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Сентябрь
2023

Você não gosta de Gramsci? Mussolini também não gostava

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Gramsci percebeu que para chegar a uma civilização superior a classe média e o proletariado precisariam criar seus intelectuais com outra visão de mundo

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“[...] não se pode ser filósofo — isto é, ter uma concepção do mundo criticamente coerente — sem a consciência da própria historicidade, da fase de desenvolvimento por ela representada e do fato de que ela está em contradição com outras concepções ou com elementos de outras concepções” Antônio Gramsci O pessoal que vive no metaverso do Olavobolsonarismo, segue se alimentando de fake News, acreditando em diversas teorias da conspiração e passando vergonha, na medida em que seguem difundindo bobagens e mentiras.Mas há dois intelectuais que assanham o imaginário doentio do Olavobolsonarista: Paulo Freire e Antônio Gramsci. O curioso é que a maioria dos adeptos sequer sabe quem foram Freire e Gramsci, e, os poucos que sabem, nunca leram uma linha escrita por eles. Recebi “preciosa” informação por WhatsApp. Um dos meus amigos que vive no citado metaverso “informou” que Gramsci estaria no Brasil, trazido pelo Foro de São Paulo, para doutrinar nossos jovens (já havia recebido do mesmo amigo a informação de que Paulo Freire seria ministro de Lula). Não me aguentei e perguntei se ele sabia se seria transmitido pela internet, meu amigo respondeu: “provavelmente”; não tive coragem de dizer a ele que Gramsci morreu em 1937. Mas esperar o que de quem apoiou um governo, cujo ministro da educação representava o ódio a Freire e Gramsci; que no seu discurso de posse apontou a "tresloucada onda globalista, tomando carona no pensamento gramsciano" como responsável por destruir "os valores culturais em que se assentam nossas tradições mais caras: a família, a igreja, a escola, o estado e a pátria".Como a quase a totalidade dos Olavobolsonaristas, assim como os Terraplanistas - nascidos da mesma mãe: a ignorância -, não sabem quem foi Paulo Freire e Antônio Gramsci, nunca leram nada deles, sugeri que o amigo assistisse ao filme “Antônio Gramsci. Os dias do cárcere” de 1977, que está disponível no Youtube. O filme, premiado num festival na Suíça, se concentra nos anos em que Gramsci esteve preso, vítima de perseguição de Mussolini; o filme é muito interessante e acompanha a sua relação com os demais presos políticos, sua feroz crítica ao stalinismo, seu rompimento com Palmiro Togliatti, do PCI, e, principalmente, a criação dos “Cadernos do Cárcere”, uma monumental obra de ciência política, que a analisa a relação entre Estado e Sociedade Civil. A obra de Gramsci nos ajuda a compreender a dinâmica sociopolítica contemporânea; mas há uma pessoa por trás de toda ideia, vou falar um pouco dela. Antônio Sebastiano Francesco Gramsci nasceu na Sardenha; ele era o quarto dos sete filhos de Francesco Gramsci; sem o pai presente sua família conheceu a extrema miséria, que a mãe enfrentou vendendo sua herança e trabalhando como costureira. Mas como Gramsci era um bom estudante e venceu um prêmio que lhe permitiu estudar literatura na Universidade de Turim. Em Turim filiou-se ao Partido Socialista Italiano, tornou-se jornalista; a erudição de seus artigos proporcionou-lhe fama; rompeu com o partido socialista e foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano; em 1922 foi à Rússia representando o partido.Na URSS conheceu sua futura esposa, Julia Schucht, uma jovem violinista com quem teve dois filhos Delio (1924 - 1982) e Giuliano (1926 - 2007).Nos anos 1920 a fascismo vicejava na Itália, talvez por isso sua família permaneceu em Moscou e Gramsci voltou da URSS com a tarefa de incentivar a união dos partidos de esquerda contra o fascismo, mas a orientação da Terceira Internacional - organização internacional fundada por Lenin e que existiu até 1943, para reunir os partidos comunistas de diferentes países -, encontrou resistências estupidas, coisa comum na quadra da esquerda, onde, até hoje, cada uma das bandeiras crê possuir o monopólio da virtude e da verdade.Em 1924 Gramsci foi eleito deputado pelo Vêneto; atento ao movimento do comunismo internacional, em 1926 descontente com Stalin dentro do Partido Bolchevique na URSS, escreveu uma carta à Terceira Internacional, na qual ele teria criticou os erros de Trotsky, porém sugeriu a Stalin que não o expulsasse do partido. Seu amigo Palmiro Togliatti, que estava em Moscou como representante do PCI, recebeu a carta endereçada à Terceiro Internacional, decidiu não entregá-la ao destinatário; esse episódio deu início ao conflito entre Gramsci e Togliatti que nunca chegou a ser completamente resolvido. Togliatti divulgaria a obra de Gramsci após sua morte, mas, como bom “stalinista” evitou qualquer menção à simpatia de Gramsci por Trotsky.A vida seguiu, mas em 1926 Mussolini mandou prender Gramsci; e ele acabou sendo condenado a cinco anos de confinamento na remota ilha de Ursula; no ano seguinte, foi condenado a vinte anos de prisão em Turim, seu crime: opor-se ao fascismo.Gramsci morreu aos 46 anos, apenas dez dias depois de ter sido libertado.Mas o que pensava Antônio Gramsci e por que é um dos mais odiados intelectuais pela extrema-direita? Gramsci procurou estudar como a hegemonia liberal se forma e se constitui; procurou estudar a “hegemonia” como a capacidade de a burguesia organizar a produção e difundir sua visão de mundo, de que aquilo que diz e faz é o natural, o certo e o mundo possível.Gramsci percebeu que para chegar a uma "civilização superior" e livre da lógica liberal seria necessário que a classe média e o proletariado, criassem seus intelectuais com outra visão de mundo, não alinhadas à burguesia e profundamente democrática. Esse é o ponto que arrepia a extrema-direita e os ignorantes conservadores, pois eles identificam perigo no pensar. Uma curiosidade: Gramsci defendia a criação de um Estado baseado nos valores da igualdade e da fraternidade, e o método proposto para a criação do novo é o dialógico.Ou seja, o medo dos ignorantes Olavobolsonaristas - assim como era o de Mussolini -, é o diálogo, o debate, algo muito perigoso para aqueles para quem a democracia é apenas verniz. Essas são as reflexões.Pedro Benedito Maciel Neto, 59, advogado e pontepretano – www.macielneto.adv.br – pedromaciel@macielneto.adv.br











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