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Сентябрь
2023

O que aconteceu no Canadá não foi exceção

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Não se trata aqui de defender um dos lados dos conflitos, a Rússia. Trata-se de defender o mundo de uma tradição política execrável e inaceitável
O recente e constrangedor episódio ocorrido no Parlamento canadense, onde Zelensky e o primeiro-ministro Trudeau aplaudiram efusivamente um antigo membro da SS ucraniana, provocou grande comoção e a compreensível ira de grupos judaicos.Observe-se que Zelensky, o qual não aplaudiu o discurso de Lula na ONU, fez questão de homenagear um ex-combatente nazista. Trudeau pode alegar que não sabia de nada. Zelensky, é claro, devia saber o que estava fazendo.Muito embora Trudeau tenha se desculpado e o “speaker” do Parlamento tenha se demitido do cargo de liderança, o episódio revela os laços históricos da Ucrânia com o regime nazista e a recente relação dos governos ucranianos pós-2014 com grupos neonazistas. Esses laços históricos são bem conhecidos e estudados.Na Segunda Guerra Mundial, muitos grupos de ucranianos do oeste e do centro se aliaram aos nazistas contra a União Soviética. Entre vários outros crimes, eles foram responsáveis pelo famoso massacre de Babi Yar contra os judeus de Kiev e forneceram milhares de guardas para atuar nos campos de concentração nazistas do leste europeu, como Auschwitz, por exemplo. No referido massacre, teriam perecido cerca de 100 mil judeus. Saliente-se que, na época, a Ucrânia tinha cerca de 2,7 milhões de judeus. A maior parte foi assassinada, ao longo do conflito.O problema maior, contudo, reside no fato de que alguns líderes nazistas ucranianos desse período são vistos, hoje, na Ucrânia, como heróis nacionais, tal como a pessoa homenageada no Canadá. Assim, ela não é uma exceção, fruto de mero equívoco.Com efeito, a Ucrânia ergueu, nos últimos anos, estátuas e monumentos em homenagem a esses “nacionalistas ucranianos”, cujos legados estão indelevelmente manchados pela sua relação indiscutível com o regime nazista.O principal deles, Stepan Bandera, antigo líder da terrível Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), cujos seguidores atuaram como membros da milícia local das SS e do exército alemão, tem várias dezenas de monumentos e de nomes de ruas que glorificam seu nome. Outro frequente homenageado é Roman Shukhevych, considerado um lutador pela liberdade da Ucrânia, mas que também foi líder de uma temida unidade policial auxiliar nazista. Ademais, teriam sido erguidas estátuas para Yaroslav Stetsko, ex-presidente da OUN, o qual escreveu: “insisto no extermínio dos judeus na Ucrânia”.Assim, na Ucrânia hodierna, o nacionalismo está muito associado a essa lamentável herança nazista e a uma franca hostilidade contra a Rússia.Infelizmente, a partir de 2014, com os eventos da Praça Maidan e da deposição ilegal de Yanukovych, grupos de extrema direita da Ucrânia, que se julgam herdeiros dessa tradição nacionalista e xenófoba, passaram a ter considerável influência na vida política ucraniana.Grupos como o Pravy Sektor e o Batalhão Azov. Este último grupo foi fundado por um declarado supremacista branco, que alegou que o objetivo nacional da Ucrânia era livrar o país de judeus e outras raças inferiores.Não adianta dizer que Zelensky é judeu e que sua família foi vítima do Holocausto. Trata-se de uma questão histórica e política que vai muito além de um indivíduo, por mais alto que seja o cargo que ele ocupe.O fato ineludível é que, com a mudança ilegal do regime ucraniano em 2014, apoiada e estimulada pelos EUA e o chamado Ocidente, abriu-se, na Ucrânia, uma Caixa de Pandora de xenofobia, russofobia, anticomunismo e neonazismo. As populações de russos étnicos passaram a ser hostilizadas e atacadas, especialmente no Donbass.Além da expansão da Otan, esse foi um fator muito importante no desencadeamento do conflito atual. Segundo o que resta da oposição na Ucrânia, vários políticos e jornalistas da ucranianos morreram, desde 2014. Isto inclui a ex-deputada do Partido Socialista da Ucrânia, Valentina Semenyuk-Samsonenko (seu assassinato em 27 de agosto de 2014 foi disfarçado de suicídio); o ex-deputado e organizador das ações de oposição Oleg Kalashnikov (foi morto em 15 de abril de 2015); o popular escritor e publicitário antifascista Oles Buzina (morto em 16 de abril de 2015) e muitos outros.O Partido Comunista da Ucrânia, um dos maiores partidos do país, foi banido em 2015.Ademais, políticos, jornalistas e ativistas oposicionistas, muitos dos quais de tendência esquerdista, foram espancados, detidos e encarcerados nos últimos anos, sob acusações forjadas de “alta traição” e outras acusações abertamente políticas. Isso aconteceu, em particular, com os jornalistas Vasily Muravitsky, Dmitry Vasilets e Pavel Volkov, bem como com o ativista dos direitos humanos Ruslan Kotsaba. A situação agrava-se a cada ano, especialmente depois que Volodymyr Zelensky se tornou presidente da Ucrânia.Obviamente, com a guerra a situação piorou ainda mais.A razão formal para a eliminação completa dos remanescentes das liberdades civis e o início da repressão política aberta foi, com efeito, o conflito militar na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022. Não se trata aqui de defender um dos lados dos conflitos, a Rússia. Trata-se de defender o mundo de uma tradição política execrável e inaceitável.No chamado Ocidente, esses fatos são ignorados e Putin é ridicularizado por propor “desnazistificar” a Ucrânia.Mais ridículo e muito mais grave, no entanto, é aplaudir nazistas.










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