Milei diz que Lula é responsável pelos atos golpistas de 8/1 e tem ‘vocação totalitária’
247 - O candidato da extrema direita à presidência da Argentina, Javier Milei, engrossou suas críticas ao presidente Lula (PT), em uma entrevista à revista britânica The Economist, adotando um tom cada vez mais incendiário em suas declarações. Milei afirmou que Lula "não é apenas um socialista, ele é alguém que tem vocação totalitária", de acordo com o jornal O Globo.O argentino chegou a se referir ao governo brasileiro como "um regime". Essa retórica inflamada, no entanto, não encontra respaldo em posições expressas por alguns de seus próprios colaboradores, como a economista Diana Mondino, que, caso Milei vença as eleições, possivelmente comandará o Ministério das Relações Exteriores.Mondino recentemente visitou embaixadas em Buenos Aires, incluindo a do Brasil, e as conversas foram descritas como cordiais, sem menções desrespeitosas a Lula ou ao governo brasileiro. Esse comportamento mais moderado de Mondino destaca ainda mais o tom agressivo de Milei em sua entrevista à The Economist. >>> LEIA TAMBÉM: Eleição argentina coloca em xeque relação do país vizinho com o BrasilO líder do partido A Liberdade Avança acusou o governo Lula de censurar opositores, perseguir jornalistas e derrubar sites críticos, afirmando que se trata de "um regime que não está alinhado com as ideias da liberdade". Essas alegações graves não foram respaldadas por evidências concretas. Mondino, por outro lado, vem mencionando a importância da relação com o Brasil para a Argentina e alegou que, em um eventual governo de Milei, o país não abandonaria o Mercosul, mas buscaria modernizá-lo.Repetindo a estratégia bolsonarista adotada no Brasil nos últimos anos, Milei também fez alegações infundadas sobre a eleição presidencial brasileira de 2022 e a americana de 2020, e sugeriu que seu partido teve votos roubados nas primárias que definiram quem disputará o primeiro turno. Ele anunciou planos de melhorar os mecanismos de auditoria de seu partido e aumentar o número de auditores para o primeiro turno.