Antes de ser preso, ex-comandante da PRF disse que sua situação estava "bem encaminhada" e que era alvo de "fogo amigo"
247 - Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), manifestou otimismo sobre sua situação em áudios gravados antes de ser preso sob a acusação de tentar obstruir a locomoção de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na região Nordeste durante o segundo turno das eleições presidenciais. Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Vasques acreditava que sua situação estava “bem encaminhada” junto ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que acabou determinando sua prisão preventiva.“Grande Pereira, meu amigo. Não é brincadeira, não. A imprensa mente, e os outros acreditam. Acho que amanhã vão melhorar as coisas aí. A gente tem falado muito lá com a assessoria do ministro Alexandre, né. Lá tá bem encaminhado”, diz Vasques em um dos áudios. A expectativa, porém, foi contrariada, uma vez que Moraes determinou sua prisão preventiva em agosto deste ano e recusou um pedido de sua defesa para libertá-lo, alegando interferência nas investigações.No mesmo áudio, o policial critica a atuação do Ministério Público Federal (MPF) afirmando que “na verdade, são procuradores de segundo grau que nem poderiam [estar atuando], né? Porque tem jurisdição. Mas tudo bem. Vamos lá. Já liguei na PF, já vão abrir inquérito logo lá. Quero logo responder. É muito documento para entregar. Está bem documentado. Acredito que vai resolver. E tô me programando aí, me aposento até o final de dezembro. Tô indo embora”. Ainda de acordo com a reportagem, em outro áudio Vasques diz ser alvo de “fogo amigo” na PRF e que integrantes da corporação estariam alimentando o MPF com “mentiras” para prejudicá-lo. “Eu tinha obrigação de fazer o melhor, então tentei fazer. Não é fácil, (porque) lida com o interesse de pessoas. É difícil. O ser humano é complicado. (…) E eu queria ter entregue essa medalha antes aí, mas minha preocupação era proteger o pessoal, porque tem gente nossa aí do Rio que fica alimentando o Ministério Público com mentiras, infelizmente, inclusive o Ministério Público aí do Rio. Então tive que ter esse cuidado. Então a gente viu que deu uma acalmada e foi um dos meus últimos atos [conceder a medalha]”. Os áudios datam de dezembro do ano passado, quando o MPF havia solicitado o afastamento de Vasques do comando da PRF, alegando uso indevido do cargo.