E os crimes de Bolsonaro na pandemia, Cid também delatou? 700 mil morreram
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O roubo de joias e a articulação golpista não podem ofuscar a responsabilização de Jair Bolsonaro nas mortes pela Covid-19
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O ex-ajudante de ordens e faz-tudo de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. A cooperação foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também concedeu liberdade provisória ao militar, preso desde maio deste ano. Cid deverá usar tornozeleira eletrônica e apresentar-se semanalmente em juízo. Além disso, teve seu passaporte e porte de arma cancelados e está proibido de usar redes sociais e de se comunicar com os demais investigados.A delação do “Fabricio Queiroz” de Bolsonaro na Presidência se deu no âmbito do inquérito das milícias digitais e em outras investigações conexas envolvendo o militar, como a falsificação dos dados de vacinação do ex-presidente; a realização de pagamentos para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro; as articulações para a tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro, além da venda ilegal de joias e presentes que Bolsonaro recebeu como chefe do Executivo brasileiro. Em posse do celular do tenente-coronel, a Polícia Federal só aceitou seguir com a negociação de um acordo de delação se Cid colaborar, indicando a participação de outros envolvidos.Mauro Cid era o celular de Bolsonaro. Sabia de praticamente tudo o que se passava no entorno do então presidente. Dependendo das provas e indícios que Cid apresente para comprovar o que disse à PF, Bolsonaro pode até perder a patente de capitão reformado do Exército e ser expulso da corporação. O mesmo vale para o próprio Cid, os generais da reserva mais próximos do ex-presidente, como Luiz Eduardo Ramos, Augusto Heleno, Walter Braga Netto, e os demais militares envolvidos na teia de crimes investigados.No entanto, em que pese a gravidade de vender joias recebidas como presentes ao estado brasileiro, o crime de maior gravidade cometido por Jair Bolsonaro são todos aqueles relacionados à pandemia da Covid-19. Em razão da ação negacionista de Bolsonaro, do incentivo e distribuição de medicamentos como cloroquina para tratar a Covid, do atraso deliberado e da sabotagem à vacinação, mais de 700 mil brasileiros e brasileiras foram mortos. Nenhum outro evento resultou em tantas mortes na história do Brasil. Foram mais de 100 pedidos de impeachment com as mais diversas denúncias de crime de responsabilidade praticados por Bolsonaro, que foram arquivados pela Câmara, seja por Rodrigo Maia ou por Arthur Lira. Dezenas de outros engavetados pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.Jair Bolsonaro atuou como genocida na pandemia. Suas ações e omissões resultaram em centenas de milhares de vidas perdidas. Filhos e filhas que perderam o pai ou a mãe, às vezes os dois para a pandemia. Sonhos interrompidos, famílias destruídas. São crimes da maior gravidade e pelos quais Bolsonaro deverá sofrer a maior de todas as condenações. Esperamos que, entre as mais de 20 horas de depoimentos à PF, Mauro Cid tenha detalhado a ação deliberada de Jair Bolsonaro neste genocídio brasileiro.