Vazamento do lobby de Israel incita autoridades dos EUA a justificarem guerra em Gaza com alegações de 'estupro pelo Hamas'

Slides de uma apresentação confidencial mostram como políticos e figuras públicas devem buscar justificar o genocídio palestino promovido por Israel na Faixa de Gaza

Por Max Blumenthal, The Grayzone - O website The Grayzone obteve slides de uma apresentação confidencial do lobby de Israel baseada em dados do pesquisador republicano Frank Luntz. Eles contêm pontos de discussão para políticos e figuras públicas que buscam justificar o ataque de Israel à Faixa de Gaza. Dois proeminentes grupos de lobby pró-Israel estão realizando reuniões privadas em Nova York para treinar autoridades eleitas e figuras conhecidas sobre como influenciar a opinião pública a favor da incursão militar de Israel em Gaza, revela o The Grayzone. Essas sessões de relações públicas, convocadas pela UJA-Federação e pelo Conselho de Relações Comunitárias Judaicas, baseiam-se em dados coletados por Frank Luntz, um veterano pesquisador republicano e comentarista. A Linguagem da Guerra com o Hamas Hamas: a organização do ódio e perpetradora do terror | O direito de proteger nossos cidadãos e nos defenderResponsabilizando o Hamas | Este é o nosso 11 de setembroCrimes contra a humanidade | 7 de outubro: brutal, selvagem, desumanoUma abordagem mais eficiente/eficaz para o Hamas | Um longo histórico de matar civisImagine se fosse seu pai/filho? | Israel/EUA: trabalhando juntos, lado a ladoMulheres estupradas/crianças massacradas | O Hamas esconde armas em escolasUma guerra pela humanidade | As consequências da inação…incluindo bebês, crianças pequenas | Apoiado pelo Irã/financiado pelo IrãVamos começar com os fatos/verdade/realidade | Atrocidades bárbaras/selvageria impensávelLiberar Gaza do terrorismo do Hamas | Lei humanitária internacionalHamas é um perigo claro e presente para os EUA, Israel e o mundo inteiro Em seu site pessoal, Luntz se promove como “um dos profissionais de comunicação mais honrados da América hoje”. Ele acumulou uma pequena fortuna elaborando pontos de discussão para pesos-pesados do Partido Republicano e clientes corporativos manchados por escândalos como a Enron, a empresa de energia que entrou em colapso após engenhar a crise energética da Califórnia. Após o crash financeiro de 2008-09, Luntz aconselhou o Partido Republicano sobre como proteger os grandes doadores de empresas do escrutínio. Por volta do mesmo período, ele forneceu à Associação de Governadores Republicanos conselhos sobre como minar o movimento Occupy Wall Street, que exigia responsabilidade pela má conduta da indústria bancária. Texto de Frank Luntz no X, antigo Twitter - "Ação de Graças com os melhores de Israel. Fui abençoado por ser convidado para me juntar a 60 das pessoas mais heroicas que já conheci. Eu paguei o jantar para eles... E eles me ensinaram o significado do serviço altruísta". A apresentação de guerra de Gaza de Luntz coloca suas táticas testadas em pesquisa de volta às mãos do lobby de Israel, instigando figuras públicas pró-Israel a permanecerem no ataque com linguagem incendiária e alegações chocantes contra seus inimigos. "Hamas estuprou e massacrou civis" - O que mais o incomoda? Que o Hamas... (duas principais escolhas combinadas) Estuprou civis - 31%Massacrou civis - 28%Amarrou e queimou civis - 26%Sacrificou civis - 25%Esquartejou civis - 20%Assassinou civis - 19%Executou civis - 14%Brutalizou civis - 13%Exterminou civis - 12%Raptou civis - 12% Dados como estes aparentemente influenciaram o governo de Israel a lançar uma campanha obsessiva, mas ainda sem sucesso, para provar que o Hamas cometeu agressão sexual de forma sistemática em 7 de outubro. Iniciada na missão de Israel nas Nações Unidas em dezembro de 2023 com discursos da oligarca tecnológica neoliberal Sheryl Sandberg e da ex-Secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton, uma receptora de centenas de milhares de dólares em doações e taxas de palestras de organizações de lobby de Israel, a blitz de propaganda de Tel Aviv ainda não produziu uma única vítima de agressão sexual identificada pelo próprio agressor. Um relatório de 5 de março do Representante Especial das Nações Unidas para a Violência Sexual, Pramila Patten, não continha nenhum testemunho direto de agressão sexual em 7 de outubro. Além disso, a equipe de Patten disse que não encontrou “evidências digitais específicas retratando atos de violência sexual”. Hamas frequentemente utiliza crianças visivelmente prejudicadas pela guerra em suas redes sociais. A melhor resposta de Israel são as crianças doutrinadas do Hamas vomitando ódio contra os judeus (ainda mais do que condenar os israelenses) com palavras cujo significado elas não conhecem e nem mesmo conseguem pronunciar. Para intensificar a demonização dos palestinos, os slides elaborados por Luntz aconselham que “a melhor resposta de Israel são as crianças doutrinadas do Hamas vomitando ódio contra os judeus (ainda mais do que condenar os israelenses) com palavras cujo significado elas não conhecem e nem mesmo conseguem pronunciar”. A representação dos jovens de Gaza como ferramentas ignorantes do Hamas tem claramente a intenção de desviar do massacre em escala industrial de cerca de 15.000 crianças na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, bem como do ferimento, orfandade e fome de inúmeras outras no território sitiado. Para fazer seus argumentos colarem, Luntz recomenda que as forças pró-Israel evitem a linguagem exterminacionista favorecida por autoridades israelenses que pediram, por exemplo, para “apagar” a população de Gaza, e, em vez disso, defendam “uma abordagem eficiente e eficaz” para eliminar o Hamas. Descrevendo a Ação em Gaza Como em seminários anteriores do lobby de Israel, Luntz instou as forças pró-Israel a desviarem de argumentos sobre a ocupação militar de Israel de territórios palestinos ao usar slogans banais como “Os israelenses têm o direito de se defender”. Esta é sobre os israelenses, NÃO sobre território De acordo com a pesquisa do pesquisador, os políticos pró-Israel devem evitar totalmente referências a “Israel” e, em vez disso, comentar sobre “os israelenses” ao “definir o contexto” para um debate sobre a guerra em Gaza. A adaptação recomendada sugere a crise de relações públicas que as forças do lobby de Israel enfrentaram desde que o exército de Israel invadiu e sitiou Gaza, deixando a maioria de seus residentes sem-teto, colocando todo o seu sistema de saúde e saneamento público fora de serviço, e exterminando mais de 2% da população total, de acordo com estimativas conservadoras de mortalidade. Um slide demonstra que apenas uma pequena fatia dos entrevistados por Luntz compra a máxima do governo de Israel de que “o Hamas é o ISIS”. O mesmo auxílio visual aconselha funcionários pró-Israel a evitarem as frases “precisão genuína” e “evidência concreta” e fazerem alusão mais geralmente à “verdade” ao discutir as ações de Israel. Judeus dizem: Pare com o genocídio dos palestinos – Voz Judaica pela Paz Rhode Island @jvp_ri Israelenses atacando Israel é a segunda arma mais potente contra Israel. A mais potente é a destruição visual de Gaza e o ônus humano. Isso ‘parece um genocídio’ mesmo que o dano não tenha nada a ver com a definição.