Lula e Campos Neto selam nova relação e terão reuniões periódicas
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No encontro, não houve reclamações do presidente à taxa de juros
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247 – Em um encontro que durou pouco mais de uma hora, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, estiveram reunidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. O encontro, que ocorreu sob um véu de reserva e discrição, sela uma nova relação entre o governo e o Banco Central, fortalecendo as relações institucionais, segundo reportagem da jornalista Thais Herédia, da CNN.Na saída da reunião, Campos Neto, que também é o ministro da Fazenda, dirigiu-se brevemente à imprensa, mas manteve-se discreto quanto aos detalhes das discussões. "Reunião boa, não Roberto?", indagou Haddad ao ministro da Fazenda. "Muito, excelente", respondeu o banqueiro central. A troca de palavras cordiais entre os dois foi breve, e eles se despediram na garagem do Palácio do Planalto.Fernando Haddad foi o porta-voz da reunião junto à imprensa, destacando sua produtividade e cordialidade. "Reunião foi muito boa, muito produtiva, muito cordial. [Lula nos] recebeu bem, a conversa transcorreu muito bem. Eu penso que foi um encontro assim, institucional, de construção de relação, de pactuação em torno de conversas periódicas. Foi excelente", declarou Haddad aos jornalistas.O encontro entre Lula, Campos Neto e Haddad marca um momento significativo nas relações entre o governo e o Banco Central. O histórico de críticas por parte do presidente da República, seus ministros e aliados políticos ao chefe do BC trouxe uma alta sensibilidade à relação. No entanto, parece haver uma disposição para fortalecer a colaboração.Um dos primeiros movimentos esperados é a ampliação das conversas entre o Banco Central e ministros do Palácio do Planalto, que até agora se mantiveram distantes. Campos Neto já atua há algum tempo defendendo pautas econômicas e opinando sobre projetos em debate no parlamento. Além disso, ele tem apoiado o ministro da Fazenda e a necessidade de aprovação de medidas para cumprir as metas fiscais do governo.A aliança por pautas de interesse do governo também é esperada, ainda que de forma mais discreta, visando preservar a independência do BC "indicado por Bolsonaro". No mercado financeiro, a reunião foi vista positivamente pelo aspecto institucional, já que a independência do Banco Central é um fator crucial em tempos de incerteza econômica internacional.Com a piora do cenário internacional, com aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, instabilidade nos mercados e incerteza sobre o controle da inflação e o crescimento econômico, gestores consideram fundamental que o presidente da República mantenha um canal de comunicação aberto com o presidente do Banco Central para entender e acompanhar os efeitos dessas mudanças no Brasil.O encontro, apesar de discreto, promete marcar o início de uma nova fase nas relações entre o governo e o Banco Central, com foco na estabilidade econômica e no fortalecimento das instituições financeiras do país. O comportamento dos governistas e ações futuras indicarão a profundidade dessa nova relação.