Natalia saiu de sacoleira na hora do almoço para dona de duas lojas

Há cinco anos, Natalia Velasquez de Oliveira, de 24 anos, não pensava que os sonhos imaginados nas horas vagas se tornaram realidade em um período de tempo tão curto. Se dividindo entre ser caixa de uma empresa durante o dia e cursar graduação pela noite, ela deixou de ser sacoleira no horário de almoço e finais de semana para se transformar em dona de duas lojas.  Tendo apostado suas fichas no sonho de trabalhar com roupas ao lado do esposo, Cleverson Moreira Lourenço, ela conta que o maior salto foi dado com a pandemia. Na época, a quantidade de falas desencorajadoras eram cotidianas, mas não serviram de nada.  Voltando para 2018, a comerciante explica que cursava Fisioterapia e tinha um serviço durante o dia para conseguir pagar as contas. “Nessa época, o Cleverson me deu a ideia de começarmos a vender roupas porque sempre gostei de me vestir bem. Eu sempre tive vontade de ter algo meu, então lembro que só aceitei a ideia”.  Inicialmente, a ideia era apenas conseguir uma renda extra, por isso ela continuou com o trabalho original, permaneceu na graduação e começou a fazer viagens para São Paulo. “Eu trabalhava o dia todo, ia para a faculdade de noite e nos finais de semana ia buscar roupas. As vendas eu fazia na hora do almoço mesmo, que era quando eu tinha tempo, falo que eu era sacoleira nesse horário”, diz. Quando percebeu que gostava mais dos momentos com as roupas do que do restante do dia, Natalia começou a pensar que se a demanda aumentasse, deixaria tudo para trás. E, com alguns meses de trabalho, isso aconteceu.  “A demanda aumentou e eu não tinha mais como dar conta de trabalhar fora, estudar e ficar com as roupas. Me demiti do trabalho, deixei a faculdade e vi que não me imaginava mais fazendo aquelas coisas, mas sim mexendo com as vendas”, explica a comerciante.  Sem renda para abrir o próprio espaço, ela diz que durante o primeiro ano, as vendas eram feitas com as clientes indo até sua casa. Essa dinâmica durou alguns meses até que o espaço também ficasse pequeno.  Arriscando, ela e o marido optaram por abrir o primeiro ponto físico no bairro em que moravam, num espaço de 25 metros quadrados. “Era dentro do bairro mesmo, não tinha nem movimento direito, mas a gente tinha como guardar o estoque e receber os clientes, se fosse necessário”, diz Cleverson. Tendo passado um ano nesse local, Natalia explica que decidiu investir nas divulgações pela Internet e a ideia de ter um espaço melhor fez com que o casal se imaginasse com uma loja na Avenida Guaicurus. O problema é que, ao mesmo tempo, a pandemia chegou. “Assim que surgiu a oportunidade, nós pegamos esse ponto e foi bem no início da pandemia. Com um mês de loja aberta, tudo precisou fechar e ficamos de lockdown, você precisava ver o tanto de coisa que ouvimos”, conta o marido.  Sem dar crédito às críticas, os dois decidiram continuar com a loja física e pensar no futuro. “Comecei a fazer muita live todas as semanas e foi assim que a loja estourou mesmo. Fui eu, Cleverson e a coragem, ninguém nos apoiou não. Todo mundo falando da pandemia, mas fizemos do nosso jeito e deu certo”.  Tendo passado pela época de covid-19, a loja de roupas sobreviveu e, no último mês, o novo sonho ganho durante a trajetória também se tornou realidade. Deixando a correria de ser sacoleira em 2018, Natalia abriu a segunda loja na cidade, dessa vez em um shopping.  “Era para ser só uma renda extra, mas agora me dedico só a isso e meu marido também. Ele trabalhava na área dele, que é Engenharia Civil, mas agora está junto comigo. É um sonho mesmo”, completa Natalia.  Para conhecer mais sobre o trabalho do casal, o perfil da loja no Instagram é @natalialourenco.  Acompanhe o  Lado B  no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e  Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp  (67) 99669-9563 (chame aqui) .