A estranha história do sorvete: de pão integral, parmesão e patê

Duas instituições ligadas à história estão vendendo sorvetes inimagináveis, sorvetes que existiram há seculos. A londrina, vende sorvetes ultra estranhos, de sabores como "pão integral", "pepino" e "parmesão". Já a Edimburgo, na Escócia, tenta atrair o público com sorvetes sabores "flor de sabugueiro" e de "coalhada de limão". Enlouqueceram? Muito pelo contrário, levam a história à sério. Esses eram sabores servidos na década de 1.770 na Inglaterra e na Escócia. Sabores e formas variados. Quarenta anos depois, mostram essas instituições que trabalham com a história, os sorvetes passaram a contar com muitas formas. O mais famoso era de "espinafre gelado a la créme", ricamente moldado e multicolorido. Também serviam pequenos sorvetes apimentados em xícaras. O mais famoso era estranhíssimo: "sorvete de patê de frango temperado com curry em pó, molho inglês, gemas de ovos e anchovas". Essa massa ainda era misturada com anchovas e gelatina, antes de ser congelado em copos decorativos e servido como o prato principal do almoço. Também havia muitos sorvetes com açafrão, trufas e queijos. O sorvete de Agnes conquistou o povo. Mas, esses eram sorvetes servidos nas residências mais abastadas, a população trabalhadora não tinha acesso a essa iguaria. O gelo era causa do sorvete ser caro. Importado dos países mais frios europeus e dos Estados produtores dos EUA, só conquistariam o público devido a uma mulher denominada Agnes Marshall. Eu a entendo como a "mãe do sorvete". Além de publicar dois livros de receitas desses doces gelados, Marshall patenteou um aparelho semelhante ao freezer atual, muito simples de ser produzido. Bastava ter uma panela rasa, gelo e sal, colocados ao redor de um balde. O sorvete conquistava as residências, mas ainda faltava a conquista das ruas. Só pode lamber. Mas quem levou o sorvete ao grande público foram italianos que viviam na Grã Bretanha. Eram vendedores ambulantes que inventaram uma nova maneira de oferecer sorvete. Criaram as primeiras barracas e carrinhos de rua. O sorvete era vendido por um centavo, baratíssimo, mas exigia algo impensável: a devolução do copo com o gelo. Funcionava assim: a massa de sorvete era servido em um copo cheio de gelo. O cliente só podia lamber essa massa e, assim que terminasse as lambidas, devolvia o copo cheio de gelo para ser reutilizado.