Campo Grande começou com 63 habitantes e hoje é 17ª mais populosa do País
No início de tudo, lá em 1875, Campo Grande começou sua história com apenas 63 habitantes e, hoje, é a 17ª cidade mais populosa do Brasil, tendo 897.938 pessoas. Os dados da atual população fazem parte do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na quarta-feira (28). Campo Grande conquista este status em meio a 5.568 municípios existentes no País. No ranking dos cinco mais populosos está São Paulo, com as atuais 11.451.245 pessoas; Rio de Janeiro, 6.211.423; Brasília, 2.817.068 habitantes; Fortaleza (2.428.678); Salvador (2.418.005). Há 52 anos, quando foi realizado o primeiro Censo Demográfico, Campo Grande contava com 140.233 habitantes. De 1970 a 2022, período do primeiro e o último Censo, a população aumentou em 540,32%, quase sete vezes mais. Se comparar com o Censo de 2010, o aumento é de 14,13%, quando eram 786.797 pessoas. Em 2010 a estimativa para 2021 era de 916 mil pessoas vivendo na Capital. No que diz respeito à densidade demográfica, Campo Grande tem 111,09 habitantes por km² (quilômetro quadrado). No levantamento anterior, esse índice era de 97,22 hab/km². O historiador Roberto Figueiredo inclui dois momentos marcantes para o aumento populacional de Campo Grande. No dia 14 de outubro de 1914, surgiu oficialmente a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. “Campo Grande se transforma nesse plus populacional com dois momentos bastante importantes. Um deles é a chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Campo Grande era um local esquecido, a partir do momento que chega toda a questão geográfica muda”, disse. Outro momento é a transformação de Campo Grande em Capital. “Depois vem a criação de Mato Grosso do Sul que transforma Campo Grande na Capital, aí também vem um grande momento, porque tem um aumento populacional. Campo Grande agora está numa posição privilegiada, dificilmente vai para outra cidade sem passar por aqui”, destacou. São dois momentos bastante importantes para o aumento populacional e Campo Grande se torna um importante centro comercial: a estrada de ferro e a transformação da Capital”, completou Roberto. Confirmando a mesma linha de raciocínio, o sociólogo Paulo Cabral também associa com a chegada da ferrovia. “O desenvolvimento de Campo Grande sempre foi muito grande, especialmente depois da ferrovia, que foi um fator decisivo para isso. Em 1940, a população urbana de Campo Grande era maior que a rural, sendo dois terços da população urbana e um terço rural. O processo de expansão é sentido com esse processo de urbanização”, explicou. O sociólogo ainda destaca que Campo Grande é uma região de muitas oportunidades, o que faz com que cada vez mais as pessoas queiram viver aqui. “Fundamentalmente, tem a possibilidade de crescimento pessoal em vários setores e isso comunga com o desejo de pessoas que se mudam de outros lugares e vem para cá. Em 1950, Campo Grande já era a capital econômica”, concluiu. Cronologia – Conforme a edição de 2011 da Revista Arca, publicado pelo Arquivo Histórico de Campo Grande, José Antônio Pereira, fundador de Campo Grande, trouxe 62 pessoas, em 1875. Nesta época, todos iniciaram a ocupação do Arraial de Santo Antônio. Mas somente em 26 de agosto de 1899, o município é emancipado por meio da Resolução n°225 e elevado à categoria de Vila. Em 16 de julho de 1918, a Lei Estadual n° 772 eleva a Vila de Santo Antônio de Campo Grande à categoria de cidade. Já em 11 de outubro de 1977, por meio da Lei Complementar n° 31, Campo Grande passa a ser a Capital de Mato Grosso do Sul, devido a divisão do estado com Mato Grosso. Ainda conforme mostra o Arquivo Histórico de Campo Grande, em 1872, José Antônio junto com dois filhos e mais algumas pessoas, saíram de Monte Alegre (Minas Gerais). Em 21 de junho do mesmo ano, chega ao Mato Cortado, onde tem a confluência dos córregos Prosa e Segredo, nas proximidades do atual Horto Florestal. Após ser constatada a fertilidade do solo e a fartura de água, decidem se instalar. Depois volta a Minas para buscar a família e retorna definitivamente para Campo Grande, em 1875. Em 1878 foi construída a igrejinha de Santo Antônio, com madeira e palha. Já no início do século 20 começou a se organizar como centro urbano.