INA e ANSEF lideram iniciativa para apoiar candidatos autodeclarados indígenas no Concurso Nacional Unificado, visando ampliar diversidade e representatividade na Funai
247 - Associações representativas de servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) estão empenhadas em garantir que candidatos indígenas tenham todo o apoio necessário para participar do Concurso Nacional Unificado (CNU). Sob a bandeira de "indigenizar a Funai", a Indigenistas Associados (INA) e a Associação Nacional dos Servidores da Funai (ANSEF) lançaram uma campanha para auxiliar os inscritos, marcando um marco histórico para a inclusão desses povos no processo seletivo.
Pela primeira vez, o concurso da Funai reserva 30% das vagas para indígenas, num total de 502 oportunidades disponíveis via CNU. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público (MGI), foram registradas 9.339 inscrições de candidatos autodeclarados indígenas. Desse contingente, mais de mil estão sendo apoiados pela campanha conjunta da INA e ANSEF.
“Nós queremos que os indígenas sejam nossos colegas de trabalho, passem no CNU e venham compor a força de trabalho de reconstrução dessa nova Funai que a gente tem hoje” afirma Gustavo Vieira, presidente da INA.
A campanha, que conta com dezenas de colaboradores voluntários, ofereceu suporte durante a fase de inscrição e agora disponibiliza acesso a materiais de estudo, participação em cursos preparatórios e espaços de monitoria e dicas específicas para o exame da Funai. Adicionalmente, a equipe está produzindo aulas com conteúdo direcionado para os candidatos indígenas.
No entanto, um grande desafio enfrentado pelos participantes é o deslocamento das aldeias até as cidades onde as provas serão realizadas. Em resposta a essa necessidade, a INA e ANSEF lançaram uma campanha virtual de arrecadação de fundos hospedada no site Vakinha.com.br. O objetivo é auxiliar mil indígenas com despesas de deslocamento e custear aulas e materiais de estudo.
Elenira Apurinã, uma das idealizadoras da campanha e também candidata indígena, ressalta a importância desta etapa: "“Agora a gente está na etapa de arrecadar recursos para tirar os parentes de dentro das comunidades para eles chegarem até as cidades das provas. Muitos vivem em locais de difícil acesso, muitas vezes eles andam de 8 a 14 dias para chegar numa cidade e de lá se deslocar para a cidade onde vão ser aplicadas as provas”.
O exame do CNU está programado para ocorrer simultaneamente em 220 cidades do Brasil em 5 de maio, e a campanha continua recebendo doações até essa data, buscando assegurar a participação plena e igualitária dos candidatos indígenas neste importante processo seletivo.
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