Em protesto na Afonso Pena, multidão pede justiça para Thiago
Na noite deste sábado (7), familiares e amigos de Thiago dos Santos Freitas, vítima de homicídio aos 34 anos, protestaram em frente à Igreja Perpétuo Socorro, na Avenida Afonso Pena, após a missa de 7º dia. O pedido foi de justiça e prisão do homem apontado como responsável pelo crime, após uma briga em Bonito, a 257 km da Capital, na madrugada de 1º de janeiro. A revolta dos familiares é pelo homem ter sido liberado depois de se apresentar na delegacia e ser indiciado pelo homicídio, já que não estava mais em situação de flagrante. Ele apresentou a arma de 9 mm (milímetros) usada no crime, que foi apreendida, assim como as munições. A mãe, Cristina Corrêa, acredita que o inquérito não se trata de “homicídio simples”, como foi registrado, tampouco que haja alegação de legítima defesa. “Ele atirou para tentar matar o meu filho, por um motivo torpe, alegando que meu filho causou a atitude dele. Meu filho não causou a atitude dele e minha revolta é essa, ele querendo justificar o injustificável.” Não justifica a atitude dele de ter atirado duas vezes contra a cabeça do meu filho. Ele se diz pessoa de bem, mas estava no meio de uma comemoração com uma arma de tal potência", afirmou a mãe de Thiago. O empresário Kleyton Grance, de 39 anos, amigo da vítima, relata o “momento bem delicado e triste” que a família e amigos têm vivido. Ele descreve Thiago, que era gerente do Chiquinho Lanches, na Vila Jacy, como uma pessoa que foi querida por todos que o conheceram, um amigo da comunidade. “Infelizmente, foi ceifada a vida dele. A gente leva como caso de execução. O protesto foi organizado por amigos e família, o pai, mãe e esposa organizaram." "Fizemos um grupo com em torno de 300 a 400 pessoas comunicando sobre o protesto pacífico. Paramos ali por alguns minutos. A gente não quer que esse crime fique impune. Quem conheceu o Thiago sabe a pessoa sensacional que ele foi. A história está muito mal contada e queremos que seja feita justiça, a vida do Thiago não volta mais.” O caso - As advogadas do acusado, Thaisa Noronha e Rafaela Valente Sott, afirmaram que ele agiu em legítima defesa e em proteção ao seu neto de cinco anos, e que responderá em liberdade, “uma vez que está colaborando com a investigação, possui residência fixa e emprego lícito, bem como nunca se envolveu em qualquer delito”. Thiago estava em férias com a família durante o Ano Novo quando se afastou do grupo para ir buscar uma caminhonete. Conforme informações do delegado responsável, Daniel Pirró Cerzósimo, ele realizou uma manobra perigosa que incomodou o suspeito. O homem seguia a pé com os familiares pela Rua 24 de Fevereiro, no Centro de Bonito, quando começou a discutir com Thiago. O motorista desceu do automóvel para conversar com o grupo, mas retornou para o veículo e andou alguns metros. No entanto, parou em uma esquina e desceu novamente da caminhonete, voltando para discutir com o grupo. Foi quando o suspeito atirou duas vezes contra a cabeça de Thiago. Ele foi encontrado já sem vida deitado ao lado do veículo. Thiago deixou a esposa e dois filhos, um de 10 e outro de 6 anos. Ele foi velado na tarde do dia 1º de janeiro, em Campo Grande, onde morava com a família.