“Ambientalismo ideológico”, diz senadora sobre Pantanal

A senadora Tereza Cristina (PP) classificou hoje como “ambientalismo ideológico” a manifestação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima de colocar em pauta uma resolução para frear o desmatamento no Pantanal sul-mato-grossense, defendendo uso de estudos técnicos. Desde o começo da semana, o Estado já foi alvo de recomendação de promotores a respeito das licenças concedidas e de nota técnica de integrantes do ministério. Tereza, que foi ministra da Agricultura no governo anterior, pontuou que há tentativa de “usurpar, de forma administrativa, a competência dos governadores e desrespeitar o pacto federativo”. Ela mencionou que se inicia com a tentativa de retirar do ordenamento, por meio de nota técnica, as regras que “há muito” definem o controle ambiental do Pantanal, atitude que “está começando pelos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, mas não vai parar aí.”. A referência é à crítica exposta ao Decreto Estadual 14.273, publicado em 2015 e que dispõe sobre a Área de Uso Restrito da planície inundável do Pantanal, utilizado para concessão de autorizações e licenças. Ele entrou no foco das críticas porque foi mais permissivo do que recomendações feitas em estudos da Embrapa, possibilitando ocupação de até 60% das áreas no Pantanal, e teria considerado o que apontado em estudo encomendado por ruralistas. “O Senado, em especial a bancada desses dois estados, não permitirá essa inaceitável manobra espúria”, afirmou a senadora, em publicação em seu perfil na rede social X, antigo twitter, na qual marcou os outros senadores dos dois estados.  Ela declarou sua contrariedade com o desmatamento ilegal e demais crimes ambientais, mas considerou que o encaminhamento dado pelo Ministério não é o correto. Não é desta forma “desrespeitando a harmonia entre os Poderes, que resolveremos os problemas”, acrescentou. Ela mandou recado à ministra Marina Silva, dizendo que se ela quer impor desmatamento zero, tem que enviar projeto ao Congresso Nacional. E finalizou destacando que a ministra foi chamada a falar do assunto no próximo dia 23 no Senado.