Israel quer expulsar Al Jazeera do país por suposto prejuízo à segurança nacional
247 - Shlomo Karhi, ministro das Comunicações de Israel, declarou que a decisão de proibir as atividades da Al Jazeera na televisão do país e apreender os equipamentos dos profissionais do canal está atualmente sob a responsabilidade do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, conta o jornal O Globo. O gabinete de segurança de Tel Aviv está aguardando a aprovação das autoridades da pasta de Defesa, que são responsáveis por analisar os aspectos legais e de segurança dessa medida, especialmente em meio ao conflito com o grupo Hamas, como relatado pelos jornais locais "Haaretz" e "Times of Israel."O plenário do parlamento israelense aprovou o envio da proposta de encerrar as transmissões da Al Jazeera em Israel para o Comitê de Relações Exteriores e Defesa. Durante a sessão parlamentar, Karhi argumentou que o canal "fotografou e publicou" as posições das Forças de Defesa de Israel, "transmitiu anúncios militares do Hamas" e "distorceu fatos de uma maneira que incitou o público a se revoltar." "Do nosso ponto de vista, as ordens estão prontas para remover [a Al Jazeera] dos [provedores de TV a cabo] Hot e Yes, para fechar os escritórios [da Al Jazeera], para apreender equipamentos de transmissão de jornalistas, para revogar os passes de imprensa do governo, para reter comunicações e serviços de Internet por empresas israelenses [para a Al Jazeera]. Tudo está pronto", disse Karhi durante o debate no plenário do Knesset sobre o assunto, segundo o "Times of Israel". A Al Jazeera é uma emissora estatal sediada em Doha, Catar, país que desempenha um papel importante na mediação do conflito, incluindo o diálogo com o Hamas. Nos bastidores, há informações sobre conversas entre o governo do Catar e o grupo, com a participação da Turquia, para a libertação de reféns na Faixa de Gaza. Após a análise do Ministério da Defesa israelense, a medida será votada no gabinete de segurança do governo. Karhi mencionou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, instruiu que sejam tomadas medidas para fechar o canal, e eles estão determinados a seguir adiante com esse processo.De acordo com o "Times of Israel", logo após o debate no parlamento, o gabinete de Gallant emitiu uma declaração afirmando que "o ministro da Defesa apoia a restrição imediata das transmissões e atividades do canal Al Jazeera." A emissora ainda não se manifestou sobre as ameaças do governo israelense. Além disso, devido ao aumento das operações terrestres israelenses na Faixa de Gaza na semana passada, as Forças Armadas de Israel informaram que não poderão garantir a segurança dos jornalistas que cobrem o conflito localmente, o que levantou preocupações por parte do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) devido ao alto número de jornalistas mortos durante o conflito.