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smi24.net
«Campo Grande News»
Май
2023

Trabalhadores vindos de outras regiões denunciam falsa promessa de emprego em MS

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Trabalhadores vindos de outras regiões denunciam falsa promessa de emprego em MS

Soldadores denunciaram ao Ministério Público do Trabalho a empresa Enesa Engenharia, por falsas promessas de trabalho e irregularidades no processo de contratação dos profissionais. Os homens saíram das regiões Norte e Nordeste do País para trabalhar na construção da fábrica de celulose da companhia, localizada no município de Ribas do Rio Pardo, distante 98 quilômetros de Campo Grande. A audiência de conciliação foi marcada para esta sexta-feira (12), às 15h.  Eles afirmaram que a companhia recruta os trabalhadores de maneira on-line, paga o deslocamento até Mato Grosso do Sul e ao serem reprovados no teste, são obrigados a voltar de ônibus e despejados do alojamento temporário. A situação revolta os soldadores. Eles se dizem abandonados, sem respaldo financeiro algum e vivem apenas com a alimentação oferecida no hotel, às margens da BR-163, na Capital.  Ao todo, 150 trabalhadores teriam ficado, de maneira rotativa, quase 20 dias no local aguardando pela resposta dos testes ou esperando pela passagem para retornar às cidades de origem. O Sinticop-MS (O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada de Mato Grosso do Sul) foi até o hotel nesta quinta-feira (11) e exige que a Enesa arque com a passagem aérea dos trabalhadores e pague os dias em que eles estiveram impossibilitados de trabalhar.  Joabi Rodrigues, de 40 anos, saiu de Pernambuco para trabalhar em Mato Grosso do Sul. Ele detalhou ao Campo Grande News  a situação em que os soldadores estariam sendo submetidos e alegou irregularidades no processo de contratação, o qual 100 trabalhadores realizaram o teste. Um profissional não vai sair de casa, deixar a família se não estiver qualificado para fazer o teste. Chegaram muitas pessoas, mas ninguém passou no teste. São profissionais experientes, temos anos de carreira. O que não entendo é que a empresa gasta passagem aérea para que pudéssemos vir, fala que passamos no teste de manhã e nos reprova à tarde, nos dá R$ 800,00 pra voltar pra casa, tem gente que são cinco dias de ônibus, o dinheiro muitas vezes nem cobre a passagem”, disse o soldador.  Joabi comenta que os funcionários da empresa que aplicam o teste não são qualificados para exercer a função. De acordo com o profissional, um teste de soldagem é realizado em duas etapas: a primeira classificada como visual, em que é analisada toda estrutura; e a segunda chamada de raio-x, em que analisam aspectos mais profundos do trabalho. “Às vezes, estamos na cabine testando e já sai que perdemos, sendo que o resultado só sai depois do raio-x. Não tem coerência. Somos trabalhadores sérios, pais de família, não viemos passear, temos que voltar com o pão para sustentar nossa casa. Como vamos voltar sem nada?", questionou. Outros relatos -  Elderson Welder Ferreira, de 38 anos, saiu do Espírito Santo para tentar uma vaga na empresa. Ele revelou que após reprovar no teste inicial, a Enesa oferece um cargo inferior, normalmente disponível para quem está começando na profissão.  “Ela reprova e na mesma hora oferece um salário mais baixo do que viemos ter, pela metade do valor. Se o salário é R$ 3 mil eles nos dão R$ 1.500 pra exercer uma função inferior, de quem tá começando agora. A gente não serve como profissionais, mas servimos para terminar a obra deles com mão de obra barata. Estamos voltando à escravidão?”, questionou. Hotel -  Além das denúncias citadas, os trabalhadores alegam que o hotel onde estão hospedados não oferece cobertores e a alimentação é precária. Eles dizem que recebem marmitas individuais duas vezes ao dia e o café da manhã. “O café da manhã às vezes tem pão com mortadela ou manteiga. O almoço que sobra é o mesmo da janta. Isso é degradante, só o fato de poder se servir nos sentiríamos bem, isso gera bem-estar. No hotel, não tem nenhum representante legal da empresa. A gente já começa a sentir medo e ficar preocupado já na recepção", disse Joabi.  Coação -  Na quinta-feira (11), um representante da Enesa teria ido até o hotel para "averiguar a situação” e, segundo os trabalhadores, a fala dele foi em tom de ameaça: “Eu não entendo de solda, mas de fuzil, metralhadora e pistola sim”. “A madrugada toda ninguém dormiu. Até que o sindicato foi lá e nos trouxe. A empresa precisa nos dar uma resposta, não é só uma passagem, quase 20 dias aqui não recebemos nada. Se a empresa fosse organizada faríamos o teste de tarde receberíamos a resposta, depois no outro dia iríamos embora. Teve família que com medo comprou a passagem pra galera voltar”, finalizou Joabi. Sindicato - O representante do Sinticop-MS, Walter Vieira dos Santos, disse ao  Campo Grande News  que a empresa terceirizada faz parte do projeto de linha de frente da Empresa Suzano, tendo a maior quantidade de colaboradores. E que chamou atenção a maneira como o recrutamento é feito. Conforme o presidente, o Estado passa por um período complexo de falta de mão de obra qualificada, o que faz as empresas buscarem funcionários em outras regiões do País.  "Quando chegam aqui, se deparam com uma situação totalmente diferente da oferecida, são os famosos 'gatos'. A empresa não faz a mesma logística de vinda, o valor não corresponde, não contempla alimentação no deslocamento até a cidade de origem. Colocam os trabalhadores isolados, sem acesso à cidade, na BR, sem dinheiro. Como eles vão alimentar a família e pagar as contas sem receber?", explica Walter. O Ministério Público do Trabalho apura a denúncia. A reportagem procurou as empresas citadas e aguarda um posicionamento. O espaço segue aberto.











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