Após vida no Japão, casal recomeçou no Brasil com técnica oriental
Quando o Japão era visto como uma das grandes oportunidades para construir uma nova vida, Thereza e Coichi Saito imigraram para o outro lado do mundo. Duas décadas depois, vendo a família partir no Brasil e entender que o ritmo do cotidiano precisaria mudar mais uma vez, o casal decidiu retornar para Campo Grande e, agora, o recomeço veio novamente, mas dessa vez com técnicas orientais. Nos últimos meses, o que tem sido o foco da reformulação da vida de Thereza e Coichi são as kokedamas. Japonesa, a técnica era algo visto com frequência pelos dois no outro país, mas que ainda se apresenta como diferente em solo campo-grandense. Para quem não conhece, a técnica envolve a planta em uma esfera composta por musgo, substrato e argila, servindo como um vaso vivo. Apaixonada por plantas, Thereza conta que precisar voltar para cá tem sido um bom caminho liderado pela vida com flores. Explicando melhor sobre a história, a autônoma narra que já possuía familiares no Japão durante a década de 1980. Nesse período, ela e Coichi viram a oportunidade de começar a vida fora do Brasil com a garantia de empregos que pagavam bem. “Ele foi em 1980 e eu fui na década de 1990, fomos nós dois para trabalhar. Lá, nessa época, você trabalhava o quanto conseguisse e como a gente tinha nossos 20 anos, tinha energia para trabalhar muito”, diz Thereza. Vinculadas a fábricas, ela comenta que o serviço era muito técnico e que por um bom tempo a dinâmica foi muito rápida. “A gente trabalhava bastante e continuamos assim até que a pandemia veio e deixou tudo muito diferente, deixou o mundo estranho”. Mas, antes da pandemia, 2011 já havia marcado a forma com que o casal via a vida do outro lado do mundo. Nesse ano, um terremoto de alta magnitude acompanhado por tsunami destruiu cidades. “Eu estava no segundo andar do meu serviço e se eu não tivesse seguido o que havia aprendido, hoje não estaria aqui”, resume Thereza. Com o trauma de ter visto tudo desmoronando, ela conta que ainda assim seguiu por lá, apesar das dificuldades. Seguindo com o ritmo de trabalho, foi realmente com a pandemia que as coisas começaram a tomar proporções diferentes. Isso porque em conjunto ao vírus, Thereza conta que já estava começando a repensar o cotidiano por ter perdido familiares. “Já tinha perdido minha mãe antes da pandemia e depois perdi um irmão. Você estando fora não consegue acompanhar isso e a gente começou a repensar”, detalha a autônoma. Nesse período e reflexões, ela narra que o marido também passou por problemas de saúde e foi o suficiente para entender que a vida precisaria mudar mais uma vez. Foi assim que durante a pandemia de covid-19, com o ritmo de trabalho menor, os dois começaram a investir em artesanatos ainda no Japão. “Começamos a procurar no Google coisas para fazer e vendemos para amigos e pessoas conhecidas. Nós percebemos que a vida lá já não compensava mais para nós e nos mudamos de volta para Campo Grande”. Por aqui, os dois tentaram investir em alimentos orgânicos, mas foi o artesanato que saiu ganhando. “Fazemos vasos, filtro dos sonhos e, agora, estamos testando as kokedamas, que é uma técnica japonesa”. Com itens disponíveis à pronta entrega e também por encomendas, Thereza narra que tudo tem sido novidade. “Estamos levando para feiras, para familiares, tudo é um laboratório”, completa. E, para conhecer mais sobre as kokedamas, o perfil é @thereza_kaetano. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .