa população, pois a mesma não possui as mesmas condições e oportunidades para arrumar trabalho do que os homens brancos.No mundo aparente, os movimentos identitários se apresentam como forma de inclusão e de emancipação. Na realidade, trata-se de uma luta entre escravos que poderá, na melhor das hipóteses, igualar o rendimento dos escravos ultra-explorados à condição de escravo comum.Por fim, no mundo aparente a oposição à luta dessa população ultra-explorada se apresenta na forma moralista, misógina, racista e religiosa. Na realidade são apenas um conjunto de mecanismos da classe dominante para frear, no seio dos próprios escravos, divisões e conflitos para que tais avanços não aumentem seus custos de trabalho e que a luta de classes seja retirada da pauta libertária dos trabalhadores.Em ambas apresentações da ilusão no mundo aparente, não resta outra solução para a classe trabalhadora senão lutar pelo fim das relações sociais que a produziram e substituí-las por outra onde a própria classe produtiva, conscientemente, tome em suas mãos o comando da produção, ou seja, em um primeiro momento se tornando classe dominante e, posteriormente, superando de vez o sistema de existência de classes sociais.A partir desse ponto cada um poderá ser livre para ser aquilo que almeja ser, rompendo - por fim - com o atual mundo aparente que coloca a ilusão de que somos diferentes, quando na realidade todos se encontram na igualdade da condição de ser-humano e por essa condição teremos o livre exercício da pluralidade do gênero humano.











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