O presidente eleito da Argentina de extrema direita também teve diálogos com David Cameron, do Reino Unido, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia
Télam - O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, manteve nesta quarta-feira (22) um contato telefônico com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no qual ambos líderes trocaram ideias em torno do potencial argentino na produção de energia e alimentos e sobre o acordo entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas para a libertação de reféns e um cessar-fogo.
A informação foi divulgada pela futura chanceler, Diana Mondino, que indicou que Biden confirmou que não poderá viajar para Buenos Aires para assistir à cerimônia de posse de Milei.
Milei "falou com Biden, sim, e anteriormente com a presidente do Peru Dina Baluarte", confirmou a futura titular do Palácio San Martín, em declarações à imprensa.
Mondino assegurou que foi uma "conversa muito amigável na qual se falou fundamentalmente do tema da libertação de reféns de Israel neste momento", do potencial argentino na produção de energia e alimentos e sobre a "contribuição" que o país pode fazer para a "segurança alimentar do mundo".
Israel e Hamas alcançaram hoje um acordo para a libertação de pelo menos 50 reféns em poder do grupo islamista em troca de prisioneiros políticos palestinos, que estabelece uma trégua de quatro dias na Faixa de Gaza após semanas de ofensiva israelense e a entrada no território sitiado de ajuda humanitária.
Milei e Biden "estiveram falando também sobre o que a Argentina pode produzir de energia e alimentos. Que podemos contribuir para a segurança alimentar do mundo. E depois as coisas habituais que se deseja fervorosamente, que cada país possa prosperar o mais rápido possível", relatou Mondino, sobre a conversa entre ambos líderes.
"Ele já tinha a data, e expressou previamente suas desculpas porque estaria viajando nesse momento", respondeu Mondino sobre a resposta do mandatário dos Estados Unidos ao convite para que assista à cerimônia de posse presidencial do líder libertário no próximo 10 de dezembro.
Nesse contexto, a futura chefe da Chancelaria argentina não descartou uma próxima visita de estado do futuro presidente argentino a Washington.
"Nós temos previstas fazer visitas a vários países do mundo, há muitos temas para tratar em todos os lugares", assegurou.
Em outra ordem, Mondino afirmou que ainda não estabeleceu comunicação com o atual titular do Palácio San Martín, Santiago Cafiero, para organizar a transição governamental já em andamento, nessa área, e esclareceu que pedirá por meio de uma carta uma audiência com o funcionário.
"Não ainda", disse ao responder sobre se havia mantido um contato recente com Cafiero, para depois precisar: "o que corresponde é solicitar uma reunião" por escrito.
Mondino disse também que os diálogos que Milei -que ontem também recebeu a ligação do papa Francisco- teve nas últimas horas com o britânico David Cameron e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foram "conversas excelentes" que "funcionaram como uma nova etapa que começa na Argentina".
Por fim, a futura chanceler referiu-se ao suposto acordo que teriam selado o líder com o presidente ucraniano para concretizar no próximo ano uma cúpula América Latina-Ucrânia que esteja liderada pela Argentina.
"Eles estão organizando uma cúpula da paz na América Latina e Ucrânia e nós oferecemos ser a sede se isso fosse apropriado", comentou Mondino.
