Motorista que matou técnica de enfermagem é exonerada da Alems
A motorista Tânia Barbosa Franco de Araújo Nogueira, de 48 anos, responsável pelo acidente que resultou no atropelamento e morte da técnica de enfermagem Gilmara da Silva Canhete Baldo Bernardo, 46, foi exonerada da Alems (Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul) nesta terça-feira (29). A decisão foi assinada como ato administrativo pela mesa diretora da Casa de Leis na última terça (22), mas só entrou em vigor após o feriado. O texto destaca que Tânia foi autuada pela prática de infração disciplinar por abandono de cargo, conforme termos declarados por lei estadual e o estatuto dos servidores do órgão. Vale ressaltar que Tânia já respondia a processo por abandono de emprego. De acordo com nota provida pela Alems, a motorista era lotada como servidora efetiva da instituição e estava com o salário suspenso desde outubro de 2022. O motivo não foi esclarecido. Relembre o caso - Segundo o boletim de ocorrência, Gilmara conduzia uma motocicleta Yamaha Factor, quando foi atingida na traseira pelo veículo de Tânia, um Chevrolet Ônix, que trafegava no mesmo sentido da Rua Ceará, no dia 4 de junho de 2023. Com o impacto, a técnica de enfermagem foi arremessada a 10 metros do local da colisão. Vídeo que gravou o acidente mostra dinâmica diferente do que foi registrado. A motociclista aparentemente tenta fazer conversão à esquerda, proibida em toda a rua, quando é atingida pelo Ônix. Tânia acabou presa em flagrante, levada em seguida à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada). A reportagem apurou que, em 2018, ela teve a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa por dirigir acima da velocidade permitida por lei. Outro lado - A defesa de Tânia argumenta que, apesar de a cliente ter ingerido bebida alcoólica, o motivo da colisão foi uma manobra errada realizada poir Gilmara. “Diante dessa realidade dos fatos, totalmente diferente do que consta no boletim de ocorrência, não tem sentido manter alguém que vai responder por homicídio culposo preso, e provavelmente será absolvida no sentido ao que tange a da causa do acidente, que não foi a bebida e sim uma conversão errada”, disse o advogado Carlos Marques à reportagem, quando entrou com o pedido de liberdade quatro dias após o acidente. Conforme já publicado pelo Campo Grande News , a taxa de álcool detectada no exame do bafômetro feito pela motorista foi 0,09 miligramas por litro de ar. Para a defesa, o nível é baixo e não poderia ter causado o acidente sob justificativa de a acusada estar bêbada. “A vítima imaginou que fosse dar tempo e entrou. Tanto é que nem dá tempo da Tânia frear. Estou considerando que a taxa de alcoolismo dela é 0,09, o permitido é 0,05. Se tomar duas taças de vinho, dá o dobro. Isso evidentemente não dá uma taxa de alcoolismo para a pessoa estar fora de si”, acrescentou o advogado. Carlos pontuou ainda que Tânia, ao aparecer em um vídeo, após o acidente, alegando que a motociclista não deveria ter aparecido ali, estava sendo pressionada por populares. Ele disse, por fim, que a história de sua cliente não ter fugido devido aos pneus estarem murchos é inverídica. Hoje, a ex-servidora responde por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.