“Estava sendo perseguida”, alega motorista que atropelou técnica de enfermagem
A motorista Tânia Barbosa Franco de Araújo Nogueira, de 48 anos, alegou que estava sendo perseguida antes de atropelar e matar a técnica de enfermagem Gilmara da Silva Canhete Baldo Bernardo, 46, na noite deste domingo (4), entre o cruzamento das ruas Ceará e da Paz, no Bairro Santa Fé, em Campo Grande. Segundo os autos, Tânia afirmou que estava em uma festa durante o dia, local onde consumiu "pouca" bebida alcoólica. Mais tarde, entrou em seu veículo, ligou o motor e saiu dirigindo até chegar na região central, onde "achou que estava sendo perseguida por outras pessoas de carro e também por um motociclista". De acordo com o registro policial, a motorista negou ter fugido após colidir com Gilmara. Mas testemunhas que também prestaram depoimento afirmam que "[...] ela não parou o carro na hora do acidente, e sim, após três pneus do veículo murcharem". Tânia foi presa em flagrante e não quis fazer o uso da sua prerrogativa de comunicar a prisão a família. Ela se negou a indicar pessoa ou advogado. Conforme os autos, a motorista realizou o teste etílico – popularmente conhecido como bafômetro – e estava com 0,09 mg/L de álcool no corpo durante o acidente. Mais cedo, o Campo Grande News noticiou o vídeo gravado após a tentativa de fuga . Na imagem, Tânia pontua que "a polícia precisa parar esses caras", e que "não era para uma moto atravessar desse jeito". Conforme boletim de ocorrência, a vítima conduzia uma moto Yamaha Factor, quando foi atingida na traseira pelo veículo de Tânia, um Chevrolet Ônix, que trafegava no mesmo sentido. Com o impacto, Gilmara foi arremessada a 10 metros do local da colisão, já a moto, a 40 metros. A motorista acabou presa em flagrante, levada em seguida à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol. A reportagem apurou que, em 2018, ela teve a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa por dirigir acima da velocidade permitida por lei. Tânia trabalha com apoio parlamentar na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). Procurada, a Casa de Leis pontuou em nota que "está avaliando o caso da funcionária".